quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Matamos a pau nas últimas apresentações. Domingo tivemos a platéia mais receptiva que, com risadas, nos emanava mais energia para emanarmos mais magia teatral. Amo meus amigos do grupo TODOMUNDONÚ, que partirão com a peça para o fringe. Vou parar por uns tempos pra cuidar da sáude, preciso operar o pé como consequência de outra cirurgia mal feita, depois de tê-lo quebrado, preciso emagrecer, fortalecer o corpo.... Mas estarei em pensamento e alma com meus amigos, e devo voltar aos palcos no fim do ano que vem. Nesse período, estudarei muita teoria. Meus amigos são Aaron, Amaranta, Andressa, Débora, Ithamar, Júnior, Magali, Maíra, Mima, Ricardo, o diretor Alexandre Bonin e também Mauro Mueller, que escreveu essa pérola na sua coluna no site Altos Agitos.
EU APRENDO ESSE TEATRO
ONDE MENTIMOS DE VERDADE
FINGIMOS SEM MALDADE
BRINCAMOS COM O CORPO
JOGAMOS COM A MENTE
GRITAMOS DE LEVE AS PALAVRAS
EU APRENDO ESSE TEATRO
DA BOCA PARA DENTRO
DA ALMA PARA FORA
COMA AUTORIZAÇÃO DE DEUS
REMOVE PRECONCEITOS
REMOVE HISTÓRIAS
EVITA O ÓBVIO
LEVITA A MENTE
EU APRENDO ESSE TEATRO
QUE IMITA A ARTE DA VIDA
QUE IRRITA OS PALCOS
QUE PROVOCA AO MÁXIMO
VEJO O MUNDO
SEM VENDAR MINHA VIRTUDE
VENDO UM FUTURO
TENHO O TEATRO COMO ALMA

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

by cláudio bettega, em 10.08.1998

Cleidenarda saiu. Quis sair, então saiu. Talvez não devesse, quem sabe mesmo não pudesse, mas não adianta, quis sair, saiu. Saiu Cleidenarda, Cleidenarda saiu. Saiu e saiu, pronto. Assim, pelo portão, como todo mundo. De blusa, calça e sapato ela saiu. E quando saiu, assim, pelo portão, de blusa, calça e sapato, Cleidenarda foi em direção ao ponto de ônibus. Como todo mundo ela foi, caminhando, olhando em volta e tudo o mais. Foi. Saiu, passou pelo portão e foi ao ponto de ônibus. E quando lá chegou, ao ponto, depois de passar pelo portão vestindo blusa, calça e sapato e caminhar olhando em volta, Cleidenarda começou a esperar o ônibus. No ponto, Cleidenarda esperava o ônibus, ônibus desses grandes, com roda, motor e carroceria. Carroceria bem grande, porque o ônibus que Cleidenarda estava esperando, depois de sair pelo portão e caminhar até o ponto, era grande, bem grande, desses que carregam gente. Essa gente que vai no ônibus grande que Cleidenarda estava esperando no ponto, depois de sair pelo portão e caminhar, deve também sair, do mesmo jeito que Cleidenarda, passando pelo portão, de roupa e tudo. E depois deve caminhar olhando em volta e chegar ao ponto. Aí, quando chega ao ponto, todo mundo espera o ônibus e entra nele, onde cabe bastante gente, porque ele é bem grande. E todo mundo que entra no ônibus é gente, mas lá dentro vira gado, porque o motorista é grosso.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

sábado e domingo detonei. detonamos todos. sábado bom público, domingo pouquíssimo. ontem, segunda, também pouco público. e, de acordo com nosso diretor, joguei meus textos fora. tava muito mal. mas estou felicíssimo por poder estar exercitando teatro nesse grupo lindo que é o TODOMUNDONÚ, duca em todos os aspectos. e merda pra nós, que sexta, sábado, domingo e segunda tem mais.

sábado, 17 de novembro de 2007

PUTZ!

Estréia. Textos deliciosos do João Gilberto Noll, 40 mini contos entrelaçados. Expectativa, pressão e... logo na minha primeira fala, caiu o sistema, cadê o texto, onde foi parar? Improvisar o que agora? Pendi a cabeça, sofri, retomei. Segunda fala: começou bem , dois textos colados e, no segundo... pô, de novo tilt?!, o texto, deletaram daqui? Abaixei a cabeça, me condoí comigo mesmo e continuei. Depois acertei tudo no resto da peça. Havia acontecido só uma vez, quando na montagem “Jesus Era Homem Por Isso Tinha Desejos”, de Treat Serpa, no Teatro Saltimbancos, festival de 2005. Mas na ocasião consegui improvisar bem, me safei. Participei de sete peças como ator estudante, fora quatro exercícios de meio de ano do Pé no Palco. Troquei palavras algumas vezes, esqueci outras, mas sistema cair assim... primeira vez. Espero, rara, não diria última, é mais normal do que o público pensa acontecer isso. Mas hoje tem mais, sempre é tempo de aprender e corrigir.

domingo, 4 de novembro de 2007

TODOMUNDONÚ EM CENA

Amigos, estarei no palco da escola Pé no Palco nos dias 16,17,18,19, 23, 24, 25 e 26 de novembro, ás 21 horas (segundas às 20 horas) com a peça "Mínimos, Múltiplos, Comuns". O grupo TODOMUNDONÚ, em que entrei neste ano, se debruçou sobre a obra homônima de João Gilberto Noll e, sob a direção de Alexandre Bonin, se preparou para mostrar fazer O espetáculo. TODOMUNDOLÁ!!!!!!!!

sábado, 3 de novembro de 2007

Aí está o site do Curitiba Literária, grande evento de literatura a começar segunda-feira na capital.

http://curitibaliteraria.multiply.com/

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Beijo das Orquídeas






Fui novamente ver Beijo das Orquídeas, que já saiu de cartaz, mas, segundo projeto original, se transformará em filme em 2008. A peça é muito envolvente, com renovação de interesse constante. O texto metafórico das dramaturgas Priscylla Biasi e Virgínia Bosch é de um bom gosto incrível. Trata delicadamente de uma realidade dos anos 20 no Brasil, em que o preconceito e a ignorância querem esconder as verdadeiras mazelas do patriarcado nacional. O fazendeiro (Ibrahim Mansur) tem um filho fora do casamento (Ricardo Alberti, também cenógrafo), que é seu empregado na fazenda e gerado por uma empregada, seu outro filho é gay (Júnior Ventura e Ricardo Juchem), por isso odiado, e uma de suas filhas, aparentemente esquizofrênica (interpretada por Priscylla, que assina também a direção), é na verdade a sensibilidade em pessoa, tem visões espirituais e sofre abuso do noivo (Fábio Polak) da irmã (Andressa Bianchi) que a quer longe, internada em sanatórios. A esposa do fazendeiro (Kaká Hilgert) mantém um caso com o médico da família (Ithamar Kirshner). Completa ainda o elenco Débora Corrêa, que dá vida à empregada da sede da fazenda. A trama e suas nuances envolvem o espectador e o fazem pensar sobre a condição humana, por vezes podre, por vezes iluminada. A relação entre a história dos personagens e a flor Orquídea é um poema teatral muito bem costurado. Esperamos agora ansiosamente pelo filme.