Ah, poeta!
de que vale ser
poeta num
mundo cheio de pessoas
com alma que
apenas
escorre pelas
frestas
do pavor
pelo vulto
insepulto
do perdido vácuo
em constante inércia...
Ah, poeta!
o que queres
fazer com tua
poesia
se só te
defrontas com a
realidade vazia
da ignorância mais
crassa
que apenas
embaça
a tua possibilidade
de até mesmo
tirar lucro
a partir de
versos que chamas de
precioso invento
mas ouves quase sempre
ser algo
sem senso...
Ah, poeta!
proclamas tua
benção perdida
pela perdida noite
de mendigos bêbedos
invades os bares
choras todos os
pilares que não
te sustentam
pesado ser de idéias
airadas
que se querem
densas
sedentas
por ser o manifesto
que manifesta
tua dor
escondida
incapaz
de receber
acolhida
em alguma
esquina...
Ah, poeta!
ainda ousas
em momento pedante
achar-te a
cereja do bolo
e não percebes,
errante,
que o bolo
é podre e
tua cereja afunda
na profunda
impureza...
Ah, poeta!
crês que és
elite
do pensamento elaborado
mas és apenas uma
rima em semente
que não germina
e essa realidade
lançada
qual cuspe
à tua cara
nunca termina mas
insistes
na lida...
Ah, poeta!
por que não
desistes???
by cláudio bettega deprimido, em 04/05.08.2005
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street

terça-feira, 29 de abril de 2008
Absurdo (de) Divertido


No delicioso texto de Os Psicólogos Não Choram, Enéas Lour se permite diversas brincadeiras. Brinca com a própria função de dramaturgo, brinca com a psicologia, brinca com os atores - o própio Enéas, Ranieri Gonzáles e Gilda Elisa - em cena (e suas próprias consagrações na profissão), brinca com o teatro do absurdo, brinca com o público. Faz o que exatamente o teatro é para quem nele trabalha: uma divertidíssima brincadeira.
Sem contar a brincadeira com o próprio teatro paranaense e (seu) (sua falta de) público. Afinal os atores estavam em cena para mais uma "pecinha local, em plena sexta-feira e ressaca pós-festival". Deu vontade de assistir à peça em todos os dias, para saber quais as brincadeiras de cada sessão.
Pelo que sei, a temporada terminava domingo passado. Mas cabe mais.
como pelas beiras
o alimento da
minha poesia
das minhas veias
escorre
sangue negro e
gelado
sou apenas
um perdido
um alienado
nutro o amor
bandido
pelo mundo
letrado
mas sou mais um
poeta
sem talento
pouco sei
inventar
aqui neste meu
movimento
acho melhor largar
a caneta
fechar o caderno
e me esconder
em algum
inferno
by cláudio bettega frustrado, em 17.07.2005
o alimento da
minha poesia
das minhas veias
escorre
sangue negro e
gelado
sou apenas
um perdido
um alienado
nutro o amor
bandido
pelo mundo
letrado
mas sou mais um
poeta
sem talento
pouco sei
inventar
aqui neste meu
movimento
acho melhor largar
a caneta
fechar o caderno
e me esconder
em algum
inferno
by cláudio bettega frustrado, em 17.07.2005
segunda-feira, 28 de abril de 2008
HITCHCOCK BLONDE no ACT

Se Terry Johnson, autor contemporâneo que tem produzido muito e ganhado vários prêmios na Inglaterra, dá mostras em seu texto Hitchcock Blonde que é possível pensar a dramaturgia teatral como cinema, Paulo Biscaia não o decepciona na direção. Usando recursos que se tornaram freqüentes em sua companhia Vigor Mortis (como tela vazada para projeção de vídeos que se misturam ao atores no palco), desta feita foi além e produziu um espetáculo que pode ser visto em planos diferentes de linguagem, exibindo os atores em palco como se estivessem realmente na tela de cinema.
Assisti à peça como se estivesse filmando os acontecimentos com meus olhos, já que a dinâmica de cena e a agilidade dos cortes na direção se uniram a um texto muito afeito a estas possibilidades. Interessante que, ao mesmo tempo em que vemos atuação cinematográfica e recursos de vídeo, o próprio texto fala sobre cinema, retratando uma perfeita metalinguagem.
O universo de Hitchcock emerge da história quando suas idiossincrasias de diretor perfeccionista e ao mesmo tempo reprimido em relação às emoções são revisitadas. E isso se dá tanto na narrativa em que um professor de cinema e sua aluna pesquisam rolos antigos de filmes quanto na própria interação de Alfred com uma pretendente à diva/atriz.
Interpretado por Édson Bueno, o professor de cinema Alex tem uma tara por sua aluna Nicola (Rafaella Marques) e deixa isso claro a ela, resultando daí relação mais que profissional entre ambos. Já Hitchcock (Chico Nogueira), reprime ao máximo seus desejos pela sua diva Blonde (Michelle Pucci , linda em cena), substituindo interesse carnal pelo máximo de apuro técnico em seus estudos.
Os diálogos passeiam por várias questões ligadas à essa repressão, cabendo a Nicola tergiversar sobre o que realmente importa, se a relação carnal e emocional ou apenas a existência intelectual, e se ambas não poderiam caminhar juntas. Ao mesmo tempo em que cede ao seu professor, discute com ele intelectualmente. Mas o que realmente lhe interessa é a emoção. Já o professor, embora tenha investido em sua aluninha e atingido o intento, tem muita curiosidade intelectual e quase segue os passos de Hitchcock para esquecer-se dos desejos e dedicar-se totalmente ao cinema.
A relação entre o mestre do suspense e sua atriz transcorre numa tensão extremamente delicada, em que Blonde se revela sensual e provocativa para Hitchcock empreender seus estudos fílmicos de luz, planos, análise de atuação etc, e o diretor, na dele (!), frio e sublimador.
A cena final, que o leitor pode conferir quando for ao ACT, simboliza e dá fechamento a toda essa riqueza de discussões.
HITCHCOK BLONDE
Quinta a domingo, 21 horas, mais esta semana, no ACT.
sábado, 26 de abril de 2008
Achei no...
... blog do Solda esse casal de atleticanos. Devem estar se anestesiando antes do atletiba para encarar a mágoa...


quinta-feira, 24 de abril de 2008
Quero ser um poeta tão filho da puta
mas tão filho da puta
que ache rimas perdidas
até em uma perdida
gruta
puta poeta filho da puta que
eu vou ser
acharei versos jogados
em qualquer entardecer
Mas o que vai mesmo me diferenciar
nesse mundo poético do criar
é uma rima ducaralho
que eu vou inventar
afinal qualquer poeta
em seu momento sublime de esteta
já escreveu um poema sensível e bonito
e ali rimou, cheio de faniquito,
“amor” com “dor”
O que eu quero é,
num momento de epifania,
escrever um poema esquisito
e nele rimar, com sabedoria,
“feijão” com “doce-de-leite”
by cRáudio bettega, em 21.07.2005
mas tão filho da puta
que ache rimas perdidas
até em uma perdida
gruta
puta poeta filho da puta que
eu vou ser
acharei versos jogados
em qualquer entardecer
Mas o que vai mesmo me diferenciar
nesse mundo poético do criar
é uma rima ducaralho
que eu vou inventar
afinal qualquer poeta
em seu momento sublime de esteta
já escreveu um poema sensível e bonito
e ali rimou, cheio de faniquito,
“amor” com “dor”
O que eu quero é,
num momento de epifania,
escrever um poema esquisito
e nele rimar, com sabedoria,
“feijão” com “doce-de-leite”
by cRáudio bettega, em 21.07.2005
quarta-feira, 16 de abril de 2008
estou na lan
pensando no amanhã...
peraí crláudio, você já fez essa porra de rima antes
oH, so sorry
de vovo, como diz minha sobrinha-afilhada de quase trê anos!
estou aqui, no teclado,
tec tec
enquanto minha coluna faz
crec crec
crááááááudiuuuuu, você já fez essa rima
no seu antigo blog
chfbinconcert
ééééé?
