sábado, 29 de dezembro de 2007

será o último do ano???

Presto em poesia homenagem ao teu sabor
que me inebria, me leva ao êxtase, à embriagues total
como se eu tomasse gim em doses compulsivas
quase chegando ao estado letal
Amo-te a cada dia com mais fervor
que meu corpo agora depende do teu
para que minhas células fiquem vivas
e eu, ó entidade mágica!,
deixe de ser ateu
Quero para sempre nossa relação apaixonante
que nos provoca fagulhas rascantes
abrasivas fontes de mel e loucura
Quero sorver-te dos pés à cabeça
ver-te também do prazer à procura
até que meu coração estremeça
pulsando, ele bomba do sangue
que te serve de morada
sereia amada



by cláudio bettega, em 29.12.2007

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

BLOG POLÍTICO

Quem lê meu blog sabe que de vez em vez arrisco-me a comentar política, gosto do assunto, de ler a respeito. Descobri, em andanças internéticas, o blo0g da jornalista Luciana Pombo. Muito interessante, o blog comenta a política paranaense, com mais ênfase, e a nacional. A Luciana tem uma resitência de esquerda com a qual me identifico, e julgo necessária. Passem lá. http://www.lucianapombo.blogspot.com

Do forno

Sinto-te tão bela neste momento só nosso
Que não sei se me fazer também lindo posso
Quero sim te proporcionar alegria e prazer
Quero sim que me leves ao mais profundo viver

O amor nos é caro, a tristeza algo raro
O inebriante fulgor nos toca a pele
O cheiro da nossa paixão domina o ambiente
Não há nada de mal que nos interpele

Somos agora um, fundidos no sentimento
Que prova o nosso mais real contentamento
Ah, como te amo, ah como que quero


Tanto devoto-me a ti que extasiado berro
A maior graça que tenho na vida
Que é tua eterna e fiel acolhida



em 28.12.2007, by cláudio bettega

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

No mais, no mais...

..., vamos nós, então, virar o ano, refazer os planos, desejar que não haja perdas e danos. Vamos sonhar com o belo, reverenciar o que amamos, voar pelos ventos e sentir que lá chegamos. Queremos que nada seja menos, queremos a felicidade levada aos extremos. O altar das galáxias nos prende ao pedido de que venha o que nos baste sem nada ser carcomido. Eu, de minha parte, quero saúde, ela anda me faltando, a falta dela anda me emperrando. O resto, ah, o resto a gente inventa, a gente tenta conciliar, a gente tenta amaciar, correndo ou andando. Quero a arte, quero a leitura, quero a poesia e toda sua brandura. Quero também a prosa, quero também o teatro, quero poder caminhar com meu sapato. Sim, ficarei de molho, vou ali pro spa dar uma emagrecidinha e depois operar o pé. Mas vai dar ele, vai dar sim, minha história não chegou ao fim, tá só começando, ainda tenho muito pra no palco viver encenando. Sem contar os outros livros que ainda vou lançar. Sem contar que a imaginação me é farta e me leva a compulsiva criação. Feliz 2008, meu amor, que nada venha com pesadelo nem dor. Quer tudo seja lindo, e que teu sucesso seja sempre infindo.

Cláudio Bettega.

sábado, 22 de dezembro de 2007

JINGLE BELLS

O natal aqui em casa ficou mais alegre. Tenho uma sobrinha-afilhada de dois anos, a Laura. Ela ainda tem medo de papai-noel, não fora isso eu me vestiria de velhinho. Imagine ela vendo o tio de Santa Claus, ia matar na hora quem estava em baixo das roupas, esperta como é. Pois é, minha responsabilidade aumentou, sou “padinho” de um docinho. E o natal vai ser legal, veja só. E o ano que vem também, e vários anos a seguir. Vamos então seguir a vida, imaginando sempre que ela pode ser mais alegre. De repente aparece alguma coisa nova, e ficamos mais felizes. Saúde, paz e prosperidade são de praxe desejar. Desejo então. E desejo muito mais. Pense na meia-noite do dia 24 pro 25 no nascimento do revolucionário que deu a data para a exploração comercial e religiosa. Pense nele como um cara legal, não apenas como um mártir pagador de pecados. Pense no espiritualismo, se você acredita em Kardec como eu. Se não, pense no que você quiser pensar, mas pense positivo. Pense puro. Pense autêntico. E torça pra que tudo seja sempre lindo. Pra você, pra todo mundo, até pro George W. Bush, tadinho, ele precisa. Feliz natal. Maravilhoso ano novo. Seu amigo Cláudio Bettega está sempre aqui. Beijos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

