terça-feira, 22 de julho de 2008

CAFAJESTE, by bettega

Por que será que as mulheres gostam tanto de cafajeste? O que tem nessa figura tão questionável que deixa uma fêmea em estado latejante, provocando a vazão de seus ácidos que serão lavados depois em baixo da ducha?

Iara, 33 anos. Conheceu Gomes num site de relacionamentos. Conversa vai, conversa vem no msn, Iara recebeu o impulso para seu furor: sou casado.
“Ai. Que cafajeste! Que faz num site de relacionamentos? Procurando mais alguma vagabunda, não está satisfeito com a bosta com que casou?”
Iara queria porque queria ver a foto do desgraçado. Pediu mandar no e-mail.

“Nossa, que lindo. Será ele mesmo? Ai, um tapa dessa mão na minha bunda... no meu rosto, ai! Não quero nem pensar. Isso, pensar não. Quero mais é receber!!”

Resolveu marcar encontro. Cafezinho no centro, quem sabe. Gomes relutou, muito ocupado, talvez semana que vem. Iara foi latejando cada vez mais.

“Sim, homem como esse não dispenso, amiga. Imagine, casado, 44 anos, disse que dois filhos, um menino e uma menina. 44 anos!!!! Totalmente dentro da saúde!!”

Finalmente chegou o dia. Foi com um amigo. Propôs, sem delongas, ménage a trois. Iara enlouqueceu por dentro. Sua calcinha ficou úmidíssima. Mas interpretou indignação. “Pensam que sou o quê?”
“Não pensamos, sabemos o que você é.” Desenhou no ar a mão pronta para o tapa. A mão de Gomes evitou o movimento num aperto. Ela quase resfolegou de tesão. Aquela mão suada, enorme, agarrando seus delicados dedos que tanto a enlouqueciam na eventual intimidade solitária

“Me solta, seu... seu...”

“Diga, isso, diga: cafajeste! Ca-fa-jes-te”

Iara não conseguiu evitar a saliva que escorreu pelo canto da boca trêmula. Foram os três para um Motel na Saldanha Marinho.
“Quatro horas, seis camisinhas.”

Dia seguinte, ainda cansada, Iara encontra a confidente. Diz que ficou louca, não conseguia parar de gozar. Paus enormes, posições todas as possíveis, habilidades únicas. Que marcaram mais pra terça-feira às duas da tarde.

“Quero ir junto.”

Foram os quatro para o mesmo Motel, agora seis horas e doze camisinhas.


Bateram na porta. Muitos berros, incômodo. As duas puseram lençóis na boca. E começaram a mais cavalgar e abrir as pernas a levar dedadas linguadas estocadas loucas ficaram ai meu amor vocês são doidos vem cá Iara quero te lamber também lésbica eu não sabia era sou sim e você é meu tesão ai pintão isso no fundo me tira gosma do cu vídeo? pra quê só vocês nos destroem Iara que buceta doce é tua amor depois te quero ali no banheiro ai ai ai ai mais mais mais...

Iara e a confidente, agora namorada, entraram juntas na internet. Dedo na tecla, dedo nas bucetas, chupa daqui, acha homem gostoso dali, foram fazendo amigos e tinham encontros saudáveis todas as semanas e mais se davam no Motel da Saldanha agora com descontos pro quarto (sempre o mesmo) e fornecimento de graça das camisinhas.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

poemas do brother João Kosak



Se essa rua fosse minha

Admiraste o fato
Que de um beijo
Um agrado,
Pronunciaste mais um ato.
Como ilusão perdida,
como o nú na relva
Conheceste vida,
E entranha-se como ar
Pois propósito fajuto
O nojo para amar,
E quem ousaria e diria
Mesmo de mentira
Que raiaste o dia?
Contudo,
Nem mente insana
Nem homem de fossa e lama
Lhe anunciaria tal absurdo.
E se este é teu,teu sonho!
Agarra- te a ele
Até se perder,
Até... me perder.



Emocionado e emocionante

Rubro amor despercebido
Onde chora o amante
Acre o gosto da discórdia
Ignorância retumbante.
Rica mente chorosaque edifica mirabolâncias
Que bate no peito
Causando- me ânsias.
Trago boas novas:
No seio da mentira
Erradicou- se as mentes nossas.
Trago boas novas:
Que nessa discussão de pessoas
Prefiro parar, e falar com rosas.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

eu precisava ver você agora
eu queria uma bebida forte
e um pouco de sorte
para entender porque a paz foi embora
você some e me some
essa distância me consome
meu pensamentos se alvoroçam
minhas emoções se despedaçam
cada latido de um cão
perdido
é parecido com meu
gemido
minha força já se esvaiu
minha pressão caiu
meus sonhos não sonham mais
nem eu mais conto carneirinhos
para dormir
a realidade por si só
me anestesia
encontro apenas um copo
na madrugada vazia



by cláudio bettega, em 21.08.2005