domingo, 24 de janeiro de 2010

meu amigo poeta júlio almada pede uma força

Peço que por gentileza me ajudem a divulgar a vakinha:Sofri um acidente retornando de um evento na madrugada do dia 04/01 e passei por uma cirurgia do úmero fraturado em três partes:isso me impedirá de cumprir certos compomissos imediatos, causando dificuldades. Enviarei um livro poemas mal_ditos por e-mail para todos que contribuirem! Um Grande Abraço, Julio AlmadaPara Ler na Íntegra e Contribuir: www.beira-do-caminho.blogspot.com
descubro tua úmida gruta coberta de pêlos

mordo inebriado as bordas em relevo

minha língua penetra tua cavidade ácida

quero-te latejante a receber minha prática

agora preparo a arma principal

que direciono para o deleite total

monto sedento por sobre o triângulo

e berro o êxtase a cada estocada

meu véu abdominal roça a pele tenra

o tesão se faz louco, te deixa mais atirada

pedes mais e me engoles a orelha

me sugas a língua e me fortaleces o desejo

ofertamo-nos créditos para novo excitante ensejo


by bettega, em 09.08.2007

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

(n)este ano vou fazer valer a pena.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Me perdi desde a
última geada
preciso de um gole de
uma cerveja gelada
Pra sarar de
qualquer mal
só mesmo
injeção letal
pra estancar
qualquer vício
só mesmo
fosse no início
Quero beijar
os ratos do
aterro do lixo
quero apurar os
fatos que
me jogaram no abismo
Persigo tanto a
saída que
caio num pranto
sem medida
Encharco a alma de
espera e não suporto
qualquer quimera
Me arrasto pelas
veias da cidade e
não consigo encontrar claridade.
Só uma coisa me mantém vivo:
o amor pela
Bicicleta Patafísica
que eu não ganhei
quando menino.



claudio bettega, em 19.10.2009, para a peça
"como fugir de mim se só tenho saídas para dentro"

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Que a Bicicleta Patafísica
com plena força nos pedais
para longe leve meus ais
e assim me deixe bem comigo.

Que a Bicicleta Patafísica
levando embora meus fantasmas
torne pelo mesmo caminho
trazendo-me a figura amada.

Que a Bicicleta Patafísica
correndo por dentro de um palco
em meio às gentes do bulício
agregue valor à nossa arte.

Ah, a Bicicleta Patafísica
costura verdades no teatro
e vem se esconder na poesia
após de roubar da velha o arco.


Navarro, o Dua. (http://duanavarro.zip.net/) - 10.12.2009




Patafísica a Bicicleta
que carrega meus sonhos teatrais
e não monta mais rápido
nem com duas rodas a mais.

Patafísica a amizade
que me une ao irmão Navarro
e a todo o elenco buliçoso
quando no palco controlamos o pigarro.

Patafísica a pipoca
que, no meio de sua massaroca,
esconde um filhote de sonhos
pra estancar sonhos medonhos.

Patafísica, enfim, nossa vida,
quando subimos no palco
como um coro de bêbados felizes
e fazemos do teatro nossa arte e lida.


cláudio bettega, 10.12.2009

pichação

sou ator
sou gente
sou o sol do
próximo poente

sou geral
sou dor
sou felicidade
e sou carente

sou belo
sou feio
pra curar a vida
só o amor.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

hoje é dia de estréia,
dia de alegria;
à noite nos fartaremos
da mais nobre ceia:
muito teatro na veia
nesse nosso mundo de alegorias.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

momento wando

Meu olhos derramam
lágrimas
de paixão
Minhas lágrimas
derramam lágrimas
de tesão
Meu corpo treme
geme
te sente
se sente
me sente
Meu latejo
espasmo
felicidade
Meu mel
amor
orgasmo


by cláudio bettega, em 01.12.2009

domingo, 29 de novembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

eu ando eu corro eu canto a qualquer hora eu canto agora eu vou embora eu volto eu sinto não minto pressinto quero o céu o véu o instinto espasmos de um perdido de um menino sem destino te quero te venero em qualquer era não me dói a espera

