quinta-feira, 27 de agosto de 2009

palavras e rimas repetidas
me mantém
as emoções contidas
quero voltar
a compor versos insalubres
quero o molho apimentado do verso esticado
derramar este inconsciente que se faz presente
nessa nobre canetada
em qualquer próxima rodada
meus olhos se perdem em nuvens de suor/ vapor de calor
não quero repetir a dose da cerveja cara
quero o melhor porre – a poesia rara
a mente em virtude e compasso produtivo
sem nunca julgar o desvario proibido


by bettega, um dia aí...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Texto da querida amiga Alice Springer

O pensamento não "entra", vive-se o pensar. É efêmero ou perene, depende da importância dada por quem pensa. É etéreo, mas pode virar realidade, depende de sua força. Mas dói. Consome. Liberta e aprisiona, pois quem raciocina não consegue viver como os outros, ser feliz com tanta injustiça... às vezes até tenta, mas não consegue se alienar; e sofre. É prisioneiro de sua lógica acutíssima e de seu humor negro. Muitas vezes é um pessimista ao ver dos outros; verdadeiramente, apenas enxerga as coisas de maneira mais clara, vê a verdade "nua e crua" (eu sei, isso é cliché...) e não se ilude. Racionaliza, sempre. Questiona. Insatisfaz-se...No entanto, esse sofrer tem de, no fim, valer à pena... as sementes do pensador hão de um dia florecer.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

a política nacional está me dando azia!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009



Você está com alguma dor? De que tipo? Vamos, diga logo. Diga aonde dói. Não tem coragem? Não mesmo? Pois o pessoal da Súbita Companhia de Teatro tem. E muita coragem, por sinal. Se a dor é só física, eles demonstram. Se é emocional, eles confessam. Seja uma dor repentina ou cotidiana... Em interpretações fortes em momentos intensos e líricos, com textos de criação coletiva durante o processo de montagem da peça, os vários tipos de dor, enfim, são abordados. Os corpos dos atores flutuam em planos altos, médios e baixos, em expressões que chegam até a driblar obstáculos. Tudo pra dizer aquilo que nós todos sentimos e muitos não tem coragem pra externar. Se dói, vou ao shopping, tomo remédios, grito, lamento, suspiro, choro, corro, danço... Porque dói mesmo estar conectado com tudo, o tempo todo. Porque dói viver.
A montagem marcou presença na temporada do Pé no Palco, ano passado, e no Festival de Curitiba , neste ano. Teve tanto gás que foi exibida mais uma vez, até ontem, no Espaço Dois. Só pude ver no sábado. E é ótimo poder ver pessoas queridas ganhando a cena teatral, com talento e muita, muita arte. E já espero nova temporada, pra ver de novo e chorar junto com a coragem de artistas de mostrarem o que muitos querem esconder. Esta, aliás, é uma das muitas funções do teatro.


Diga aonde dói – Súbita Companhia de Teatro

Direção:Maíra Lour
Produção: Daniel Kleiber
Atuação:Sol Faganello
Janaína Matter
Juliana Adur
Alexandre Zampier
Otávio Linhares