sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

quero gritar a
plenos pulmões
voz
coração
a poesia da minha
razão ou da
emoção
quero respirar o
ar
da alegria
da maestria
até
da simetria
quero a claridade
a caridade
quero um amor
saboroso
um prazer
mais que
gostoso
quero ser
eu mesmo
mesmo que
perdido
quero o
mel
esquecido
o saber
proibido
quero o sentimento
soberano
quero ser
humano


by cláudio bettega, em 19/20.01.2007

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

duas ou três
várias são
as minhas línguas a
te percorrer os
lábios o céu da
boca o véu da
gruta
úmida e
fervente
te quero
ardente
só minha
sozinha
quero te
dominar
enfeitiçar
quero te
pirar
de prazer
te fazer
gozar

by cláudio bettega, em 23.04.2004

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Te amo
com minha carne
meu espírito
meu pensamento onírico
Te quero
com meu desejo carnal
meu deleite animal
meu tesão canibal
Te sinto
alma
magnitude
atitude
Meu amor é completo
você inteira
eu interpreto


by cláudio bettega, em 28.08.2005

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

(Cor)rompo a madrugada
com a caneta
em punho em parto
desligo-me do estado absorto
e inundo meu quarto
com a poesia da
minha ilusão
do transe
da proibida paixão
Escrevo as letras
sem dó nem
piedade
cada palavra formada
me traz a
claridade
da realidade indisfarçada:
estou só e
com tal dor no
coração
que transforma em
lágrima quente
o dilema da mente
que busca a fuga
do problema


by cláudio bettega, em 27.11.2006

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

textículo



Colecionava figurinhas carimbadas de pensamentos difusos em companhia de sonhos obtusos. Queria que qualquer flor dizimasse qualquer pavor, queria a manhã cheia e a lua clara, queria a tarde alta e o sol quente. Os olhos perpassavam por todo e qualquer vulto, sua vida era perdida de minuto em minuto, sua enxaqueca doía mais no coração do que o ribombar de sangue em sua cabeça. Com pressa, então, palmilhou um caminho sem destino, ia por fora e por dentro correndo feito um menino. Se a força dos passos rápidos derramam o mel da consciência, a vida (se) nos apresentará como fôramos eminências.


by bettega, num dia desses aí...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Outra dose de Lívia Moura

Polaróide


Quisera fosses feito polaróide,
Que mesmo guardada na memória recente
Por obra do tempo, se desfigurasse,
E se desfizesse lentamente...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

desgosto
marcado no
rosto
por estar
do lado
oposto
ao lógico
viver
perdido
em códigos
em amarras
quero soltar
quero crescer
quero voltar
a poder
amanhecer
quero te ter



by cláudio bettega, em 19.12.2007

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

como dói ser
ignorante como eu
sou!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

a minha poesia tem por objetivo alcançar a vibração da energia que se espraia pela humanidade num movimento centrífugo ao mesmo tempo que centrípeto e ainda visa a uma objetivação de novas dicções de forma e estilo sempre valorizando o verbo significativo que derrama o sentimento caudaloso pelo extremo vácuo das almas alienadas por um sistema injusto que dilapida o sentimento como forma única de acasalamento das emoções mundanas...

o meu teatro está caucado na teoria do teatro-pós dramático que observa o ator em cena dentro de um panorama de riqueza de linguagens abordando assim diferentes vertentes de dramatização sem ou com texto sem ou com trilha sem ou com teatro


cláudio cagar em estréia é normal. mas o legal é que não dá pra perceber, e o público gosta. no segundo dia, matei a pau, tanto pro público quanto pra mim. e continuamos lá. sextas e sábados, 23 horas, pé no palco, conselheiro dantas, 20, até dia 6.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

entre mortos e feridos
poemas rotos ou ferinos
anúncios de bares sujos ou grã-finos
blogs cult ou maltrapilhos
quero mesmo é ouvir os
meus ouvidos
saber o que eles dizem
sobre toda a sorte de poesia
ler o que eles leram
na grande sabedoria
atuar como eles atuam
na perfeita dramaturgia
e ao final do dia
quando eu estiver mais informado
vou pisar os pés pesados
numa calçada qualquer de Curitiba
pra ver se encontro um amigo
daqueles da antiga
que me acompanhe
numa conversa camarada
regada à muita água
quero parar de beber o álcool
que me deixa delirante
porque dia 21 tem estréia no palco
e preciso mesmo é estar confiante



by cláudio bettega, em 13.11.2008

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cláudio em Cena

“Por Trás Todo Mundo é Igual”