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

cai a lágrima do abandono
fujo de mim mesmo
cachorro sem dono

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Patafísica

A patafísica é a ciência das soluções imaginárias criada pelo dramaturgo francês Alfred Jarry, escritor, morto em 1907, autor de obras como "Ubu Rei" e "Dr Faustroll".A patafísica teria por missão explorar os campos negligenciados pela física e metafísica - para esta "ciência" só o absurdo tem espaço, o que torna premente buscar o absurdo do absurdo. Segundo Jarry, a 'patafísica estaria para a metafísica como esta para a física ordinária'. O grupo original de patafísicos reunia o barão Mollet (amigo de Jarry e de Guillaume Apollinaire), Michel Leiris, Eugène Ionesco, Pascal Pia e Jacques Prévert.Micro biografia de Alfred JarryEntre 1885 e 1888 ele já compõe comédias em verso e em prosa. Inspirado no sr. Hébert, seu professor de física e a encarnação de "todo o grotesco que existe no mundo", Jarry escreve uma comédia, Les Polonais, a versão mais antiga do Ubu rei.Em 1891-1892 ele é aluno de Bergson.Em 1894 apresenta Ubu rei na casa do casal Alfred (diretor do Mercure de France) e Rachilde Valette. A peça é considerada a primeira obra do teatro do absurdo, além de ser uma influência incontestável ao surrealismo, ao dadaísmo e a outras vanguardas artísticas do século XX. Vale lembrar que o teatro fundado por Artaud (juntamente a Roger Vitrac, após a expulsão deles, em 1926, do grupo de Breton, por ocasião da adesão do movimento surrealista ao Partido Comunista) se chama Teatro Alfred Jarry.Em 10 de Dezembro de 1896 ocorre a tumultuada estréia de Ubu rei. As montagens das peças de Jarry se seguem, seguindo o fio dos ciclos de Ubu.Em 1896 ele compra uma bicicleta (novidade na época). Em vão o vendedor tenta fazer com que Jarry o pague.Escreve uma obra curiosa, Gestes et opinions du docteur Faustroll, pataphysicien, publicada postumamente, na qual expõe a patafísica


A bicicleta patafísica



Que país! Há depravados que cheiram o selim da Bicicleta Patafísica (BP).


A BP não acreditou na metempsicose, nem no tempo em que ela era crocodilo.


A BP não roda para salvar o universo nem para curar os humanos.


A BP (mesmo que analisemos os paradoxos de Zenão) não gosta de camembert ao molho de Chanel nº 5.


A BP dança sem sapatilhas sobre o lago dos cisnes.


A BP, quando se cansa de correr, vira poste de luz.


A BP não pára quieta em cima de um balanço.


A BP pode ganhar o Tour de France, mas sempre recusou o Pulitzer.


A BP desliza na superfície do mar, incapaz de mergulhos submarinos.


A falsa BP é imediatamente desmascarada quando joga xadrez.


Mas como é que fomos cair nessa de mumificar os faraós sem as suas BPs?


Entre BPs, nem violação nem estupro.


Quantas coisas aprende o sexólogo quando fala de sexo à BP.


A BP contactou a tuberculose, se bem que ela não almoça com a dama das camélias nem toma chá com Chopin.


A BP para cuidar dos pulmões fuma cigarros antibióticos.


A BP é tão filósofa que a gente de seu país a recebe de costas, salvo os contorcionistas.


A BP, ao contemplar as formigas, tão matinais e diligentes, se recorda com nostalgia das de seu país, que acordam às 11 horas, mas atrasadas.


A BP é um monge trapista loquaz do silêncio falado, longe de Wittgenstein (µº & º {º}).A BP, em seu país, teria sido um bufão como os outros; no exílio, ela é rainha sem bufões mas com deuses dançarinos.


Se Freud tivesse conhecido a BP ele nos teria poupado o divã.


A BP sonha correr com as estrelas nas estrelas.


A BP deu à luz gêmeos num tricíclo.


A BP, que não crê na gravitação, se esborrachou.


A BP não traz nenhuma mensagem.


Ela deixa esta tarefa subalterna às outras bicicletas e aos servidores.


A BP espalha suas benfeitorias graças ao cocô de cavalo que ela defeca.


A BP não monta mais rápido nem com duas rodas a mais.


A BP lésbica chama atenção, mas não a azul.


A BP faz bem de não ter filhos. Ela os esqueceria sobre o guidão quando precisasse correr na Atlântida.


Malditos eutanasistas! A velha BP teme que o mecânico não venha consertá-la, mas enviá-la à caça.