ééééé... :(
então tá, não vou rimar fácil...
tô aqui só
pra dizer
que essa vida é difícil
de fuder...
rimou fácil, bró... mas não tenho
como desdizer...
pensando no amanhã...
peraí crláudio, você já fez essa porra de rima antes
oH, so sorry
de vovo, como diz minha sobrinha-afilhada de quase trê anos!
estou aqui, no teclado,
tec tec
enquanto minha coluna faz
crec crec
crááááááudiuuuuu, você já fez essa rima
no seu antigo blog
chfbinconcert
ééééé?
ééééé... :(
então tá, não vou rimar fácil...
tô aqui só
pra dizer
que essa vida é difícil
de fuder...
rimou fácil, bró... mas não tenho
como desdizer...
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Quero tua saliva
ativa
se misturando
à minha saliva
teu peito
em flor
encostado
a meu peito
Quero teu ácido
fervente
envolvendo
meu falo quente
teu cabelo
perfumado
escorrendo pelo
meu rosto suado
Quero teu gemido
ecoando
meu gemido
teu sentido
de prazer
num espasmo
desoprimido
Quero teu corpo
se fundindo
a meu corpo
no momento
do nosso orgasmo
by cláudio bettega safardana, em 10.01.2007
ativa
se misturando
à minha saliva
teu peito
em flor
encostado
a meu peito
Quero teu ácido
fervente
envolvendo
meu falo quente
teu cabelo
perfumado
escorrendo pelo
meu rosto suado
Quero teu gemido
ecoando
meu gemido
teu sentido
de prazer
num espasmo
desoprimido
Quero teu corpo
se fundindo
a meu corpo
no momento
do nosso orgasmo
by cláudio bettega safardana, em 10.01.2007
sexta-feira, 11 de abril de 2008

A Companhia VIGOR MORTIS merece há muito uma tese acadêmica por sua inovação. Já misturou teatro e quadrinhos, teatro e cinema, teatro e teatro, sempre exercitando o que, ao fim e ao cabo, independente da temática, interessa -linguagem. Já assisti a Morgue Story, Snuff Games, Graffics e, ontem mesmo, a GAROTAS VAMPIRAS NUNCA BEBEM VINHO. Pus-me a escrever sobre essa peça porque precisava, há algum tempo, falar sobre esse grupo. E, de quebra (mas não só por isso), tive como “colega” de platéia o aclamado ator e diretor Antônio Abujamra.
Creio que, nesta peça, o diretor Paulo Biscaia Filho atingiu um ponto inusitadissimo – conseguiu que a mistura da linguagem teatral e cinematográfica, que tanto sempre almejou, se desse ao extremo. Se em Morgue Story (aclamada com o Gralha de 2004) juntou teatro, vídeo e quadrinhos, em Snuff Games, a estética dos games com teatro, e em Graffics novamente quadrinhos com vídeo e teatro, agora Biscaia conseguiu que, ao interpretar teatralmente a peça, a personagem principal se misturasse aos vídeos, necessitando repetir no palco as “coreografias” projetadas na tela vazada. Interessante notar que, desta feita, a voz teatral se amplifica com microfone, ao contrário da outras peças, agora recurso que nivela atriz e vídeos de forma uniforme.
Não sei aqui resumir a história, sou péssimo pra isso, mas tento externar minha emoção ao ver linguagens sendo exercitadas de forma tão “maéstrica”, o que determina que o diretor e atores têm perfeito domínio sobre seu ofício. Michelle Pucci, por exemplo, poderia perfeitamente substituir as chatérrimas apresentadoras de telejornais, tão natural está no papel de “padrão globo de qualidade”. Mariana Zanette, que acostumada está a dialogar com vídeos, saiu-se muito bem nas já citadas interações com a tela. E falar do senhor das minúsculas e perfeitas e divertidas atuações, leandrodanielcolombo, é algo fora da minha parca vocação de resenhista. Mas não só de linguagem se vive. E a temática? Ora, ela se mistura à linguagem, é coadjuvante às vezes, protagonista outras tantas. Se foi insuficiente meu textinho para entender uma ou outra, ou ambas, o Mini-Guaíra está ali no lugar de sempre, levando a peça hoje, sábado dia 12 e amanhã domingo, e no próximo final de semana. E agora vou ler de novo Drácula de Stocker, assistir à Nosferatu do Lugosi, porque o pop GAROTAS VAMPIRAS NUNCA BEBEM VINHO está, no meu imaginário, ao nível deles.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
querida paty!!
sábado foi aniversário da minha querida amiga Patrícia Duarte. na sexta, comemoramos na aoca, quando escrevi esse poema. parabéns de novo, Paty Bela!!!!
Patrícia
maquinaímica carícia
aos olhos
ouvidos
ou quaisquer
gemidos
de um
homem canibal
grito fatal
de beleza
que sua natureza
faça muitos
aniversários
direitos ou
contrários
à lei
às leis
sua harmonia
sinfonia
sempre terá
vez
no meu coração
beijão!!!
Patrícia
maquinaímica carícia
aos olhos
ouvidos
ou quaisquer
gemidos
de um
homem canibal
grito fatal
de beleza
que sua natureza
faça muitos
aniversários
direitos ou
contrários
à lei
às leis
sua harmonia
sinfonia
sempre terá
vez
no meu coração
beijão!!!
terça-feira, 8 de abril de 2008
poeta revolto
Esgarçado em sustenido o som da última poesia que verti da minha alma vadia da minha cabeça vazia na última manhã fria com rima vértice corpo débil senso estéril mãe que embala o berço do perdido poeta torto morto grosso sem viés de poeta composto avassalado avacalhado pela ignorância forte protuberância de engodo roto rés do chão sem quinhão sábio apenas manejo otário repetitivo abusivo chato reprimido comprimido pela banalidade brutal sem força especial
by cláudio bettega, em tempos idos
by cláudio bettega, em tempos idos
terça-feira, 1 de abril de 2008
poema no spa
Dobro o sino
pequenino
sino de
ninguém
Digo amém
para mim mesmo
e tento ir
além
Abro o pranto
desmedido tal
pobre menino
Quebro o
encanto do
sacramento e
me lanço a
voar ao vento
Vôo e vôo
meio perdido
à espera do
meu destino
by cláudio bettega, em 31.03.2008, no spa givita
pequenino
sino de
ninguém
Digo amém
para mim mesmo
e tento ir
além
Abro o pranto
desmedido tal
pobre menino
Quebro o
encanto do
sacramento e
me lanço a
voar ao vento
Vôo e vôo
meio perdido
à espera do
meu destino
by cláudio bettega, em 31.03.2008, no spa givita
quinta-feira, 6 de março de 2008
Uma dose de meia hora de teus beijos me embriagaria mais que qualquer porre de cachaça, me excitaria mais que qualquer trepada com qualquer Nicole Kidman. Quero teus lábios aquecendo e molhando os meus, quero teu carinho como meu principal deus. Desmancho um novelo de idéias puxando a ponta da linha com um olhar que te fulmine, te quero me dizendo “sou tua, me domine”. Te levo pro canto e te faço cair no pranto – lágrimas e soluços de tesão, teu corpo vibrando em combustão. Meu pulsar a te enfeitiçar, teu amor a me conquistar. Nossos humores se misturam em coquetel de paixão, nossos corpos se fundem e atingimos a imensidão.
quarta-feira, 5 de março de 2008
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Conto do Otávio
Otávio Linhares , além de amigo querido, é filósofo, historiador, ator ducaralho e barista internacionalmente premiado. Aqui vai um conto dele mostrando sua faceta de também escritor.