Os mitos greco-romanos e suas histórias permeiam há muito o imaginário do ser humano. Até mesmo Sigmund Freud utilizou-se de alguns deles para nominar em seus estudos determinados comportamentos de nossa mente. Pensando nisto, o grupo de teatro TODOMUNDONU trouxe alguns desses mitos para o teatro Pé no Palco, com a direção e supervisão de Alexandre Bonin.
Serão dez mitos encenados de acordo com a criatividade dos atores, que tiveram liberdade para formularem suas cenas. O objetivo foi redimensionar a característica do mito para a existência contemporânea e diária do homem – cada ator pesquisou ao extremo seu mito, tentando avaliar como seria de fato uma figura mítica se comportando como um ser “normal”.
A montagem promete ainda surpresas no Pé no Palco, ambientando cenas em espaços e situações inusitadas, hora com drama, hora com humor. O espetáculo parte ano que vem para o Festival de Curitiba.
O grupo TODOMUNDONU tem três anos de vida e já conta com quase todos os seus integrantes profissionalizados. A primeira montagem foi a peça “Opus”, grande sensação da temporada do Pé no Palco em 2006, que voltou ao cartaz em 2007 e chegou a ganhar o festival de Colombo nas categorias melhor direção e espetáculo. A peça – com texto de autoria do diretor Alexandre Bonin – alinhavava personagens do imaginário de Raul Seixas e suas músicas, chegando a ter a capacidade máxima de público em boa parte das suas apresentações.
No final de 2007, o grupo debruçou-se sobre a obra de João Gilberto Noll, utilizando-se de alguns contos curtos do autor para elaborar o espetáculo “Mínimos Múltiplos Comuns”, que teve grande repercussão tanto no espaço Pé no Palco quanto também no Festival de Curitiba deste ano.


Serviço: “Por Trás Todo Mundo é Igual”
Dias 21,22,28,29 de novembro e 5,6 de dezembro
20 reais e 10(meia entrada)
Pé no Palco: Rua Conselheiro Dantas, 20
Bairro: Rebouças

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Dentro do silêncio
procuro o perdido
tempo
que me faltou
em tempos idos.
Meus olhos
tentam penetrar o
escuro e meus pés,
combalidos,
querem o descanso
merecido.
Me desanimo por
nada encontrar,
solto um grito
indefinido
quebrando o silêncio,
que faz do meu
tempo perdido
um tesouro
protegido.


by cláudio bettega, em 26.12.2006

terça-feira, 28 de outubro de 2008

um POETA
tem que ser
direto
não pode ficar
de treta
o negócio é ter
papo reto
falar de
cara limpa
e palavra inteira
a poesia/verdade
em cima
da pinta
mesmo que da
pior maneira



by cláudio bettega

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Abstrato ser, te idolatro no amanhecer, durante o dia todo e te amo mais no anoitecer. Sua força me mantém vivo, tu és o sol que eu persigo e a lua que quero comigo. Quanto mais te venero, mais me sinto algo vero, mais saio da fluidez e atinjo a rigidez. Meus veios de caminho são encostas do teu carinho, me prego nas tuas costas e não me sinto mais sozinho.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Leva contigo a última palavra
Do amor e magia que te dei dia a dia
Meu consolo é a voz que tu gravas
Neste último momento da nossa alegria.