Se a BP não existisse ela não seria menos admirada por seu "pedalador".


A BP, graças à sua reputação anti-nacionalista sem fronteiras, evita fingir patriotismo aquém de suas fronteiras.


Quando a BP se exilou, muitas pessoas e coisas morreram. Meio século depois, começamos a enterrá-las.


A BP tem uma tal consciência revolucionária que ela não sabe se deve fazer greve de fome ou de caviar.


A BP ciumenta pode se casar com um triciclo fiel. Mas sem emoção.


A BP faz desenhos pornôs em braile com legendas em volapük para velocípedes cegos.


A BP organizou um congresso sobre a memória. Convidada de honra: a bicicleta-em-pânico.


(Fernando Arrabal - Tradução de Arnaldo Block)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Desligo-me do real, busco agora o que há de fantasia no mais recôndito compartimento mental. Quero a alegoria, quero a alegria, quero a não-dor a todo custo, quero esquecer o passado torpe. Penso num gesto teatral, numa performance de movimentos e palavras em língua estranha - isso, o estranhamento, o absurdo, a desconstrução. Criar o não descritível, criar o total inaudito, criar o que pode ser feito a partir do nada, ou apenas a partir de mim mesmo, mas sem referências prévias. Criar o que o corpo e o espírito determinam. A essência do ser em busca do movimento único, que só ele pode determinar, que só o seu eu pode determinar. O indivíduo na esfera do nascimento da ação, do nascimento da inédita encenação. Fortes ou opacos, os movimentos nascem e querem cor e brandura, querem equilíbrio na sua desenvoltura. Força teatral, força da arte em estado total, anêmicos ventos de derrota se foram, vivem agora apenas flores e gestos que apaixonam.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

salve professores!!!!!!


um sol
um brilho
teu corpo aqui
meu delírio
meu grito
tesão
o meu corpo
treme
geme
te quer toda
o amor
me arrebata
te rego
com minha nata
num movimento
nervoso
juntos somos tudo
de gostoso



by cláudio bettega, em 14.07.2005

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

homenagem aos quarentões nostálgicos

não quero saber de cds downlouds mp3
continuo com meus bolachões e seus bsides
nada de câmeras digitais ao gosto do freguês
curto mesmo películas e meus slides
fora projeções pirotécnicas multimídias
quero estampar transparências na parede
fodam-se blogs e-books portais de notícias
quero livros e jornais sem pensar em rede
fotoshops maquiagens
putas engrenagens
devolvam estrias e celulites
orkuts facebooks
escrotas egotrips
e-mails bye bye
quero escrever cartas
e receber cartões postais

by cláudio bettega, em 07/08.10.2009

do meu amigo fabiano

bettega um ATOR...

de fino trato.
e defino o trato:
o trato é o teatro!
e o teatro é o ator!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dia 18 passado prestei prova pra tirar registro de ator profissional. Eu e a Lu, minha companheira de cena, fizemos trechos de "Navalhana Carne", drama do Plínio Marcos, e "Uma Noite em Claro", comédia do Artur Azevedo. Ontem saiu o resultado. Passamos. Mais dois atores pra guerrilha da arte nacional!!!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Nossa Sra. da Luz dos Pinhais