Aquele dia foi especial demais. Estava tudo armado para que fosse. Uma conversa na Internet, umas fotos trocadas, uns e-mails, até a voz dela eu já tinha escutado em um telefonema surpresa que recebi há uns dias atrás. Fiquei muito emocionado. Era a voz mais linda que eu já havia escutado. Também, pudera, estava apaixonado! Qualquer “peidinho de véia” e eu me borrava todo. Enfim, eu estava me preparando para o nosso primeiro encontro ao vivo e a cores.
- Calça, camisa, sapato... não, sapato não. Tênis! Boa, isso mesmo, tênis é mais confortável e me deixa mais à vontade.
Estava nervoso demais e não sabia o que vestir. Qualquer coisa serviria. Imagine você que a minha preocupação era com a roupa, sendo que ela, segundo o que ela me disse, também, estava apaixonada e o que menos importava nesse momento era a roupa ou o presente, mas... eu era muito jovem pra entender dessas coisas: amor, paixão, tempo... Amor é igual vinho da Bordeaux, igual a ator de teatro, é igual a amar e... “amar é a eterna inocência, e a única inocência é não pensar”.
Muito bonito tudo isso, mas, o problema é que eu não tinha um presente. Que ele não era importante eu já sabia, mas, ele ainda não sabia e estava ficando desesperado porque ainda não tinha achado o mísero presente.
- Que droga! Eu sabia que tinha esquecido alguma coisa. É óbvio! Jorge Manoel sempre esquece alguma coisa. Cadê o presente? Puta merda! O que é que eu vou dar a ela? Já sei!
Tendo a idéia mais brilhante de sua vida pensou rapidamente no mais fácil.
- Darei a ela meu livro mais importante. Acho que isso é importante, ou não é? Deve ser. Uma boa leitura é sempre importante e ele não é muito grande. Ela vai gostar!
Tão nervoso que esqueceu o perfume, a carteira...
- Ah! Um perfume pra dar uma força!
A carteira...
- Ah! A carteira.
As chaves do carro...
- Vou a pé, assim no caminho penso em algumas coisas boas para dizer a ela.
Quem dera soubesse ele que dizer apenas que a amava já seria suficiente. Saiu de casa com o ponteiro às 15:00 hs. Havia marcado com a tal moça às 17:00 hs na praça da avenida central e, como foi a pé, não queria se atrasar. No caminho pensou em várias bacanas para dizer a ela... quero dizer, babacas! Coisas babacas que só um ser apaixonado diz a uma ser apaixonada e vice-versa. Tudo bem, eu acho. São coisas do coração.
Enfim, saiu às 15, chegou às 16, esperou uma hora e nada! A pracinha até que era bonitinha. Apesar de ser central a movimentação era pequena e, de certa forma, organizada. Pouca sujeira, vendedor de pipocas... Ah! Ele comprou pipocas e, sim, ele jogou pipocas para as pombinhas que passeavam pela pracinha bonitinha e depois sentou em um banco de madeira e esperou mais um pouco.
Como dizia minha avó: “cabeça vazia é oficina do diabo”! E pela sua cabeça começaram a passar coisas estranhas, do tipo que só aparecem em momentos estranhos. Coisas avessas a tudo o que foi dito ou pensado nos últimos 30 dias. Não só começou a achar que ela não vinha mais como, também, achou que as fotos e o telefonema eram falsos, típico comportamento de Internet. Talvez, ela fosse simplesmente uma maníaca que ludibria as pessoas com telefonemas obscuros e fotos arranjadas e marca encontros estranhos e não aparece. Ou não fosse nada disso e ele está alucinando com coisas mais simples do que parecem.
- E se ela estiver agora atrás de mim, vendo o meu nervosismo, e está apenas esperando para me dar um susto e depois um beijo e depois um abraço e outro beijo e andar de mãos dadas e mais um beijo e namoro e mãos dadas e pipoca às pombas e outro beijo e outro abraço sim eu aceito e mais pipoca boa noite eu te amo acorda amor e mais um beijo que lindo o seu bebê um beijo eu não posso vou pensar nisso senta aqui claro que sim um beijo bom dia R$ 50,00 alô quanto boa noite sai da frente 20º andar explode em Londres diretamente do Japão para você duzentos gramas açúcar beijo no rosto olá Jorge Manoel sai daí moleque que lindo o seu bebê quatro dúzias Jesus te ama trocar a cortina amarrar o cadarço molhar plantas pagar levar trazer deixar calar ouvir gozar saber pular tentar dizer com amor... um beijo.
Pois é, a vida é dura. E o pior é que ele tinha ido ao encontro a pé. Mas, pegou um ônibus e parou num barzinho ao lado de casa. Tomou uns tragos, o suficiente para deixá-lo mais leve, nada mais.
Eu costumava dizer que, assim, a cabeça me deixa dormir.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
não quero esgotar o manancial quero espremer todo o potencial verter rica lavra em pedra especial cometer a arte em atitude visceral quero o lodo quero o ouro todo quero a vida quero o espírito o palco o salto a espuma o corpo em pluma quero o momento a todo momento quero o invento que invento quero a poesia o teatro em todo e qualquer ato
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
A LÍNGUA LAMBE
Carlos Drummond de Andrade
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves rítmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves rítmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
BOM DIA!
CORRA E OLHE O CÉU
Cartola/Dalmo Castello
Linda, te sinto mais bela
Te fico na espera, me sinto
tão só
Mas o tempo passa,
em dor maior
Bem maior
Linda, no que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia
Ah, corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
BOM DIA!!
Cartola/Dalmo Castello
Linda, te sinto mais bela
Te fico na espera, me sinto
tão só
Mas o tempo passa,
em dor maior
Bem maior
Linda, no que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia
Ah, corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
BOM DIA!!
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
FEITINHO HÁ POUCO
Mais uma manhã
me recebe
nesta louca loucura
que nos
persegue.
Vou então eu
perseguindo a vida,
sempre à procura de
boa acolhida.
Que seja lindo
meu dia quente,
quero chegar
puro e decente
ao cair da noite e
refulgir do luar.
E quando deitado,
inebriado pelo sono,
esperarei um sonho que
me ensine
a amar.
me recebe
nesta louca loucura
que nos
persegue.
Vou então eu
perseguindo a vida,
sempre à procura de
boa acolhida.
Que seja lindo
meu dia quente,
quero chegar
puro e decente
ao cair da noite e
refulgir do luar.
E quando deitado,
inebriado pelo sono,
esperarei um sonho que
me ensine
a amar.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Há an...
...alistas políticos que dizem que, agora que a democracia impera e que ambos já sabem como é ser governo e oposição, PSDB e PT estão muito próximos no matiz ideológico. Há até os que vão mais longe - dizem que ambos os partidos, juntos, poderiam ser o caminho para a bem governança e crescimento. Putz!!!! Imagina se esses caras se unem, assumem juntos e começam a distribuir cartões por todos os escalões do poder!!! Repito: quero o meu cartão pra gastar na Fnac!!!!
Há pouco...
...conversei comigo mesmo.
- Já leu Saramago?
- Não, mas tenho curiosidade. Tem gente que diz que é um mala.