Ficarei eu aqui, trôpego, a declarar meu desencanto
Aos ventos e poeiras e samambaias e ventarolas
Poeta perdido, armarei meu canto
A fim de declamá-lo na última marola.

Mas se quiseres novamente receber meu carinho
Terás que provar que não estás avessa
A ficar aqui no nosso ninho
E viver o amor dos pés à cabeça.

Desertora que te mostras agora
Penso, no entanto, que nada mais queres
A não ser tomar o rumo de fora
Deste casulo encantado que envolveu nossos seres.


by cláudio bettega, em 21.07.2005

terça-feira, 14 de outubro de 2008

chegou o calor à nossa primavera
quero inebriar-me de pomos suculentos
e colher ipês amarelos em praças e avenidas
o suor de cada êxtase, de cada transe
é um convite a um gole refrescante de envolvimento
não preciso mais dos dias gelados da minha gélida urbe
agora vou curtir teatro até o final de novembro
pisar o pé no palco, no tablado encantado
trabalhar o ator do ator em mim
apreciar meus companheiros, meus colegas de sonhos
na lida abençoada e poética da nossa vida
e agradecer ao público a doce acolhida


by cláudio bettega, em 14.10.2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Não quero mais que você me veja
na companhia de um copo de cerveja
sou mais que isso
tenho mais substância
embora esteja perdido na inconstância
Minha vida tomou rumos estranhos
e não sei quais são os verdadeiros ganhos
que possam me submeter
à uma escalada para reverter
o quadro marginal
Mas vou por aí,
tentando fazer pelas estradas
alguma poesia original


by cláudio bettega, em 10.10.2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

recebo teu corpo
neste frio
para o meu não ficar
vazio
me tentas
me inventas
me esquentas
com um calor
que é puro frescor
de amor
minh’alma sente a
fina flor do
teu perfume
não há mais nada
que me derrube


by cláudio bettega, em 07.07.2005

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


pouso a mão sobre teus pêlos
eriçadas vertentes de desejo
o arrepio corresponde a meus apelos
encantamo-nos sôfregos num doce beijo
a noite ecoa nossos berros
de tesão e força e comunhão
galopes, estocadas, amplidão
o mel de humores nos deleita
dormimos abraçados e apaixonados
mas com alguns latejos à espreita



by cláudio bettega, em 17.09.2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Momento Jet Set


Esse é seu Laudelindo Silva. Ele é um dos muitos brasileiros que progrediram no ano passado, diversificando seus negócios, em decorrência das mudanças substanciais empreendidas pelo governo Lula. Seu Laudelindo trabalha como carrinheiro e catava apenas papelão usado nas imediações de lojas no bairro Rebouças, próximo à Vila das Torres, onde mora em Curitiba. Mas o negócio estava dando algum prejuízo porque papelão molha fácil. Então, seu Laudelindo aumentou um pouco sua área geográfica de trabalho, carregando seu carrinho até bairros nobres da capital paranaense, nos quais encontra muitas latinhas de refrigerante e cerveja em lixeiras ou, em sua maioria, nas calçadas (o Curitibano é um povo muito educado). Apesar da lei seca, a quantidade só tem aumentado. Com a transferência de renda e nosso maravilhoso mundo publicitário, pessoas mais aquinhoadas bebem mais refrigerantes, cerveja etc. Juntando 160 latinhas, seu Laudelindo forma um quilo, e por ele ganha 2 reais.
Mas os progressos na qualidade de vida de seu Laudelindo não param por aí. Ele tinha uma dieta apenas à base de carboidratos – comia restos de uma Risoteria perto de casa. Mas como agora ele caminha por bairros nobres, encontra muita carne em lixos de restaurantes refinados, que têm movimento cada vez maior. Assim, seu Laudelindo faz um equilíbrio melhor entre carboidratos e proteínas.
Ouvido pela nossa reportagem, seu Laudelindo se julga um brasileiro consciente de seu papel na maravilhosa economia informal que cresce como enchente no Brasil, dando mostras que é possível, em nosso novo país, enriquecer sem pagar impostos. E provando que as políticas públicas estão dando muito resultado. Bola branca para o governo Lula.