ver você
e não mais saber
do que me faz
andar pra
traz
sentir você
e conhecer
o prazer extremo
do extremo
querer
amar você
e ir além
do real comum
ficar bem
zen
fundir-me a você
sem me confundir
deixar apenas
todo o sangue
fluir


by cláudio bettega, em 11.12.2007


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

tudo o que penso
é no movimento
intenso
de um ato
de teatro
de uma cena
de cinema
mesmo que tenha de
viver
só com sanduíche
barato
minha vida
quer esse parto
que faz nascer
arte
difusa
confusa
profusa
assim ou assada
tudo bem
o importante
é ir além
carregar a dignidade
até com vaidade
se o for o caso
só não pode
haver atraso
nem pensamento raso
quero o palco
quero o set
quero muito
sempre embalado
por minha amiga
poesia
na alegria
ou na agonia

by cláudio bettega, em 06.12.2007

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Cláudio em Cena na Telona

Estou no filme "Três Notas para um Bossa", dos alunos de cinema do Centro Europeu. Lançamento sexta -feira, 20 horas, na Cinemateca. entrada franca.


quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Matamos a pau nas últimas apresentações. Domingo tivemos a platéia mais receptiva que, com risadas, nos emanava mais energia para emanarmos mais magia teatral. Amo meus amigos do grupo TODOMUNDONÚ, que partirão com a peça para o fringe. Vou parar por uns tempos pra cuidar da sáude, preciso operar o pé como consequência de outra cirurgia mal feita, depois de tê-lo quebrado, preciso emagrecer, fortalecer o corpo.... Mas estarei em pensamento e alma com meus amigos, e devo voltar aos palcos no fim do ano que vem. Nesse período, estudarei muita teoria. Meus amigos são Aaron, Amaranta, Andressa, Débora, Ithamar, Júnior, Magali, Maíra, Mima, Ricardo, o diretor Alexandre Bonin e também Mauro Mueller, que escreveu essa pérola na sua coluna no site Altos Agitos.
EU APRENDO ESSE TEATRO
ONDE MENTIMOS DE VERDADE
FINGIMOS SEM MALDADE
BRINCAMOS COM O CORPO
JOGAMOS COM A MENTE
GRITAMOS DE LEVE AS PALAVRAS
EU APRENDO ESSE TEATRO
DA BOCA PARA DENTRO
DA ALMA PARA FORA
COMA AUTORIZAÇÃO DE DEUS
REMOVE PRECONCEITOS
REMOVE HISTÓRIAS
EVITA O ÓBVIO
LEVITA A MENTE
EU APRENDO ESSE TEATRO
QUE IMITA A ARTE DA VIDA
QUE IRRITA OS PALCOS
QUE PROVOCA AO MÁXIMO
VEJO O MUNDO
SEM VENDAR MINHA VIRTUDE
VENDO UM FUTURO
TENHO O TEATRO COMO ALMA