Curitiba, vem cá pra uma conversa:
hoje é dia da tua padroeira,
por isso tenho que encontrar a melhor
maneira
de te dizer umas verdades:
bem...
Te amo, sua filha da puta!
Tu és a sereia do meu
sangue...
Não é porque vegetas anêmica sem um mar
ou sem um mangue
que vou deixar
de te achar
toda beat!!!
Em ti é que jorra minha
egotrip, em ti
é que, lúcido ou
alienado,
desfilo meus passos
cheios de estilo.
São teus os
mamilos do meu
desvirginamento
a cada idéia ou cada
tormento.
“Impávida colossa”
ou perdidinha provinciana, me
ensinas que um ser é
ser e nada em
qualquer parada,
mesmo que essa parada seja
tu, sua puta
degenerada.
Sim, és uma puta, uma vadia,
que se dá toda aos endinheirados e deixas
os pobres na mão.
Puta desgraçada... eu te quero e te tenho
porque tenho algum tostão! Assim,
posso te frequentar
escolas e bares ou
museus e solares, e tu
te abres toda,
regozija-se e diz
“me foda”.
Sou um ser e sou um
nada,
mas em ti
minha parada
tem sido bem digesta,
imagine, posso até
fazer festa...
Curitiba, Curitiba...
o que queres hoje
do teu poeta?
Queres um agrado, queres
meu falo que sempre
te penetra?
Ahhh... Sua puta...
Me deixas louco com tua beleza,
fico-me sentindo uma
realeza
a cada passo que dou no
teu solo-Império...
Ah, louca,
ainda hei de descortinar teu
maior mistério...
não me contas qual é,
guarda-o em segredo...
Guria pedante, metida a
moderna...
Cidade modelo e manequim,
cheia de lambrequim...
Mas em alguns momentos,
acho-te uma baderna...
Querida, chega de papo que
hoje é dia de festejo.
Tem gente na catedral,
tem quem faça arraial...
E olha, não vou falar de pinhão,
por favor não peças isso...
sou poeta maldito,
o que vou dizer na minha tribo
se algum acadêmico decrépito
vier me comparar ao tal Emiliano?
Não, por favor...
Desses que hoje
moram em
outro plano, fico com o
Paulo:
“Conheço esta cidade
como a palma da minha pica.
Sei onde o palácio,
sei onde a fonte fica...”
Vai, sua puta,
vai me achar na esquina
pra entender
o quê te/me significa!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

grande pátria...


desimportante, em nenhum instante eu vou te trair...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

repostagem urgente.

Resisti o quanto pude. Mas a dor da criação me impunha impulsionar a mera caneta barata no papel sem luz nem um teclado a comandá-lo. Qualquer erro, minha função "delete" será um risco por sobre a palavra errada. Fico aqui pensando no quão chato será depois digitar este texto. E torço para que ele muito não se estenda. Mas seria isso possível? É possível controlar o desejo de se perder em qualquer noite já perdida dentro de qualquer bar, qualquer antro, qualquer canto cheio de (des)encanto? Os olhos que perscrutam outros olhos embaçados, outros olhos perdidos, outros olhos sem função... O pulsar, o emitir, transgredir a fo(ô)rma de qualquer respiro sincopado... Sinopses de absurdos que brotam de argumentos tolos, arremedos de frases que se querem criativas mas não abandonam a origem obsoleta. Vai, caneta, vai. Tece a teia do enredo tosco, do regurgitar de vacuidades vocabulares. O mundo aí, em guerra e fome, e eu aqui, querendo que um poema um dia semeie a tempestade do amor à arte. A política em crise, a economia em crise, o homem em crise, e eu aqui. Estarei eu aqui em crise? Ou apenas derrubo o muro da paralisia para bem depor um sentimento roubado da minha própria alma encharcada de tédio? O quê vitamina a força do fraco? O quê enfraquece o eterno forte? Palavra e sorte, campo de flores amarelas que exalam um "perfume" podre, de carniça. Que flores são essas? Que cheiro é esse? Onde foram parar os jardins infantes que decoravam quadros e lembranças? Apetrechos ignóbeis, heranças vacilantes. Os sábios não querem mais participar da transformação, hoje quem assume o poder são os pústulas. Meus amigos finalmente assumiram o poder. E se tornaram inimigos, assumiram o tom de farinha azeda do mesmo saco. Vai, caneta, vai. Diga a que veio, preencha essas linhas de caderno barato. Caneta barata. Nem. Caneta brinde. Brindemos ao não. Brindemos ao nada. Brindemos ao mesmo. Brindemos ao sempre. A escória perdida, sem chegada, sem nem ponto de partida. As janelas virtuais pigmentadas por luz vomitando as escrotices de linguagem pútreda. O Brasil (inter)ligado na mesma cagação. E eu aqui. Interrompo meu quase dormir porque a caneta brinde me chamou. Chatuca. Agora tenho que ficar aqui, brincando de nada, em nada, pra nada. Um lapso, um flerte, um interregno dentro do cotidiano de cada ano. E vem ano, e se foram anos. 23horas25minutos. Há um livro na cabeceira. Há um travesseiro e uma coberta. E há o dia seguinte, que já já vai invadir meu mundo. Os passarinhos começarão a sinfonia do amanhecer. (Puta merda, esse clichê me doeu, mas não pude evitar). E a brisa orvalhada da manhã trará um novo respirar. (E o pior é que tem gente que escreve textos e textos só calcados nesses clichezões). Sim, e eu, não seria uma construção genética de clichês? Clichês incrustrados nas células, no DNA? Clichês sincré(ô)t(n)icos da psicosociologia humana? Vai-te, chato. Melhor mesmo pegar o livrinho - outro amontoado de clichês - e calar-te. E amanhã a grita continuará sendo pela mudança do modelo econômico e pelo excesso de desemprego Vai-te, chato. Cala-te e deita-te.