terça-feira, 26 de agosto de 2008



A última neblina da manhã
se apaga
com o sol da realidade
que me esmaga.
Colho uma rosa
esperança rubra
que não paga
nenhum gole cínico
nenhum movimento mórbido.
Zanzeio pelas pragas
órbitas
paragens
e súbito vejo
que novamente anoitece
– rua iluminada
pela lua
que me padece.
Administro novas chagas
num sonho coalhado
de frias
imagens.



by cláudio bettega, em 21.22.26/08/2008

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Poema da amiga Lívia Moura




CRÔNICA POÉTICA

Sabe quando dói no peito e
não tem jeito de suportar?!
É essa a falta que você me faz.
Pois fiquemos nos nossos
encontros de alma, para que,
quando nos vermos seja
completa a dualidade...
E toda essa saudade que
aflige, só ela permite
o poeta falar.
Eu quero corpo e alma.
No corpo, a paixão impera.
Na alma o amor vive...
Mesmo que indefinido,
já é forte...
É tudo o que eu sinto,
mas o que ainda
não tem nome.


segunda-feira, 4 de agosto de 2008



não sei o que mereço da vida
nem sei se a vida me merece

luto contra barreiras, preconceitos, sentimentos difusos
e quanto mais recorro à prece
mais me perco em devaneios confusos

a lama não me esquece
e nela tento achar meus parafusos


em 04.08.2008, by cláudio bettega

terça-feira, 22 de julho de 2008

CAFAJESTE, by bettega

Por que será que as mulheres gostam tanto de cafajeste? O que tem nessa figura tão questionável que deixa uma fêmea em estado latejante, provocando a vazão de seus ácidos que serão lavados depois em baixo da ducha?

Iara, 33 anos. Conheceu Gomes num site de relacionamentos. Conversa vai, conversa vem no msn, Iara recebeu o impulso para seu furor: sou casado.
“Ai. Que cafajeste! Que faz num site de relacionamentos? Procurando mais alguma vagabunda, não está satisfeito com a bosta com que casou?”
Iara queria porque queria ver a foto do desgraçado. Pediu mandar no e-mail.

“Nossa, que lindo. Será ele mesmo? Ai, um tapa dessa mão na minha bunda... no meu rosto, ai! Não quero nem pensar. Isso, pensar não. Quero mais é receber!!”

Resolveu marcar encontro. Cafezinho no centro, quem sabe. Gomes relutou, muito ocupado, talvez semana que vem. Iara foi latejando cada vez mais.

“Sim, homem como esse não dispenso, amiga. Imagine, casado, 44 anos, disse que dois filhos, um menino e uma menina. 44 anos!!!! Totalmente dentro da saúde!!”

Finalmente chegou o dia. Foi com um amigo. Propôs, sem delongas, ménage a trois. Iara enlouqueceu por dentro. Sua calcinha ficou úmidíssima. Mas interpretou indignação. “Pensam que sou o quê?”
“Não pensamos, sabemos o que você é.” Desenhou no ar a mão pronta para o tapa. A mão de Gomes evitou o movimento num aperto. Ela quase resfolegou de tesão. Aquela mão suada, enorme, agarrando seus delicados dedos que tanto a enlouqueciam na eventual intimidade solitária

“Me solta, seu... seu...”

“Diga, isso, diga: cafajeste! Ca-fa-jes-te”

Iara não conseguiu evitar a saliva que escorreu pelo canto da boca trêmula. Foram os três para um Motel na Saldanha Marinho.
“Quatro horas, seis camisinhas.”

Dia seguinte, ainda cansada, Iara encontra a confidente. Diz que ficou louca, não conseguia parar de gozar. Paus enormes, posições todas as possíveis, habilidades únicas. Que marcaram mais pra terça-feira às duas da tarde.

“Quero ir junto.”

Foram os quatro para o mesmo Motel, agora seis horas e doze camisinhas.