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

by cláudio bettega, em 10.08.1998

Cleidenarda saiu. Quis sair, então saiu. Talvez não devesse, quem sabe mesmo não pudesse, mas não adianta, quis sair, saiu. Saiu Cleidenarda, Cleidenarda saiu. Saiu e saiu, pronto. Assim, pelo portão, como todo mundo. De blusa, calça e sapato ela saiu. E quando saiu, assim, pelo portão, de blusa, calça e sapato, Cleidenarda foi em direção ao ponto de ônibus. Como todo mundo ela foi, caminhando, olhando em volta e tudo o mais. Foi. Saiu, passou pelo portão e foi ao ponto de ônibus. E quando lá chegou, ao ponto, depois de passar pelo portão vestindo blusa, calça e sapato e caminhar olhando em volta, Cleidenarda começou a esperar o ônibus. No ponto, Cleidenarda esperava o ônibus, ônibus desses grandes, com roda, motor e carroceria. Carroceria bem grande, porque o ônibus que Cleidenarda estava esperando, depois de sair pelo portão e caminhar até o ponto, era grande, bem grande, desses que carregam gente. Essa gente que vai no ônibus grande que Cleidenarda estava esperando no ponto, depois de sair pelo portão e caminhar, deve também sair, do mesmo jeito que Cleidenarda, passando pelo portão, de roupa e tudo. E depois deve caminhar olhando em volta e chegar ao ponto. Aí, quando chega ao ponto, todo mundo espera o ônibus e entra nele, onde cabe bastante gente, porque ele é bem grande. E todo mundo que entra no ônibus é gente, mas lá dentro vira gado, porque o motorista é grosso.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

sábado e domingo detonei. detonamos todos. sábado bom público, domingo pouquíssimo. ontem, segunda, também pouco público. e, de acordo com nosso diretor, joguei meus textos fora. tava muito mal. mas estou felicíssimo por poder estar exercitando teatro nesse grupo lindo que é o TODOMUNDONÚ, duca em todos os aspectos. e merda pra nós, que sexta, sábado, domingo e segunda tem mais.

sábado, 17 de novembro de 2007

PUTZ!

Estréia. Textos deliciosos do João Gilberto Noll, 40 mini contos entrelaçados. Expectativa, pressão e... logo na minha primeira fala, caiu o sistema, cadê o texto, onde foi parar? Improvisar o que agora? Pendi a cabeça, sofri, retomei. Segunda fala: começou bem , dois textos colados e, no segundo... pô, de novo tilt?!, o texto, deletaram daqui? Abaixei a cabeça, me condoí comigo mesmo e continuei. Depois acertei tudo no resto da peça. Havia acontecido só uma vez, quando na montagem “Jesus Era Homem Por Isso Tinha Desejos”, de Treat Serpa, no Teatro Saltimbancos, festival de 2005. Mas na ocasião consegui improvisar bem, me safei. Participei de sete peças como ator estudante, fora quatro exercícios de meio de ano do Pé no Palco. Troquei palavras algumas vezes, esqueci outras, mas sistema cair assim... primeira vez. Espero, rara, não diria última, é mais normal do que o público pensa acontecer isso. Mas hoje tem mais, sempre é tempo de aprender e corrigir.

domingo, 4 de novembro de 2007

TODOMUNDONÚ EM CENA

Amigos, estarei no palco da escola Pé no Palco nos dias 16,17,18,19, 23, 24, 25 e 26 de novembro, ás 21 horas (segundas às 20 horas) com a peça "Mínimos, Múltiplos, Comuns". O grupo TODOMUNDONÚ, em que entrei neste ano, se debruçou sobre a obra homônima de João Gilberto Noll e, sob a direção de Alexandre Bonin, se preparou para mostrar fazer O espetáculo. TODOMUNDOLÁ!!!!!!!!

sábado, 3 de novembro de 2007

Aí está o site do Curitiba Literária, grande evento de literatura a começar segunda-feira na capital.

http://curitibaliteraria.multiply.com/

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Beijo das Orquídeas






Fui novamente ver Beijo das Orquídeas, que já saiu de cartaz, mas, segundo projeto original, se transformará em filme em 2008. A peça é muito envolvente, com renovação de interesse constante. O texto metafórico das dramaturgas Priscylla Biasi e Virgínia Bosch é de um bom gosto incrível. Trata delicadamente de uma realidade dos anos 20 no Brasil, em que o preconceito e a ignorância querem esconder as verdadeiras mazelas do patriarcado nacional. O fazendeiro (Ibrahim Mansur) tem um filho fora do casamento (Ricardo Alberti, também cenógrafo), que é seu empregado na fazenda e gerado por uma empregada, seu outro filho é gay (Júnior Ventura e Ricardo Juchem), por isso odiado, e uma de suas filhas, aparentemente esquizofrênica (interpretada por Priscylla, que assina também a direção), é na verdade a sensibilidade em pessoa, tem visões espirituais e sofre abuso do noivo (Fábio Polak) da irmã (Andressa Bianchi) que a quer longe, internada em sanatórios. A esposa do fazendeiro (Kaká Hilgert) mantém um caso com o médico da família (Ithamar Kirshner). Completa ainda o elenco Débora Corrêa, que dá vida à empregada da sede da fazenda. A trama e suas nuances envolvem o espectador e o fazem pensar sobre a condição humana, por vezes podre, por vezes iluminada. A relação entre a história dos personagens e a flor Orquídea é um poema teatral muito bem costurado. Esperamos agora ansiosamente pelo filme.



quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Escrevi isso no primeiro ano de aulas de teatro.


Desligo-me do real, busco agora o que há de fantasia no mais recôndito compartimento mental. Quero a alegoria, quero a alegria, quero a não-dor a todo custo, quero esquecer o passado torpe. Penso num gesto teatral, numa performance de movimentos e palavras em língua estranha - isso, o estranhamento, o absurdo, a desconstrução. Criar o não descritível, criar o total inaudito, criar o que pode ser feito a partir do nada, ou apenas a partir de mim mesmo, mas sem referências prévias. Criar o que o corpo e o espírito determinam. A essência do ser em busca do movimento único, que só ele pode determinar, que só o seu eu pode determinar. O indivíduo na esfera do nascimento da ação, do nascimento da inédita encenação. Fortes ou opacos, os movimentos nascem e querem cor e brandura, querem equilíbrio na sua desenvoltura. Força teatral, força da arte em estado total, anêmicos ventos de derrota se foram, vivem agora apenas flores e gestos que apaixonam.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O Beijo das Orquídeas


Quando os verdadeiros loucos são os repressores. Quando a segregada é a sensibilidade em pessoa. Quando uma flor pode significar morte ou vida. Atuações bonitas de jovens atores. Direção precisa da jovem atriz e dramaturga Priscylla, que divide o texto com Virgínia. Cenário aconchegante do ator e arquiteto Ricardo. Metáforas, espíritos, poesia, teatro. No espaço 2, de quinta a domingo. Ontem foi a estréia, sábado irei novamente para poder tecer melhores comentários. Mas o que fica é: beleza.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Poemas do Aaron

Apresento aqui dois poemas de meu amigo e colega de teatro Aaron Ramathan, que além de escrever poesia, compõe músicas ao violão e atua muito bem. Merda, brother!!!!


O Vinho

De um simples gole de vinho
Abuso o copo
não tenho pena deste litro que se esvazia
e nem raiva por me deixar só
Sou simples no olhar
Sinto seu cheiro
E vou logo cantar
Desta fruta que mancha a boca
Resta a mente
Espandindo aquilo que chamo
Pensamento


Insenso

Com um perfume suave
vejo a beleza na fumaça
que hora sublime e imensa
ora retilínia e escassa
como lenços que se dobram leves
um balé de magia sopra
e ao céu, seu fluxo segue calmo
imagino a paz e a perfeita harmonia
a cinza cai como despenca um côco
vai se acabando ao som de harpas
e cada vez mais mudo
volto escutar as freiadas

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

TALENTO

É com talento que se
vence o tempo,
produz-se o invento,
mata-se a pasmaceira e se
muda o comportamento.
É com talento que se
sobe ao palco, seja ele
real ou metafórico,
seja para se encenar um
drama ou declamar
um poema eufórico.
É com talento que um
mambembe qualquer vive,
passa a ser estrela e nos
transfere a mambembice. Foi com talento,
modéstia às favas,
que compus este breve
momento de poesia,
acabando com um tormento na
minha cabeça,
que nada tem
de vazia.

em 03.05.2007, by cláudio bettega


sexta-feira, 14 de setembro de 2007

MAIS UM BROTHER POETA!!!!!!!



Conversa Cotidiana
( João Kozak)

Um olho!
Tinha retina, cristalino
e pupila (dilatada)
Me sorriu, conversou
e... beijou.
Quando se consumou,
Largou- me como mão contra o fogo.
Olhou ao lado, piscou, fechou- se.
Contudo notou noutro olho (o meu)
Puro desejo.
Além de desejo,
Possui luz,
Um torpôr de reveillon.
Entretanto, em lágrimas
Molhado de amor.
Encarou- me fulminante
e deu- me a nuca.