- Também já ouvi isso, e também ainda não li. Tava a fins de ler Ensaio Sobre a Cegueira, o Meirelles tá filmando no exterior.
- Que Meirelles?
- Do Cidade de Deus.
- Cara, que legal, o cara chegou lá?
- Faz tempo. Não viu O Jardineiro Fiel? É dele.
- Ah, ouvi falar do filme , não vi e não sabia que era dele.
- Então, quero ler também O Evangelho Segundo Jesus Cristo, dizem que é o melhor do Saramago.
- Legal. Eu no momento tô lendo literatura pop, beatniks e Bukowskianos, e alguns poetas daqui e dali
- E tem escrevido?
- Quase nada, mas tenho que dar vazão de uma vez por todas à verve, desrepresar.
- Ainda tá com aquelas amarras, traumas, complexos?
- Tudo aquilo e muito mais.
- Já te disse, você só melhora quando for num centro espírita desenvolver tua mediunidade. E também quando começar a comer só alface
- É, você não é o único que diz isso. E quando fica repetindo, é mais mala que o Saramago.
INDEFINIÇÕES
Eu, a bem da verdade, não tinha mais muitas esperanças de poder, abertamente, confessar, confidenciar a Maria Alice todos os meus pecados mundanos acumulados em mais de trinta anos de existência urbana. Aliás, não sei se podemos chamar a vida de um sujeito metido a escritor que vive em uma esfera introspectiva e cheia de neuroses, propriamente de existência urbana. Mas foi uma existência, se não solta pelos bares e festas de Curitiba (apenas solta pelos seus calçadões, que meus passos, embora raros e distraídos, conhecem como ninguém), suficiente para produzir todos esses pecados que me inibem diante de Maria Alice.
Pecaminosa mesmo a minha existência; caseira, mas cheia de crueldades. Todas as palavras que eu dizia - berrava - tentando convencer as paredes de que eu era o máximo em matéria de entendimento da alma humana (que parecem ter sido absorvidas por essas mesmas paredes e, hoje em dia, são refletidas, já que tanto me golpeiam quando da minha solidão domiciliar) são de uma crueldade e empáfia absurdas.
Maria Alice merece alguém menos pedante, mais autêntico, mais experiente. Sinto que meu universo descompassado não se coaduna com seu dinamismo. De que adiantam poemas e contos jogados em uma gaveta que impressionam sua sensível natureza, se a crueza das existências humana e urbana me são tão distante a primeira, tão imprecisa a segunda, e me é tão torturante a somatória inevitável das duas.
O problema, também, é que ela se deixou muito envolver por esse meu ser meio alienado, embriagado por fantasias literárias, e pouco enxergou a sua própria necessidade de um relacionamento real, maduro, com alguém que possa lhe oferecer aquilo que todas as mulheres, ou pelo menos a imensa maioria delas, deseja: segurança.
E, agora, tenho vergonha de confidenciar a ela toda a minha loucura, meus pecados mundanos que ultrapassam o mero criar artístico, derramando-se em minha mente de forma a produzir pensamentos por vezes escatológicos, por vezes, diria eu, muito incomuns, meio que beirando a total falta de lucidez, daí advinda minha estranha compulsão por conversar com as paredes, ao invés de telefonar para alguém conhecido e soltar as insanidades em um bar, com um copo de chopp temperando a noite.
Conversar com Maria Alice, hoje, é de uma dificuldade tremenda. Ela sempre me olha esperando comentários inteligentes (para ela) a respeito de algum livro ou algum filme, e eu não tenho como lhe dizer que não entendo nem de livros e nem de filmes, e que o que eu escrevo só tem valor estético para as traças do meu armário ou para aquele editor caquético que eu procurei e que gostou do meu “trabalho”. Já esgotei todo o meu arquivo mental de matérias jornalísticas que consumi das revistas especializadas, com as quais elaborava minhas impressões a respeito de certos assuntos que eu abordava nas nossas noites insones, deleitados pela única coisa na qual realmente combinamos, a capacidade de um dar prazer sexual ao outro.
Ah, se ela soubesse das minhas crueldades... Embora tenha eu toda essa auto-crítica em relação às peças literárias que minha mente produz, meus berros às paredes representam muito do que eu realmente sou. Grande parte dos fragmentos da minha vida são dominados por crises alucinadas de alguém que se acha “o incomparável”. E embora Maria Alice use sua sensibilidade para pensar também dessa forma, sempre tentando me agradar, não consigo enxergá-la como uma pessoa ilustrada, culta. Mesmo porque sei que estou distante das grandes inteligências.
Realmente muito estranha essa dicotomia em que vivo. Se lúcido, acho-me uma porcaria. Se tomado pelas alegorias inconscientes que se espraiam pela minha desprotegida mente, acho-me um grande homem, só comparável aos grandes mitos da história terrestre. São poucos os momentos como o presente, em que posso analisar friamente minhas idiossincrasias; em que posso concluir que, não obstante possuidor de uma certa tendência às artes literárias, não sou nenhum Joyce, nenhum Machado, nem um Pessoa.
Pois é. Não só não tenho coragem de revelar que passo muitos momentos fora de sintonia (já que os que ela presenciou não continham seu teor costumeiro), como também não quero magoá-la dizendo que tudo o que me liga a ela não passa de desejo sexual.
Às vezes penso que deveria haver alguma coisa nos seres humanos que revelasse aos outros, só pela aparência, o que se está pensando. Sei lá, se houvesse expressões faciais comuns a todos com diversos significados: “Te detesto”; “Porra, como você é chata e burra”; “Não gosto de você de verdade”; “Dá pra parar de me encher o saco?”; “Pombas, cala a boca e me deixa ver televisão”... Maria Alice seria informada dos meus pensamentos a respeito de sua burrice com um mero esticar de músculos faciais.
Mas é muito doloroso pensar em magoá-la, quanto mais exprimir de vez minha repulsa. E, se eu analisar bem, Maria Alice preenche meu tempo agradavelmente, mesmo que tenha lá sua insuficiência intelectual. Seria difícil encontrar uma mulher com todos os requisitos impostos pela minha forte e perfeccionista exigência, ou seja, alguém bela e sensível como Maria Alice, mas com uma inteligência que me faça navegar em mar brando, apaixonando-me. Uma mulher que não fique apenas embasbacada com o meu discorrer de idéias, que Maria Alice julga altamente erudito, mas que discuta e acrescente alguma coisa ao meu parco cabedal. (Essa modéstia toda e também a frequente mania de achar Maria Alice burra fazem parte da já citada dicotomia crônica que me persegue, julgando-me ora um bostinha, ora o máximo).
Difícil. Difícil chegar a um termo exato de atitude que simplesmente resgate do meu íntimo algo verdadeiro, equilibrado, definitivo. Difícil continuar percorrendo esta busca e julgando inferior alguém que me ama, tendo eu mesmo a dúvida sobre minha própria condição. E é desagradável também persistir com a mania de achar que tudo o que nos rege é a quantidade de inteligência ou, ao menos, conteúdo poético.
Ora, se Maria Alice parece-me burra, parece-me também muito sensível e dinâmica. Por que não tentar aprender com ela a ter essas qualidades (principalmente dinamismo, já que estou contente, pelo menos neste exato momento, com minha sensibilidade de estilista), e, de uma vez por todas, colocar-me aos outros e, principalmente, a mim mesmo como um profissional das letras? Por que não dar vazão a apenas um lado da minha dubiedade corrosiva e emergir definitivamente como um grande escritor-contemporâneo-pós-qualquer-merda que arrebata a crítica e a massa e que é o que há – assim como às vezes se acha – de melhor?