Bateram na porta. Muitos berros, incômodo. As duas puseram lençóis na boca. E começaram a mais cavalgar e abrir as pernas a levar dedadas linguadas estocadas loucas ficaram ai meu amor vocês são doidos vem cá Iara quero te lamber também lésbica eu não sabia era sou sim e você é meu tesão ai pintão isso no fundo me tira gosma do cu vídeo? pra quê só vocês nos destroem Iara que buceta doce é tua amor depois te quero ali no banheiro ai ai ai ai mais mais mais...

Iara e a confidente, agora namorada, entraram juntas na internet. Dedo na tecla, dedo nas bucetas, chupa daqui, acha homem gostoso dali, foram fazendo amigos e tinham encontros saudáveis todas as semanas e mais se davam no Motel da Saldanha agora com descontos pro quarto (sempre o mesmo) e fornecimento de graça das camisinhas.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

poemas do brother João Kosak



Se essa rua fosse minha

Admiraste o fato
Que de um beijo
Um agrado,
Pronunciaste mais um ato.
Como ilusão perdida,
como o nú na relva
Conheceste vida,
E entranha-se como ar
Pois propósito fajuto
O nojo para amar,
E quem ousaria e diria
Mesmo de mentira
Que raiaste o dia?
Contudo,
Nem mente insana
Nem homem de fossa e lama
Lhe anunciaria tal absurdo.
E se este é teu,teu sonho!
Agarra- te a ele
Até se perder,
Até... me perder.



Emocionado e emocionante

Rubro amor despercebido
Onde chora o amante
Acre o gosto da discórdia
Ignorância retumbante.
Rica mente chorosaque edifica mirabolâncias
Que bate no peito
Causando- me ânsias.
Trago boas novas:
No seio da mentira
Erradicou- se as mentes nossas.
Trago boas novas:
Que nessa discussão de pessoas
Prefiro parar, e falar com rosas.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

eu precisava ver você agora
eu queria uma bebida forte
e um pouco de sorte
para entender porque a paz foi embora
você some e me some
essa distância me consome
meu pensamentos se alvoroçam
minhas emoções se despedaçam
cada latido de um cão
perdido
é parecido com meu
gemido
minha força já se esvaiu
minha pressão caiu
meus sonhos não sonham mais
nem eu mais conto carneirinhos
para dormir
a realidade por si só
me anestesia
encontro apenas um copo
na madrugada vazia



by cláudio bettega, em 21.08.2005

quarta-feira, 25 de junho de 2008

tua boca
me provoca
convoca para um
beijo
que acenda o
tesão
no meu
coração
amor amplidão
te quero sempre
minha paixão

by cláudio bettega, em tempos idos

Quero que entendas, meu amor, que a mim não me interessa tostão, muito menos um rico quinhão; só quero a poesia incrustrada nos genes do espírito celular. Quero a sabedoria envolvendo nossos corpos, nossas almas, nossa lida, nossa vida. Quero o amor perfeito, elevado à condição de, do bolo, o mais nobre confeito. Enfeito-te com palavras, enfeitas-me com beijos e delícias – juntos somos uma troca infinda de delicadas carícias.

by cláudio bettega, em tempos idos

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Em estrelas diversas, pedaços do meu corpo, em versos, se espalham pelo universo. Meus músculos latejam o latejo da criação inversa ao bombar do sangue imerso em glóbulos de paixão. Quero percorrer todas as quadraturas da poesia fecunda que se possa imaginar. Atingir a semiótica dor do desespero apegado ao primeiro obstáculo que me fascine as tentativas perdidas de um criar que se quer preciso, confiável, oráculo da minha revolução em flor, estratégia do verdadeiro amor.