"Minha loucura é exatamente pura, a medida em que minha sanidade é invariável bruta"
os olhos vermelhos demonstram o choro amarrado
um susto um soluço agora um pranto irrepresado
tudo o que sente é sofrimento cerrado
a busca da lembrança do que não lhe foi
uma água uma cerveja um beijo um oi
a força do canto de uma voz macia
a canção popular que de saudade vicia
sonhos contaminados de melancolia
aqui meu desejo que a vida se transforme em harmonia


by cláudio bettega, em 11.09.2007

domingo, 2 de setembro de 2007

Abro todas as janelas
que me ofereçam você na paisagem
quero te ver no campo
na cidade
na miragem
Empreendo todas as estratégias
que te façam cair na minha rede
por você sinto amor
fome
sede
Te dou de presente meu eu
pra você me amar como eu te amo
pra você ser minha
como sou teu

by cláudio bettega, em 20.07.2005

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

um POETA
tem que ser
direto
não pode ficar
de treta
o negócio é ter
papo reto
falar de
cara limpa
e palavra inteira
a poesia/verdade
em cima
da pinta
mesmo que da
pior maneira


by cláudio bettega, em tempos idos

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Publiquei o post abaixo no blog antigo no dia 29 de junho de 2007, antes do movimento dos ricaços paulistas vir à baila.


Cansei. Há dias não leio a parte de política da Folha de S.Paulo nem da Gazeta do Povo, os dois jornais que assino. Minha coluna preferida de política deixou de ser a do Clóvis Rossi, agora é a do Zé Simão, aliás nosso melhor cronista político e social. O Jabor parei também de ouvir na CBN. É tanta coisa acontecendo, tantos escândalos, tanta sacanagem, que me esgotou o saco de acompanhar a política brasileira e até a mundial. Prefiro reler os diálogos de Platão, O Príncipe do Maquiavel, vários filósofos, romances, poesia, do que perder em torno de uma hora diária lendo sobre uma política que não tem arte, só mutreta (ou essa mutreta seria a verdadeira arte da política?). Nesta semana, me dediquei só a decorar o texto do curta metragem “Patrulha”, dos alunos de cinema digital do Centro Europeu, no qual farei uma participação. Semana que vem serão as gravações, e dia 08 tenho também uma apresentação teatral no Pé no Palco, na qual encenaremos esquetes que criamos no improviso. Prefiro a minha verdadeira arte. E os senadores corruptos que se fodam.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007






Recebi a homenagem abaixo do Fernando em segunda-feira, 5 de julho de 2004



Um AMIGO
O que direi é simples, porém, profundo!!! O motivo que me leva a escrever este post refere-se ao presente que ganhei e que é de extrema valia.


Numa palavra, poesia
Num gesto, abraço
Uma verdade, olhar
Num grito, protesto
Nas ruas, grandeza
No palco, entrega
Na poesia, profundidade
No geral, qualidades
Em minha vida, Meu amigo


Discorrer sobre uma pessoa, ou simplesmente pensar. Ver no olho a alma de um artista que tem no sangue o que o pulsa e o move, a arte. O que posso fazer é simplesmente agradecer a Deus por me proporcionar um grande amigo


Abraços Cláudio Henrique Franco Bettega
A imagem abaixo é de sábado último, 11.08.2007. Encontrei meu querido Fernando para discutirmos teatro, literatura, sociedade, vida. Deus também me presenteou com um grande amigo.
Vamos lá, Fela Duca!!