Aprender. Humildemente aprender com ela. Enxergar em Maria Alice alguém que me passe uma postura de auto-conhecimento. E tentar mostrar a ela, da melhor maneira que ela possa entender, alguém que sofre diante do desmazelo da própria consciência, que busca enfurecidamente por uma solução para incongruências causadas pelas suas deficiências. Enfim, mostrar-me de forma aberta e total.
Maria Alice, não é só sexo. Eu a amo.
by cláudio bettega, em tempos idos
Pecaminosa mesmo a minha existência; caseira, mas cheia de crueldades. Todas as palavras que eu dizia - berrava - tentando convencer as paredes de que eu era o máximo em matéria de entendimento da alma humana (que parecem ter sido absorvidas por essas mesmas paredes e, hoje em dia, são refletidas, já que tanto me golpeiam quando da minha solidão domiciliar) são de uma crueldade e empáfia absurdas.
Maria Alice merece alguém menos pedante, mais autêntico, mais experiente. Sinto que meu universo descompassado não se coaduna com seu dinamismo. De que adiantam poemas e contos jogados em uma gaveta que impressionam sua sensível natureza, se a crueza das existências humana e urbana me são tão distante a primeira, tão imprecisa a segunda, e me é tão torturante a somatória inevitável das duas.
O problema, também, é que ela se deixou muito envolver por esse meu ser meio alienado, embriagado por fantasias literárias, e pouco enxergou a sua própria necessidade de um relacionamento real, maduro, com alguém que possa lhe oferecer aquilo que todas as mulheres, ou pelo menos a imensa maioria delas, deseja: segurança.
E, agora, tenho vergonha de confidenciar a ela toda a minha loucura, meus pecados mundanos que ultrapassam o mero criar artístico, derramando-se em minha mente de forma a produzir pensamentos por vezes escatológicos, por vezes, diria eu, muito incomuns, meio que beirando a total falta de lucidez, daí advinda minha estranha compulsão por conversar com as paredes, ao invés de telefonar para alguém conhecido e soltar as insanidades em um bar, com um copo de chopp temperando a noite.
Conversar com Maria Alice, hoje, é de uma dificuldade tremenda. Ela sempre me olha esperando comentários inteligentes (para ela) a respeito de algum livro ou algum filme, e eu não tenho como lhe dizer que não entendo nem de livros e nem de filmes, e que o que eu escrevo só tem valor estético para as traças do meu armário ou para aquele editor caquético que eu procurei e que gostou do meu “trabalho”. Já esgotei todo o meu arquivo mental de matérias jornalísticas que consumi das revistas especializadas, com as quais elaborava minhas impressões a respeito de certos assuntos que eu abordava nas nossas noites insones, deleitados pela única coisa na qual realmente combinamos, a capacidade de um dar prazer sexual ao outro.
Ah, se ela soubesse das minhas crueldades... Embora tenha eu toda essa auto-crítica em relação às peças literárias que minha mente produz, meus berros às paredes representam muito do que eu realmente sou. Grande parte dos fragmentos da minha vida são dominados por crises alucinadas de alguém que se acha “o incomparável”. E embora Maria Alice use sua sensibilidade para pensar também dessa forma, sempre tentando me agradar, não consigo enxergá-la como uma pessoa ilustrada, culta. Mesmo porque sei que estou distante das grandes inteligências.
Realmente muito estranha essa dicotomia em que vivo. Se lúcido, acho-me uma porcaria. Se tomado pelas alegorias inconscientes que se espraiam pela minha desprotegida mente, acho-me um grande homem, só comparável aos grandes mitos da história terrestre. São poucos os momentos como o presente, em que posso analisar friamente minhas idiossincrasias; em que posso concluir que, não obstante possuidor de uma certa tendência às artes literárias, não sou nenhum Joyce, nenhum Machado, nem um Pessoa.
Pois é. Não só não tenho coragem de revelar que passo muitos momentos fora de sintonia (já que os que ela presenciou não continham seu teor costumeiro), como também não quero magoá-la dizendo que tudo o que me liga a ela não passa de desejo sexual.
Às vezes penso que deveria haver alguma coisa nos seres humanos que revelasse aos outros, só pela aparência, o que se está pensando. Sei lá, se houvesse expressões faciais comuns a todos com diversos significados: “Te detesto”; “Porra, como você é chata e burra”; “Não gosto de você de verdade”; “Dá pra parar de me encher o saco?”; “Pombas, cala a boca e me deixa ver televisão”... Maria Alice seria informada dos meus pensamentos a respeito de sua burrice com um mero esticar de músculos faciais.
Mas é muito doloroso pensar em magoá-la, quanto mais exprimir de vez minha repulsa. E, se eu analisar bem, Maria Alice preenche meu tempo agradavelmente, mesmo que tenha lá sua insuficiência intelectual. Seria difícil encontrar uma mulher com todos os requisitos impostos pela minha forte e perfeccionista exigência, ou seja, alguém bela e sensível como Maria Alice, mas com uma inteligência que me faça navegar em mar brando, apaixonando-me. Uma mulher que não fique apenas embasbacada com o meu discorrer de idéias, que Maria Alice julga altamente erudito, mas que discuta e acrescente alguma coisa ao meu parco cabedal. (Essa modéstia toda e também a frequente mania de achar Maria Alice burra fazem parte da já citada dicotomia crônica que me persegue, julgando-me ora um bostinha, ora o máximo).
Difícil. Difícil chegar a um termo exato de atitude que simplesmente resgate do meu íntimo algo verdadeiro, equilibrado, definitivo. Difícil continuar percorrendo esta busca e julgando inferior alguém que me ama, tendo eu mesmo a dúvida sobre minha própria condição. E é desagradável também persistir com a mania de achar que tudo o que nos rege é a quantidade de inteligência ou, ao menos, conteúdo poético.
Ora, se Maria Alice parece-me burra, parece-me também muito sensível e dinâmica. Por que não tentar aprender com ela a ter essas qualidades (principalmente dinamismo, já que estou contente, pelo menos neste exato momento, com minha sensibilidade de estilista), e, de uma vez por todas, colocar-me aos outros e, principalmente, a mim mesmo como um profissional das letras? Por que não dar vazão a apenas um lado da minha dubiedade corrosiva e emergir definitivamente como um grande escritor-contemporâneo-pós-qualquer-merda que arrebata a crítica e a massa e que é o que há – assim como às vezes se acha – de melhor?
Aprender. Humildemente aprender com ela. Enxergar em Maria Alice alguém que me passe uma postura de auto-conhecimento. E tentar mostrar a ela, da melhor maneira que ela possa entender, alguém que sofre diante do desmazelo da própria consciência, que busca enfurecidamente por uma solução para incongruências causadas pelas suas deficiências. Enfim, mostrar-me de forma aberta e total.
Maria Alice, não é só sexo. Eu a amo.
by cláudio bettega, em tempos idos
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
DO FORNO
Tórrido o
sol que me
esgota
escorcha
entardece
Suor gota a
gota
me umidece
Deito na rede
arranho a
parede
Um pouco de
água pra matar
a sede
by cláudio bettega, em 06.02.2008
sol que me
esgota
escorcha
entardece
Suor gota a
gota
me umidece
Deito na rede
arranho a
parede
Um pouco de
água pra matar
a sede
by cláudio bettega, em 06.02.2008
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Desmembro-me atônito do centro de gravidade que me imperra e faz-me um mais um quero voar na arte plena seja em forma de teatro pira poema navegar em mar agitado enfrentar com convés limpo velas erectas idéias provectas quero viver no pensamento cheio de embasamento um largo sorriso amigo abrigo contigo estou no lado de lá e de cá vamos juntos cauterizar feridas com baba de arte vamos aprofundar o mundo de que fazemos parte sorvê-lo num segundo criemos depois nosso mundo todo profundo sem restolho de objetivo imundo vamos encarar a expressão espalhar talento em alta dimensão verter sentimentos em pura inquietação.
by cb.
by cb.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Dispara teu grito,
poeta!
separa o joio do trigo –
difunde a palavra
linda e exata e
aborta a palavra
podre e bizarra.
