quinta-feira, 22 de abril de 2010

me perco na perda,
a perda que me seda;
me escondo no escuro,
o escuro que me cega.

procuro uma fresta
por entre as sedas
dos lençóis da
melancolia,
quero mil passos além
da letargia.

buscando a busca
do futuro,
do porto seguro,
arrasto meu coturno
e suo meu bestunto.

meu corpo,
em mórbida lamúria,
me limita a vida,
seu som e sua fúria.

a voz que me roubo
rouba a cena do apedrejamento,

o punhal com que me firo
há muito me segue em giros,
palavras, muitas vezes,
alvejam como tiros.

o lamento de agora
vai terminando –
o muro já me serviu,
a cabeça já partiu...

resta adormecer as feridas,
sonhar com os anjos,
com as musas,
apagar as pegadas doídas
e, em resfolegares brandos,
expurgar as imagens
confusas.

cb, 23.04.2010

00hs56min - 01h03min

A tela do laptop está sangrando. Há chagas escondidas na sua luz, há palavras escondidas na sua cruz. Palavras que ora recolho e regurgito, ora recolho e as transmito. A transmissão é imediata, o céu infoway é infinito, as chagas se abrem em conflito, a rede me grita um grito aflito. Não quero a podre discórdia da obtusidade imediata, não quero a metade do entendimento, quero sabedoria em todo e qualquer vento. Célebres anônimos se perdem, anônimos célebres não convergem, pastas de pastiches me apedrejam, gotas pastosas em linhas de texto rastejam. As estrelas brilham a explosão, os cérebros geram a combustão, as teclas dão acesso à ilusão. Quero aqui agora seu sorriso sacana me tirando um sarro, quero aqui agora sua força do meu lado. As gotas saguíneas de mensagens vão dormir, publico no blog este porvir, me deito e em sonhos vou sorrir.



estou meio doído.
Distraio-me e abstraio-me deste mundo tão sem jeito, fico aqui sonhando, sentindo uma dor no peito. Quero o amor e a poesia, não quero uma noite vazia, quero tua companhia, tua alma, tua fantasia. Vamos caminhar pelo outono, sentir o vento sem dono, quero uma luz de folhas amarelas, quero a relva e sombras belas. Vou dar-te o meu espelho para que te vejas nua, vou sentir teus cabelos em meu nariz, em todo o meu rosto, vou deixar-te nua. Vamos sentir o sentimento mais lindo, o amor em estado infindo, vamos brotar juntos num mundo só nosso, agora quero te beijar toda, posso?

by me, um dia aí...
ah! Curitiba, Curitiba
Curitiba que te
estupro pelo
caminho
contigo não estou
sozinho
te sinto bela e
plena
te sinto
feito  poema
por mais que
tentes me cuspir
pra outro
quintal
meu amor por ti
é incondicional



esse poema escrevi para a peça do ano passado no pé no palco, homenageando a gélida de luís felipe leprevost, que, ao fim a ao cabo, é, claro, nossa curitiba

sábado, 17 de abril de 2010

quando é natural saber o saber é natural. e vice-versa.e versa-vice
bettega

quinta-feira, 15 de abril de 2010

eu preferia que o atletiba fosse na arena. seria vitória certa para o coxa . ARENA - Área Reservada a Eventos da Nação Alvi-verde. no couto, eu gostava mais da torcida do coxa nos fundos. ficava mais em casa, no aconchego, pra fazer festa íntima. quando colocaram a torcida na curva de entrada, disseram que era porque o coxa tinha que estar na entrada principal, que tinha tb a lojinha. mas agora a loja tá nos fundos de novo... sei lá, podemos estar com a torcida na frente, mas colocamos sempre por trás no atlético.

terça-feira, 13 de abril de 2010

ando sonhando sonhos elaborados demais. até me assusto. acho que vou voltar pra terapia...
são filmes comple(x)(t)os... eu hein...

cláudio pegou bettega no cantinho e disse:

cara, para de chororô escroto e PERCA ESSA PERDA, CARÁIO!!!!!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

bettega perdido num dia perdido aí...

AH, POETA!
por que insistes em
te manter vivo
se sentes que o
mundo não te
completa?
O que esperas da
vida se só
sabes chorar
no peito do
travesseiro e
depois escrever tua
agonia
em forma de
poesia?
AH, POETA!
tua linha
não é
curva nem
reta,
tua força
não é
surda nem
concreta.
Abatido,
te perdes pelas
veredas
a sujar
qualquer papel de
seda
com a tinta do
teu instrumento e
te reduzes
a um
jumento
quando imaginas
que isso
pode ser
material de
sustento.
AH, POETA!
erras pelos palcos
travestido de
matéria teatral
e sonhas com a
boca de cena
aberta a teu
talento natural...
AH, POETA!
como é difícil caminhar
tendo a arte como
meta.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

não sou santo

vieste em hora errada
meu corpo não quer mais nada
não tem mais amor pra dar
quase não consegue respirar
meus pensamentos estão dormentes
minhas chagas, quentes
sou território da dor
vivo agora imenso pavor
creio estarei putrefato
a qualquer próximo ato
a salvação é impossível
foi bom te conhecer, tão sensível
mas meu destino é o necrotério
e depois o cemitério

by bettega