sexta-feira, 10 de agosto de 2007

descubro tua úmida gruta coberta de pêlos
mordo inebriado as bordas em relevo
minha língua penetra tua cavidade ácida
quero-te latejante a receber minha prática
agora preparo a arma principal
que direciono para o deleite total
monto sedento por sobre o triângulo
e berro o êxtase a cada estocada
meu véu abdominal roça a pele tenra
o tesão se faz louco, te deixa mais atirada
pedes mais e me engoles a orelha
me sugas a língua e me fortaleces o desejo
ofertamo-nos créditos para novo excitante ensejo

by cláudio bettega, em 09.08.2007

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Sobre heranças

O governo Lula em seu primeiro mandato começou decepcionando petistas históricos, pelas nomeações indevidas, pelo imobilismo travestido de marquetagem tipo fome zero, pelas expulsões dos chamados radicais que na verdade eram os autênticos petistas. Logo depois, Lula falava em espetáculo do crescimento e herança maldita. O espetáculo de pouco crescimento foi devido ao que Malan e FHC plantaram: estabilidade da moeda, equilíbrio fiscal, cenário favorável que sofreu desestabilizações apenas pelo risco PT. Foi preciso uma continuidade da política vigente, exercida até de modo exagerado, para que se visse que Lula não era risco. A herança nesse quesito foi mais que bendita, Lula colheu e discursou como se fosse obra dele. Mas o apagão aéreo de hoje mostra o quanto de falta de política de infra-estrutura o FHC deixou de aplicar. É claro que isso não absolve o imobilismo do atual governo. Pires demorou demais a cair, o presidente ainda se deslumbra com seu cargo e pouco governa. Mas o que Mantega falou, de que há mais pessoas viajando pela melhora da economia, não é cabotinismo. Faltou realmente uma política de infra-estrutura no pais, já víamos inclusive apagão elétrico anos atrás. O Brasil pouco cresce, e quando cresce esse pouco, não sabe crescer.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Mesa do Café do Teatro, 16.08.2005

Desoprimida
a última lágrima
criativa
que me escorre
em poema
Ativada
a vontade de perpetuar
o choro/banho
de poesia
Aqui está o
momento gravado
ao findar
do dia


Teu seio
flor doce
perfume macio
a provocar
o latejo
do meu tesão
Teu beijo
sabor perpétuo
a abrir
meus canais
de emoção


mar de
felicidade
respirar teu ar
por toda a
eternidade


rasguei a
garganta
com um grito de
paixão
meu peito se
agiganta
com seu toque de
tesão
minha vida se
encanta
com seu
beijo/imensidão


escutei tua voz
perdida
gemida
oprimida
quero te curar
qualquer ferida
quero te ter
quero te ser
quero tua
Vida
me dá uma
chance
que te envolvo
num delírio
de romance


anexei
um arquivo
no teu recinto
acessei
um site
com meu pinto
te devassei
com um vírus
de amor
bem limpo


te apedrejei
com meu pecado
quente visão
pintei um quadro
tintas fortes
sem recato
delírio fescenino
de menino
perdido em telas
e palavras
um pobre bardo
a escrever um poema
saído do seu
retardo


Cala o bico,
poeta!!
Tira esse teu
brinco e
te remete à realidade
aqui da vida!!
Teu verso é
nada,
teu eu é nada,
tua luta
é nada!!
Para de verter
versos inúteis
porque a palavra
aqui no real
é puramente
produto comercial!!
Deixa de te achar
invento
porque tua existência
é fora do tempo!!
Deixa de inventar
brincadeiras porque
a realidade aqui
não é lúdica!!
Lúnático inútil,
carta fora do
baralho, ficas aí
pensando que és
artista ducaralho...
Pobre ser,
nada és,
daqui a pouco
nem tostão terás
para vestir
teus pés!!

BUSCA

Meu amigo ator, dramaturgo e acadêmico de letras Gabriel Dória Rachwal deu seu parecer sobre meu livro de poemas"Busca".