by bettega, uma noite aí...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

palavras e rimas repetidas
me mantém
as emoções contidas
quero voltar
a compor versos insalubres
quero o molho apimentado do verso esticado
derramar este inconsciente que se faz presente
nessa nobre canetada
em qualquer próxima rodada
meus olhos se perdem em nuvens de suor/ vapor de calor
não quero repetir a dose da cerveja cara
quero o melhor porre – a poesia rara
a mente em virtude e compasso produtivo
sem nunca julgar o desvario proibido


by bettega, um dia aí...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Texto da querida amiga Alice Springer

O pensamento não "entra", vive-se o pensar. É efêmero ou perene, depende da importância dada por quem pensa. É etéreo, mas pode virar realidade, depende de sua força. Mas dói. Consome. Liberta e aprisiona, pois quem raciocina não consegue viver como os outros, ser feliz com tanta injustiça... às vezes até tenta, mas não consegue se alienar; e sofre. É prisioneiro de sua lógica acutíssima e de seu humor negro. Muitas vezes é um pessimista ao ver dos outros; verdadeiramente, apenas enxerga as coisas de maneira mais clara, vê a verdade "nua e crua" (eu sei, isso é cliché...) e não se ilude. Racionaliza, sempre. Questiona. Insatisfaz-se...No entanto, esse sofrer tem de, no fim, valer à pena... as sementes do pensador hão de um dia florecer.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

a política nacional está me dando azia!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009



Você está com alguma dor? De que tipo? Vamos, diga logo. Diga aonde dói. Não tem coragem? Não mesmo? Pois o pessoal da Súbita Companhia de Teatro tem. E muita coragem, por sinal. Se a dor é só física, eles demonstram. Se é emocional, eles confessam. Seja uma dor repentina ou cotidiana... Em interpretações fortes em momentos intensos e líricos, com textos de criação coletiva durante o processo de montagem da peça, os vários tipos de dor, enfim, são abordados. Os corpos dos atores flutuam em planos altos, médios e baixos, em expressões que chegam até a driblar obstáculos. Tudo pra dizer aquilo que nós todos sentimos e muitos não tem coragem pra externar. Se dói, vou ao shopping, tomo remédios, grito, lamento, suspiro, choro, corro, danço... Porque dói mesmo estar conectado com tudo, o tempo todo. Porque dói viver.
A montagem marcou presença na temporada do Pé no Palco, ano passado, e no Festival de Curitiba , neste ano. Teve tanto gás que foi exibida mais uma vez, até ontem, no Espaço Dois. Só pude ver no sábado. E é ótimo poder ver pessoas queridas ganhando a cena teatral, com talento e muita, muita arte. E já espero nova temporada, pra ver de novo e chorar junto com a coragem de artistas de mostrarem o que muitos querem esconder. Esta, aliás, é uma das muitas funções do teatro.


Diga aonde dói – Súbita Companhia de Teatro

Direção:Maíra Lour
Produção: Daniel Kleiber
Atuação:Sol Faganello
Janaína Matter
Juliana Adur
Alexandre Zampier
Otávio Linhares

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Meu amor...
Por que esse inverno em teus olhinhos tão lindos?
Abra a janela e veja o
céu azul de Curitiba hoje...
Sabe que até gosto desse friozinho?
Legal pra tomar um café, ler o jornal,
laborar a labuta,
protestar contra aquele senado filho da puta...
Lembrar de como foi bom ontem meu
ato transgressor, pensar em
como é bom ser
este ator...
Esqueço até da minha artrose, da neurose e da
porca psicose...
Meus gemidos hoje são de paixão, de vida,
de sangue em combustão,
de poesia, de alegria, de sonhos em
profusão.
Venha comigo!
Te passo todo esse calor por osmose:
teus poros vão respirar, teus olhos enfim brilhar
e eu vou ganhar uma alforria
pra matar a autofagia.