Dá mãos à magia,
poeta!
cria tua poesia e
explode o mundo com a
mais forte alquimia.
Borbulha teu sangue,
poeta!
jorra qual vulcão
teu quente interior
inundado de sabedoria
e emoção.
Venera a arte,
poeta!
declama teu libelo
nos palcos e nas vias,
em manhãs quentes
ou noites frias.
Ama a vida,
poeta!
esteja vivo para sonhar
em mudar o mundo
com teu sentimento
fecundo.
by cláudio bettega, em 24.07.2005
poeta!
separa o joio do trigo –
difunde a palavra
linda e exata e
aborta a palavra
podre e bizarra.
Dá mãos à magia,
poeta!
cria tua poesia e
explode o mundo com a
mais forte alquimia.
Borbulha teu sangue,
poeta!
jorra qual vulcão
teu quente interior
inundado de sabedoria
e emoção.
Venera a arte,
poeta!
declama teu libelo
nos palcos e nas vias,
em manhãs quentes
ou noites frias.
Ama a vida,
poeta!
esteja vivo para sonhar
em mudar o mundo
com teu sentimento
fecundo.
by cláudio bettega, em 24.07.2005
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O teatro pobre
No teatro pobre, o ator deve compor uma máscara orgânica, através dos seus músculos faciais; depois, a personagem usará a mesma expressão, através da peça inteira. Enquanto todo o corpo se move de acordo com as circunstâncias, a máscara permanece estática, numa expressão de desespero, sofrimento e indiferença. O ator multiplica-se numa espécie de ser híbrido, representando seu papel polifonicamente. As diferentes partes do seu corpo dão livre curso aos diferentes reflexos, que são muitas vezes contraditórios, enquanto a língua nega não apenas a voz, mas também os gestos e a mímica.
Todos os atores usam gestos, atitudes e ritmos extraídos da pantomima. Cada uma tem a sua silhueta própria, irrevogavelmente fixada. O resultado é uma despersonalização das personagens. Quando os traços individuais são removidos, os atores transformam-se em estereótipos das espécies.
Os mecanismos de expressão verbal foram consideravelmente aumentados, porque todos os meios de expressão vocal são usados, desde o confuso balbucio de uma criança muito pequena até a mais sofisticada declamação retórica. Ruídos inarticulados, rosnar de animais, suaves canções folclóricas, cantos litúrgicos, dialetos, declamação de poesia: tudo está aqui. Os sons são intercalados de uma forma complexa, que devolve à memória todas as espécies de linguagem. Estão misturados nessa nova Torre de Babel, no estrondo de pessoas e línguas estrangeiras que se encontram antes do seu extermínio.
A mistura de elementos incompatíveis, combinada com a distorção da linguagem, provoca reflexos elementares. Resíduos de sofisticação são justapostos a comportamentos animais. Meios de expressão “biológicos” são ligados a composições bastante convencionais.
Jerzy Grotowski
Todos os atores usam gestos, atitudes e ritmos extraídos da pantomima. Cada uma tem a sua silhueta própria, irrevogavelmente fixada. O resultado é uma despersonalização das personagens. Quando os traços individuais são removidos, os atores transformam-se em estereótipos das espécies.
Os mecanismos de expressão verbal foram consideravelmente aumentados, porque todos os meios de expressão vocal são usados, desde o confuso balbucio de uma criança muito pequena até a mais sofisticada declamação retórica. Ruídos inarticulados, rosnar de animais, suaves canções folclóricas, cantos litúrgicos, dialetos, declamação de poesia: tudo está aqui. Os sons são intercalados de uma forma complexa, que devolve à memória todas as espécies de linguagem. Estão misturados nessa nova Torre de Babel, no estrondo de pessoas e línguas estrangeiras que se encontram antes do seu extermínio.
A mistura de elementos incompatíveis, combinada com a distorção da linguagem, provoca reflexos elementares. Resíduos de sofisticação são justapostos a comportamentos animais. Meios de expressão “biológicos” são ligados a composições bastante convencionais.
Jerzy Grotowski
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Sobre política, do baú.
Revendo meus arquivos, achei esse texto meu dos tempos da polêmica do mensalão.
A ARTE DA BARGANHA
Enxergo a Política como uma arte. Ultimamente, estou lendo “A Política”, de Aristóteles, “A República”, de Platão, já li “O Príncipe” de Maquiavel há muito tempo, assim como “O Manifesto Comunista”, de Marx e Engels. Preciso ler “O Capital”, também de Marx, que, a despeito de ser uma crítica ácida e revolucionária ao capitalismo, é respeitado até pelos economistas de direita como uma análise precisa das relações sociais nesse sistema.
Como sou um ser de humanidades - estudo teatro, escrevo poemas, estudei comunicação – tenho obrigação de ler todas as obras importantes relacionadas à filosofia, à política e à sociologia. Confesso que comecei tarde – na faculdade tinha mais interesse em literatura, livros de comunicação, comerciais de televisão, filmes e jornais e revistas do que em ler obras fundamentais para o espírito humanista.
Pois então, dentro da minha parca aventura humanista nesta vida, e dentro do contexto atual de formação da sociedade, não vejo outro meio de desenvolvê-la se não pela política como arte. Eu falo da necessidade de teorizar as relações e depois humanizá-las e até espiritualizá-las. Hoje, acho que os governos deveriam ser compostos por profissionais de administração pública, sociologia, psicologia, direito etc, eivados de espírito político, e não apenas por políticos sem formação, que acreditam apenas nas conversas de bastidores.
Mas já que atuamos dentro do processo democrático de voto, elegendo as pessoas que nos governam, tenho que aceitar e analisar dentro desse processo. Pois bem: Fernando Henrique foi uma enorme decepção para mim. Apesar de não ter votado nele, esperava que o sociólogo de estirpe que é não fizesse apenas trabalho de base macroeconômico, favorável ao grande sistema, mas tivesse uma política social contundente.
E o PT foi a maior decepção política da minha vida. Um partido de base social e intelectual, agrupando prática sindical de peões com teóricos de universidade, que sempre discursou pela ética na política, de repente assume o poder e mimetiza-se dentro do corriqueiro do poder. Minha esperança de ver a arte da retórica social (mesmo que com os defeitos gramaticais do Lula, o que interessa aí é o conteúdo) ser transformada em ação, plantando o resultado de debates em busca da colheita na ação social, foi toda diluída por uma política suja e corrupta, igual às anteriores.
Concordo que todos os cidadãos devem participar politicamente para o progresso. A cada parafuso apertado, a cada cirurgia, a cada peça de teatro montada, a cada poema escrito, a cada defesa de réu, estamos agindo politicamente pela transformação. E devemos ir além. Eu, por exemplo, ainda sou apenas estudante de teatro, mas pretendo fazer no futuro ações voluntárias em hospitais de crianças, escrevendo e atuando em peças educativas e de diversão, para animar as crianças carentes e doentes.
