segunda-feira, 26 de novembro de 2007
by cláudio bettega, em 10.08.1998
Cleidenarda saiu. Quis sair, então saiu. Talvez não devesse, quem sabe mesmo não pudesse, mas não adianta, quis sair, saiu. Saiu Cleidenarda, Cleidenarda saiu. Saiu e saiu, pronto. Assim, pelo portão, como todo mundo. De blusa, calça e sapato ela saiu. E quando saiu, assim, pelo portão, de blusa, calça e sapato, Cleidenarda foi em direção ao ponto de ônibus. Como todo mundo ela foi, caminhando, olhando em volta e tudo o mais. Foi. Saiu, passou pelo portão e foi ao ponto de ônibus. E quando lá chegou, ao ponto, depois de passar pelo portão vestindo blusa, calça e sapato e caminhar olhando em volta, Cleidenarda começou a esperar o ônibus. No ponto, Cleidenarda esperava o ônibus, ônibus desses grandes, com roda, motor e carroceria. Carroceria bem grande, porque o ônibus que Cleidenarda estava esperando, depois de sair pelo portão e caminhar até o ponto, era grande, bem grande, desses que carregam gente. Essa gente que vai no ônibus grande que Cleidenarda estava esperando no ponto, depois de sair pelo portão e caminhar, deve também sair, do mesmo jeito que Cleidenarda, passando pelo portão, de roupa e tudo. E depois deve caminhar olhando em volta e chegar ao ponto. Aí, quando chega ao ponto, todo mundo espera o ônibus e entra nele, onde cabe bastante gente, porque ele é bem grande. E todo mundo que entra no ônibus é gente, mas lá dentro vira gado, porque o motorista é grosso.
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