by cláudio bettega, em 13.07.2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Vocês viram, vocês viram?
O PT apóia aquele cara,
isso, aquele com bigode de bombril
que já fodeu de monte com o Brasil –
puta que o pariu!!!
O que falta mais nessa política escrota
onde qualquer ideal nobre se esgota
em troca de um bom ardil?
Os homens decentes se esconderam,
se mostrarem sua honestidade
serão logo chamados de ingênuos
por aqueles que se venderam.
Veja bem, da próxima vez,
onde enfiar seu dedo
na urna eletrônica.
Confesso, tô pensando seriamente
em anular meu voto pra
ser mais prudente.
Essa nossa política deixou
há muito de ser
algo sério,
tá mais parecendo
uma ópera cômica,
onde qualquer pelego
pode ganhar um ministério.
Olha que, daqui a pouco,
o sertão vai virar mar
e o mar vai virar sertão –
se até Brasília, que era seca pra danar,
virou um mar de merda e lama,
por que duvidar que água
pode virar chama?



by bettega, em 02.07.2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Faça poesia
faça essa arte
seja aqui
ou em marte
produza poemas
cheios de rimas
ricas ou pobres
cheirando a ouro, prata
ou cobre
se preferir
verseje brancamente
o importante
é que você me oriente
pelos veios e veias
desse mundo
através das palavras
e idéias
que eu persiga
e digira
arte encantada
que a inteligência admira

by cláudio bettega, em 26.09.2002

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Análise do Navarro

POR TRÁS TODO MUNDO É IGUAL
(Análise de Peça do Festival de Teatro de Curitiba – 2009)