Mas acho que isso só, o nosso lado, não basta. Precisamos de uma ordem política moralizada, gerida por governantes cônscios da necessidade do ideal, e não apenas da bravata. Ontem, vendo um pedaço do depoimento do Roberto Jefferson, me ficou claro que todos os políticos têm a consciência do processo todo carcomido, e mesmo assim se locupletam a partir dele, seja em doações de campanha ou em balcão de negócios no poder. Está ficando cada vez mais claro que o desejo dos que lá chegam é o de se perpetuar no poder não pelo prazer idealista de ajudar a sociedade a se transformar, mas pelo prazer de ter esse poder e receber mordomias.
Esperava, real e ingenuamente, que ex-guerrilheiros, ex-sindicalistas, acadêmicos etc tivessem senso de ideal para a mudança. Não, são mais do mesmo, são os novos meros artífices da arte da barganha.
A ARTE DA BARGANHA
Enxergo a Política como uma arte. Ultimamente, estou lendo “A Política”, de Aristóteles, “A República”, de Platão, já li “O Príncipe” de Maquiavel há muito tempo, assim como “O Manifesto Comunista”, de Marx e Engels. Preciso ler “O Capital”, também de Marx, que, a despeito de ser uma crítica ácida e revolucionária ao capitalismo, é respeitado até pelos economistas de direita como uma análise precisa das relações sociais nesse sistema.
Como sou um ser de humanidades - estudo teatro, escrevo poemas, estudei comunicação – tenho obrigação de ler todas as obras importantes relacionadas à filosofia, à política e à sociologia. Confesso que comecei tarde – na faculdade tinha mais interesse em literatura, livros de comunicação, comerciais de televisão, filmes e jornais e revistas do que em ler obras fundamentais para o espírito humanista.
Pois então, dentro da minha parca aventura humanista nesta vida, e dentro do contexto atual de formação da sociedade, não vejo outro meio de desenvolvê-la se não pela política como arte. Eu falo da necessidade de teorizar as relações e depois humanizá-las e até espiritualizá-las. Hoje, acho que os governos deveriam ser compostos por profissionais de administração pública, sociologia, psicologia, direito etc, eivados de espírito político, e não apenas por políticos sem formação, que acreditam apenas nas conversas de bastidores.
Mas já que atuamos dentro do processo democrático de voto, elegendo as pessoas que nos governam, tenho que aceitar e analisar dentro desse processo. Pois bem: Fernando Henrique foi uma enorme decepção para mim. Apesar de não ter votado nele, esperava que o sociólogo de estirpe que é não fizesse apenas trabalho de base macroeconômico, favorável ao grande sistema, mas tivesse uma política social contundente.
E o PT foi a maior decepção política da minha vida. Um partido de base social e intelectual, agrupando prática sindical de peões com teóricos de universidade, que sempre discursou pela ética na política, de repente assume o poder e mimetiza-se dentro do corriqueiro do poder. Minha esperança de ver a arte da retórica social (mesmo que com os defeitos gramaticais do Lula, o que interessa aí é o conteúdo) ser transformada em ação, plantando o resultado de debates em busca da colheita na ação social, foi toda diluída por uma política suja e corrupta, igual às anteriores.
Concordo que todos os cidadãos devem participar politicamente para o progresso. A cada parafuso apertado, a cada cirurgia, a cada peça de teatro montada, a cada poema escrito, a cada defesa de réu, estamos agindo politicamente pela transformação. E devemos ir além. Eu, por exemplo, ainda sou apenas estudante de teatro, mas pretendo fazer no futuro ações voluntárias em hospitais de crianças, escrevendo e atuando em peças educativas e de diversão, para animar as crianças carentes e doentes.
Mas acho que isso só, o nosso lado, não basta. Precisamos de uma ordem política moralizada, gerida por governantes cônscios da necessidade do ideal, e não apenas da bravata. Ontem, vendo um pedaço do depoimento do Roberto Jefferson, me ficou claro que todos os políticos têm a consciência do processo todo carcomido, e mesmo assim se locupletam a partir dele, seja em doações de campanha ou em balcão de negócios no poder. Está ficando cada vez mais claro que o desejo dos que lá chegam é o de se perpetuar no poder não pelo prazer idealista de ajudar a sociedade a se transformar, mas pelo prazer de ter esse poder e receber mordomias.
Esperava, real e ingenuamente, que ex-guerrilheiros, ex-sindicalistas, acadêmicos etc tivessem senso de ideal para a mudança. Não, são mais do mesmo, são os novos meros artífices da arte da barganha.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Ai, que saudades do palco!!!!
DIONÍSIO – Nome grego de Baco.
DIONÍSIAS OU DIONISÍACAS – Festas em honra a Dionísio (Baco), o deus do vinho. Na Frígia e na Trácia eram caracterizadas por sacrifícios humanos e orgias. Na Grécia, embora o caráter orgíaco fosse conservado, a vítima era um animal. Dessas festas destacavam-se as Antesterias, onde se provava o vinho novo; as oscoforias, que acompanhavam a colheita. As Grandes Dionísias ou festas urbanas celebravam-se no mês de março e possuíam também caráter artístico. Nelas, além do canto e da dança, havia representação de cenas mitológicas da vida de Dionísio. A tais festas liga-se a origem da tragédia e da comédia. As pequenas Dionísias ou Dionisíacas Campestres eram comemoradas em dezembro, após a vindima.
BACANAIS – Festas romanas celebradas em honra de Baco. Embora não fossem iguais em todas as regiões, identificavam-se sempre pelo caráter orgíaco e pela presença de mulheres tomadas de delírio.
BACANTES – Seguidoras de Baco. Acompanhavam-no em suas viagens à Índia. Não eram sacerdotisas, mas ocupavam lugar de destaque na religião e no culto a esse deus. Empunhavam o tirso, espécie de lança enramada de hera. Cobertas apenas por peles de leão, celebravam as orgias com gritos e danças desnorteadas. Mergulhavam em êxtase ístico e adquiriam uma força prodigiosa, de qe muitos heróis foram vítimas. Também eram chamadas Mênades.
BACO - Nome latino de Dionísio. Deus do vinho e da embriaguez, da colheita e da fertilidade. Sua lenda é complexa porque reuniu elementos diversos, tomados da Grécia e de países vizinhos. Filho de Júpiter e Sêmeie, foi educado no vale de Nisa pelas Ninfas, segudo a tradição mais corrente. Já adulto, descobriu a vinha e seu uso. Enlouquecido por Juno, andou errante pelo Egito, pela Síria e pela Frigia, onde a deusa Cibele o iniciou em seu culto.
Em todos os países, ensinava aos homens o trato da videira e a fabricação do vinho. Fatigado de tantas viagens, voltou à Grécia e recuperou a sanidade graças a Cibele. Na Trácia foi mal recebido pelo rei Licurgo, a quem puniu severamente. Em seguida, chegou à Índia, país que conquistou pe;a força de suas armas e por seu poder místico. Montava um carro puxado por panteras e ornado de ramos de videiras e hera. Acompanhava-o um cortejo de Sátiros e Bacantes. Voltando à Beócia, introduziu em Tebas as Bacanais. Penteu, o rei da cidade, opôs-se ao seu culto e ele, como de costume, lançou mão do vinho para impor-se; embriagou as mulheres e levou-as a matar o soberano. Em Orcômeno, onde reinava Mínias, procurou convencer o povo a juntar-se à comitiva do vinho. As filhas do rei, Alcítoe, Arsipa e Leucípa, recusaram-se a acompanhá-lo e receberam atroz castigo. Quando andava por uma praia, Baco foi raptado por piratas, que acabaram transformados em delfins; só escapou Acetes, que se opusera ao plano dos companheiros. O deus dirigiu-se em seguida à ilha Naxos, onde esposou Ariadne. Por fim, adquiriu o direito de participar da assembléia olímpica. Desceu aos Infernos e recuperou Sêmele, levando-a para a comunidade divina com o nome de Tione. Os gregos consideram Baco protetor das belas-artes, em particular do teatro, originado nas representações que faziam por ocasião das festas em honra ao deus.