Sentimentos transbordam dos poemas. O aclamado poeta-engenheiro João Cabral de Melo Neto sofreria revoluções intestinais caso pudesse entrar em contato com os poemas de Cláudio Bettega. O eu aparece, sem rodeios, em algo em torno de 99% dos poemas. Sem medo de ser tachado de sentimentalóide o poeta coloca seu coração pra pulsar a menos de um palmo da fuça do leitor. O poeta não faz isso sem se defender, afinal é exposição demais em tempos ferozes como o nosso. Pra chorar e falar despreocupadamente hoje em dia, só mesmo marcando consultas psicoterapêuticas. A defesa que o poeta encontra é a auto-crítica. O livro está recheado de poemas que questionam o seu próprio fazer poético. É possível encontrar, até mesmo, um poema inteiro denegrindo a poesia:
"poesia vadia
pedaço de carne destroçada
detrito-excremento do intestino mental
pilha de palavras bagacentas (...)"
Outra característica dos poemas é trazer o leitor para perto do ato da criação poética. As rimas, muito presentes, vão embalando e fazendo a leitura ser fluida. No meio dessa fluidez o poeta fala sobre como faz, o que faz e para quê faz. Aqui vale a pena citar o poema inteiro, ele ilustra bem essa tensão entre expor-se e, ao mesmo tempo, defender-se:
"não estava muito a fim
de escrever um poema agora
mas a pena me chama
sentimentos me chamam
a vida me chama
para desovar verdades
sensações
vontades
expressar o que está escondido
feito pão amanhecido
transformar tudo em arte
poesia que faz parte
do movimento do mundo
do tempo
de cada segundo
abraçar a palavra
compor frases, versos,
desarmar a trava
de conceitos dispersos
plantar beleza
colher maravilhas
pra que enfim eu deixe
de me sentir uma ilha"
Os dois últimos versos explicitam/expõem o por quê escrever: o poeta quer se integrar, ainda que a sua maneira, ele busca uma integração. Não quer o estado de ilha e a escritura-catártica do poema parece aliviar o peso incômodo de se sentir uma ilha. Os demais versos falam do como escrever, é o poeta em sua oficina, expondo "o que está escondido". Somos levados a conhecer a intimidade do processo criativo. O poeta se faz acompanhar por seu leitor no ato de escrita. Ato este que sempre privilegia a livre intuição, o sentimento, o sentir, deixando de lado a razão. Um emblema dessa preferência é a negação de formas rígidas e dos metros, preferindo irmanar-se da tradição de poesia marginal. O que não nos impede de encontrar um soneto na página 68 e ver que o verso livre não é um dogma e que se o poeta achar que deve usar uma forma clássica, não verá problemas. As contradições que a razão pode detectar não são levadas em conta. "sentimentos me chamam" é o verso que lemos. Na página 34 temos um poema que começa de supetão: "vou derramar / a substância / da inconstância". Como vários outros, este poema começa rápido, tem rimas e fluidez, ninguém conseguiria dizer que é um poema racional. No entanto, lá pro fim do poema, parece que um lampejo de racionalidade afeta o eu-lírico que, por um instante, fica reflexivo e duas vírgulas quebram o ritmo embriagado do poema. Por três versos temos um questionamento racional: "e, enfim, nem sei porquê disse tudo isso aí" Voltando ao ritmo mais fluido o poema já dá uma possível resposta: "talvez para fazer poesia/ agora /aqui" Dada a resposta o livro segue em frente. Os obstáculos não têm força para cessar o surgimento de mais versos e poemas. Bettega é pura intuição. Seu senhor são as vontades e as pulsões. Por mais que haja rastro de imperfeição e a razão possa questionar, Bettega faz prevalecer a vontade. Os poemas eróticos mostram bem isso. Não há meias palavras, o desejo aparece com a força do presente do indicativo: "te penetro". É o desejo realizado em tempo real: no tempo da escrita, no tempo da leitura. Enfiar a cara no livro, seja pra ler, no caso dos leitores, ou para escrever, no caso de Bettega, é a chance de não ver a realidade a que um desses "anjos frustrados" (vide terceiro poema) nos destinou, e ter alguns bons momentos em meio às realizações que o papel permite.