by cláudio, em tempos idos
derramo fosse porra
neste papel
uma palavra
escrita
uma palavra
escrota
caralha tal
minha pica
suja tal
minha boca
que regurgita
a beleza
da poesia maldita
que regurgita
a merda
da obscenidade
bendita

em 26/28.06.2004, by cláudio bettega

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Meu maior tesão
é te ver cheia
de tesão
por me dar
tesão
Meu maior amor
é te ver cheia de
vontade de me
amar
repleta de amor
Minha única dor
é saber que
vou morrer e
por isso
te perder


by cláudio bettega, em 30.03.2005

segunda-feira, 16 de junho de 2008

minhas hemácias
em chamas
refletem dramas
do inconsciente
sem consciência
minha dor
espalha-se por
tensos músculos
minhas vértebras
espalham-se por
incerta estrutura
não sou
escultura
sou humano
serei espírito
apenas em outro plano


em 05.08.2005, by cláudio bettega


sexta-feira, 13 de junho de 2008

em qualquer minuto
qualquer hora
qualquer voz
amo o amor
que chora
em nós



by cláudio bettega, em 17.07.2005

quarta-feira, 11 de junho de 2008

descarto de cara
de vez
este poema
que mal ainda
se fez
mas sei que
já declara
minha insensatez
meu medo
minha embriaguez
quero uma palavra
forte
que direcione
meu norte
não quero firulas
que só externam
loucuras
amarguras
quero a lucidez
quero a minha
cura

em 09.01.2007, by cláudio bettega
uma célula
do meu espírito
se multiplicou
num cancro
e fez-me adoecer
por toda a eternidade
meu corpo
é uma célula viajante
que se perde
pelo espaço do meu
universo
que só se manifesta
em verso


by cláudio bettega 05.08.2005

segunda-feira, 9 de junho de 2008

me dê a sua dor
sim, me dê todo o seu choro
me recupere os arquivos que você deletou
me lance na cara o cuspe antes de se ajoelhar na privada
me dê a ferida dos leprosos
todo o lixo do aterro da caximba
vamos fazer um jantar com restos de cancros extirpados e merda de rato
quero o cheiro do peido saído de uma bunda imunda
quero todo o lodo formado pela tempestade
não quero mais a lágrima metida a coitadinha que verto
nem bater mais a cabeça no muro das lamentações
quero o grito, o salto, o palco
quero qualquer poesia que o mundo produza
limpa ou suja
quero o escombro, o restolho, os dejetos mas também o
ideal pleno
quero o ar poluído ou puro,
o dia claro ou escuro de nuvens cheias de azia
quero a miscelânea, a coletânea instantânea
quero teu sangue
tua baba
teu pus
teu orgasmo
quero o mijo dos incontinentes
o destempero dos inconseqüentes
a loucura dos dementes
e a dos gênios
quero depor a alegria que chuta a sina do sofrer
quero uma rima que me faça crescer
um dia qualquer da semana vou querer
passar ainda além da Taprobana
quero meu ego desperto e soberano
nunca seco, nunca cego, nunca desumano
quero um quinhão que garanta a vida
a palavra sendo minha principal comida

em 08/09.06.2008, by cláudio bettega

sexta-feira, 6 de junho de 2008

(Cor)rompo a madrugada
com a caneta
em punho em parto
desligo-me do estado absorto
e inundo meu quarto
com a poesia da
minha ilusão
do transe
da proibida paixão
Escrevo as letras
sem dó nem
piedade
cada palavra formada
me traz a
claridade
da realidade indisfarçada:
estou só e
com tal dor no
coração
que transforma em
lágrima quente
o dilema da mente
que busca a fuga
do problema


by cláudio bettega, em 27.11.2006

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Tem um...

.
..brilhante texto do Thadeu dedicado a mim no blog dele. Confiram.

http://www.polacodabarreirinha.blogspot.com
meus sonhos se espalham pelo sono
minha vida dorme sem dono
não sei quem sou nem o que vou ser
não sei o que quero nem o que vou querer
luto em busca do meu perdido amanhecer
busco a luta que me faz crescer
quero a paz e um momento de amplidão
quero você o amor o prazer o fogo o chão

by cláudio bettega, em 09/10.09.2005