DIONÍSIAS OU DIONISÍACAS – Festas em honra a Dionísio (Baco), o deus do vinho. Na Frígia e na Trácia eram caracterizadas por sacrifícios humanos e orgias. Na Grécia, embora o caráter orgíaco fosse conservado, a vítima era um animal. Dessas festas destacavam-se as Antesterias, onde se provava o vinho novo; as oscoforias, que acompanhavam a colheita. As Grandes Dionísias ou festas urbanas celebravam-se no mês de março e possuíam também caráter artístico. Nelas, além do canto e da dança, havia representação de cenas mitológicas da vida de Dionísio. A tais festas liga-se a origem da tragédia e da comédia. As pequenas Dionísias ou Dionisíacas Campestres eram comemoradas em dezembro, após a vindima.
BACANAIS – Festas romanas celebradas em honra de Baco. Embora não fossem iguais em todas as regiões, identificavam-se sempre pelo caráter orgíaco e pela presença de mulheres tomadas de delírio.
BACANTES – Seguidoras de Baco. Acompanhavam-no em suas viagens à Índia. Não eram sacerdotisas, mas ocupavam lugar de destaque na religião e no culto a esse deus. Empunhavam o tirso, espécie de lança enramada de hera. Cobertas apenas por peles de leão, celebravam as orgias com gritos e danças desnorteadas. Mergulhavam em êxtase ístico e adquiriam uma força prodigiosa, de qe muitos heróis foram vítimas. Também eram chamadas Mênades.
BACO - Nome latino de Dionísio. Deus do vinho e da embriaguez, da colheita e da fertilidade. Sua lenda é complexa porque reuniu elementos diversos, tomados da Grécia e de países vizinhos. Filho de Júpiter e Sêmeie, foi educado no vale de Nisa pelas Ninfas, segudo a tradição mais corrente. Já adulto, descobriu a vinha e seu uso. Enlouquecido por Juno, andou errante pelo Egito, pela Síria e pela Frigia, onde a deusa Cibele o iniciou em seu culto.
Em todos os países, ensinava aos homens o trato da videira e a fabricação do vinho. Fatigado de tantas viagens, voltou à Grécia e recuperou a sanidade graças a Cibele. Na Trácia foi mal recebido pelo rei Licurgo, a quem puniu severamente. Em seguida, chegou à Índia, país que conquistou pe;a força de suas armas e por seu poder místico. Montava um carro puxado por panteras e ornado de ramos de videiras e hera. Acompanhava-o um cortejo de Sátiros e Bacantes. Voltando à Beócia, introduziu em Tebas as Bacanais. Penteu, o rei da cidade, opôs-se ao seu culto e ele, como de costume, lançou mão do vinho para impor-se; embriagou as mulheres e levou-as a matar o soberano. Em Orcômeno, onde reinava Mínias, procurou convencer o povo a juntar-se à comitiva do vinho. As filhas do rei, Alcítoe, Arsipa e Leucípa, recusaram-se a acompanhá-lo e receberam atroz castigo. Quando andava por uma praia, Baco foi raptado por piratas, que acabaram transformados em delfins; só escapou Acetes, que se opusera ao plano dos companheiros. O deus dirigiu-se em seguida à ilha Naxos, onde esposou Ariadne. Por fim, adquiriu o direito de participar da assembléia olímpica. Desceu aos Infernos e recuperou Sêmele, levando-a para a comunidade divina com o nome de Tione. Os gregos consideram Baco protetor das belas-artes, em particular do teatro, originado nas representações que faziam por ocasião das festas em honra ao deus.
Constantin Stanislavski
Stanislavski é um importante dramaturgo e teórico do teatro. Um pouco das palavras dele:
“ O ator vive, chora e ri em cena e, o tempo todo, está vigiando suas próprias lágrimas e sorrisos. É esta dupla função, este equilíbrio entre a vida e a atuação que faz sua arte.”
“Todo artista verdadeiro, enquanto estiver em cena, deve focalizar toda a concentração criadora unicamente no superobjetivo e na linha direta da ação, no seu sentido mais amplo e profundo. Se eles estiverem certos, tudo o mais será feito, subconscientemente, miraculosamente, pela natureza. Isto se dará sob a condição de que o ator recrie seu trabalho, cada vez que repetir o papel, com sinceridade, verdade e retidão. Só assim poderá sua arte livrar-se da atuação mecânica e estereotipada, dos truques e de todas as formas da artificialidade. Se o conseguir, terá ao seu redor, em cena, gente de verdade e vida verdadeira e uma arte viva, purificada de todos os elementos degradantes.”
“ O ator vive, chora e ri em cena e, o tempo todo, está vigiando suas próprias lágrimas e sorrisos. É esta dupla função, este equilíbrio entre a vida e a atuação que faz sua arte.”
“Todo artista verdadeiro, enquanto estiver em cena, deve focalizar toda a concentração criadora unicamente no superobjetivo e na linha direta da ação, no seu sentido mais amplo e profundo. Se eles estiverem certos, tudo o mais será feito, subconscientemente, miraculosamente, pela natureza. Isto se dará sob a condição de que o ator recrie seu trabalho, cada vez que repetir o papel, com sinceridade, verdade e retidão. Só assim poderá sua arte livrar-se da atuação mecânica e estereotipada, dos truques e de todas as formas da artificialidade. Se o conseguir, terá ao seu redor, em cena, gente de verdade e vida verdadeira e uma arte viva, purificada de todos os elementos degradantes.”
sábado, 19 de janeiro de 2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
by cláudio bettega, em 18.12.2004
Um mar revolto de rosas despetaladas me faz naufragar num sonho de algodão. O riso fácil da frase volátil e a descoberta da rima esperta. Fácil o agudo medo do medo de ser o que se é e o que o poeta quer. Meus olhos querem derramar as lágrimas que meu peito produz em combustão. Quanto mais quero o profundo mais me perco no raso imundo. Quando o homem atingir a liberdade o foco do ator será o grande chamariz. Reponho a falta do amor e carinho com angústia e depressão. Escrevo qualquer merda para refletir a minha perda. Perco qualquer perda para encontrar o meu abrigo. Quero você em beijos e muito sexo, mas também quero ser um grande amigo. Se a tarde anuncia um vento de descompromisso, é porque o bar está aberto e me espera. Se meu olho não te encontra, será que é porque você me desconsidera? Boa noite, texto bobo, boa noite, mundo tolo, bom dia, amor e fé, bom dia, doce mulher.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
by cláudio bettega, em 11.11.2002
Could you
show me
which way
I should
go by
could you
kiss me
give me
some light
could you
let me try
I don’t want
to fear
just
to bear
I don’t want
to cry
My dreams are
the same
I am just a
thinker
lost in the
sky
But you
can help me
just being
exactly what
you are
The world
never changes
but we
could spend
our lives
in pure air
The night
belongs to us
life longs for
our evidence
that love
is the most important
god
show me
which way
I should
go by
could you
kiss me
give me
some light
could you
let me try
I don’t want
to fear
just
to bear
I don’t want
to cry
My dreams are
the same
I am just a
thinker
lost in the
sky
But you
can help me
just being
exactly what
you are
The world
never changes
but we
could spend
our lives
in pure air
The night
belongs to us
life longs for
our evidence
that love
is the most important
god
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