domingo, 1 de julho de 2007

Do Baú

Resisti o quanto pude. Mas a dor da criação me impunha impulsionar a mera caneta barata no papel sem luz nem um teclado a comandá-lo. Qualquer erro, minha função "delete" será um risco por sobre a palavra errada. Fico aqui pensando no quão chato será depois digitar este texto. E torço para que ele muito não se estenda. Mas seria isso possível? É possível controlar o desejo de se perder em qualquer noite já perdida dentro de qualquer bar, qualquer antro, qualquer canto cheio de (des)encanto? Os olhos que perscrutam outros olhos embaçados, outros olhos perdidos, outros olhos sem função... O pulsar, o emitir, transgredir a fo(ô)rma de qualquer respiro sincopado... Sinopses de absurdos que brotam de argumentos tolos, arremedos de frases que se querem criativas mas não abandonam a origem obsoleta. Vai, caneta, vai. Tece a teia do enredo tosco, do regurgitar de vacuidades vocabulares. O mundo aí, em guerra e fome, e eu aqui, querendo que um poema um dia semeie a tempestade do amor à arte. A política em crise, a economia em crise, o homem em crise, e eu aqui. Estarei eu aqui em crise? Ou apenas derrubo o muro da paralisia para bem depor um sentimento roubado da minha própria alma encharcada de tédio? O quê vitamina a força do fraco? O quê enfraquece o eterno forte? Palavra e sorte, campo de flores amarelas que exalam um "perfume" podre, de carniça. Que flores são essas? Que cheiro é esse? Onde foram parar os jardins infantes que decoravam quadros e lembranças? Apetrechos ignóbeis, heranças vacilantes. Os sábios não querem mais participar da transformação, hoje quem assume o poder são os pústulas. Meus amigos finalmente assumiram o poder. E se tornaram inimigos, assumiram o tom de farinha azeda do mesmo saco. Vai, caneta, vai. Diga a que veio, preencha essas linhas de caderno barato. Caneta barata. Nem. Caneta brinde. Brindemos ao não. Brindemos ao nada. Brindemos ao mesmo. Brindemos ao sempre. A escória perdida, sem chegada, sem nem ponto de partida. As janelas virtuais pigmentadas por luz vomitando as escrotices de linguagem pútreda. O Brasil (inter)ligado na mesma cagação. E eu aqui. Interrompo meu quase dormir porque a caneta brinde me chamou. Chatuca. Agora tenho que ficar aqui, brincando de nada, em nada, pra nada. Um lapso, um flerte, um interregno dentro do cotidiano de cada ano. E vem ano, e se foram anos. 23horas25minutos. Há um livro na cabeceira. Há um travesseiro e uma coberta. E há o dia seguinte, que já já vai invadir meu mundo. Os passarinhos começarão a sinfonia do amanhecer. (Puta merda, esse clichê me doeu, mas não pude evitar). E a brisa orvalhada da manhã trará um novo respirar. (E o pior é que tem gente que escreve textos e textos só calcados nesses clichezões). Sim, e eu, não seria uma construção genética de clichês? Clichês incrustrados nas células, no DNA? Clichês sincré(ô)t(n)icos da psicosociologia humana? Vai-te, chato. Melhor mesmo pegar o livrinho - outro amontoado de clichês - e calar-te. E amanhã a grita continuará sendo pela mudança do modelo econômico e pelo excesso de desemprego Vai-te, chato. Cala-te e deita-te.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

MÉDICA

sensação única
pouco a pouco
abrir tua
túnica
e amar-te assim, formada
durante
toda a
madrugada
sentir teu gozo
intenso/imenso
depois de seis anos
imensos/intensos
minha doutora linda
nosso amor e
teu valor agora
te/nos brindam
EU não escrevo poesia
pra afiar os
talheres
e sair por aí
conquistando mulheres
A verdadeira pira
que me domina
é tentar fazer poesia sem
rimas, mas não tem jeito,
esta é uma das minhas
sinas
Engraçado...
De vez em vez, pra chupar gostoso
um peito basta rimar amor
com dor...
Tô fora!!
Quero esgarçar o verbo e
o verso, mesmo que isso me faça
perecer sem
valor...
Afinal, não quero ser
perfeito artista,
às vezes é melhor
passar por
altista
No mais, era isso
que tinha a dizer,
vou agora voltar à
minha vida bandida,
que se resume
em sofrer

by cláudio bettega, em 29.06.2007

Um Novo Espaço

Saí do blogger, agora estou no blogspot. Mas o cara-eu continua o mesmo, gostando e odiando política, gostando e odiando publicidade, e gostando cada vez mais de teatro, cinema e literatura. Bem-vindos amigos!!!!