Por Trás Todo Mundo é Igual é uma bem humorada atualização de alguns mitos que, desde tempos imemoriais, vêm enlevando os espectadores por este mundo afora. Conforme o prospecto de apresentação, “são onze mitos encenados de acordo com a criatividade dos atores, que tiveram a liberdade para formularem suas cenas. O objetivo foi redimensionar a característica do mito para a existência contemporânea e diária do homem – cada ator pesquisou ao extremo seu mito, tentando avaliar como seria de fato uma figura mítica se comportando como um ser 'normal'.” Os mitos presentes no espetáculo são: Electra, Eros e Psiquê, Prometeu, Ulisses, Orfeu, Ciclope e Cassandra, Narciso, Medusa e, finalmente, Baco.
Eu tive a oportunidade de assistir a este espetáculo duas vezes. A primeira, no final do ano de 2008, quando todas as turmas e grupos oriundos do Pé no Palco apresentam os seus trabalhos na temporada oficial daquela escola de teatro; a segunda, durante o Festival de Teatro de Curitiba, na sua edição de 2009.
O pessoal do grupo TODOMUNDONU, responsável pela montagem da peça esteve impecável, desde a recepção da platéia, em um átrio vazio, com os atores e o público, em roda, cantando o refrão com a letra do título; canto que não deixou de lembrar a mim o coro das antigas representações clássicas; até o final da apresentação, quando os presentes foram brindados com uma porção de um bom vinho tinto, traça de Baco.
A partir do canto inicial, os espectadores foram convidados a um passeio pelos diferentes espaços do Pé no Palco, aonde se desenrolavam as cenas respectivas a cada mito, assim confirmando as palavras da diretora do espaço, Fátima Ortiz, no texto de apresentação: “o trabalho do diretor e atores (...) passeia pelas possibilidades de estabelecimento de cumplicidade com o espectador e este pode mergulhar nas sensações e movimentos sendo ele próprio colocado ao centro da cena”. É deste centro móvel que, quem teve o privilégio de assistir a essa representação teatral, foi, a cada passo, sendo surpreendido pelo inusitado, pelo espanto e pelo estranhamento. Assim, na cena de Eros e Psiquê, que aconteceu no limiar entre o fora e o dentro do teatro. A platéia, acomodada em espaço coberto do teatro, viu a cena que teve seu início no pátio da churrascaria Paiol, a céu aberto, do outro lado da rua. E, depois, a aproximação, a cena acontecendo mais perto, no meio da rua, em meio ao trânsito dos veículos, na rua Conselheiro Dantas, no bairro Rebouças, em Curitiba, e, depois, ainda, na calçada, em frente à porta da garagem, em cujo interior estávamos, atentos, sentados. O passeio continuou, e os presentes viram Prometeu, amigo dos homens e mulheres mortais, revificá-los, tirando-os da sua inércia com o fogo roubado aos deuses; viram um absurdo Odisseu a embriagar-se na sua poltrona, ao lado de um ator pendurado em cordas no limite de passagem entre a pista e o palco, numa alusão ao deus ex machina das antigas tragédias. Subimos as escadas para um segundo pavimento, um mezanino pertencente à estrutura do lugar. E, dali, vimos, por sobre o vão da pista, vazia, embaixo, emoldurada na janela de vidro, acima, na parede do outro lado, a hilária atualização do mito de Narciso, representado pela mesma dupla que fez Eros e Psiquê. Eros, agora Narciso, levado pelo seu ego a experimentar calcinhas femininas, é flagrado pela sua noiva no instante em que vestia essa peça íntima do seu vestuário. A sua reação foi imediata: ao repelir seu companheiro com bolsadas, arrancou os vivos risos da platéia.
Assim durante todo o percurso, em cada passagem uma surpresa, uma emoção diferente. Se, no alto presenciamos o desenrolar do mito de Narciso; do alto vimos, embaixo, Ciclope e Cassandra e os trabalhadores pegando no pesado. Ponto culminante, no meu ponto de vista, foi o convite para espiarmos por uma fresta na parede, as bundas nuas dos atores perfilados. Entre o riso e o espanto, a tirada de conclusão como uma dúvida: por trás todo mundo é igual?
Mais do que a beleza dos movimentos corporais dos atores, o que ficou em meu pensamento foi o movimento das idéias e das formas que, desde os gregos mais antigos, foram perdendo os seu caráter religioso – mitológico – e assumindo a cada vez, o seu caráter de manifestação artística. Assim, o olhar atento do estudante de teatro, acompanha as modificações dos ditirambos e dos cantos fálicos ganhando ares trágicos em Ésquilo, aonde os mitos ainda têm o seu caráter solene; em Sófocles, que atenua o peso dos mitos e os substitui pelo destino inexorável do homem; depois, em Eurípedes que os humaniza totalmente, trazendo a força para o movimento brusco das paixões humanas. Ilustrando, dessa maneira, o conceito de Paideuma, que Leila Perrone-Moysés formula, ao refletir sobre os escritores modernos, desde então, cada autor que lida com os mitos, acrescenta, na sua lida teatral, uma diferença. Quem conta um conto acrescenta um ponto: dos deuses do Olimpo ao homem com os seus sentimentos. Do coro e corifeu para o corpo do ator/atores, até chegar na apresentação pós-moderna (porque fragmentária, com onze mitos numa única apresentação) de Por Trás Todo Mundo é Igual, provando que tais textos, apesar dos séculos que nos separam do tempo em que foram criados, ainda têm alma, ainda estão vivos e são capazes de enlevar os aficcionados por teatro por este mundão de Deus afora.
Viva o teatro! Viva a diferença!


Antônio Eduardo L. NAVARRO Lins.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

meus sonhos se espalham pelo sono
minha vida dorme sem dono
não sei quem sou nem o que vou ser
não sei o que quero nem o que vou querer
luto em busca do meu perdido amanhecer
busco a luta que me faz crescer
quero a paz e um momento de amplidão
quero você o amor o prazer o fogo o chão



by cláudio bettega, em 09/10.09.2005

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Folhinhas de calendário perdem-se
pelo tempo:
rasgam-se dias, meses, anos
e a história prossegue obtusa.
Testam-se bombas nucleares aqui,
invadem-se países ali,
morre-se de fome acolá...
A ampulheta não perdoa,
os corruptos não perdoam,
a corrosão não perdoa.
A bandeira jovem do ideal
é vista com sarcasmo
pelo “maduro” chefe do esquema,
esperto em seu estratagema
marginal
que abole a força
da filosofia e
da poesia.
Governar é garantir a si e aos seus
a melhor parte
pelo malandro escuso
cheio de arte.
Pelas veredas
os homens se desencontram,
a vida se desapercebe,
a esperança se desengana...



by cláudio bettega, em 04.06.2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

tentativa sonética

Sinto-te tão bela neste momento só nosso
Que não sei se me fazer também lindo posso
Quero sim te proporcionar alegria e prazer
Quero sim que me leves ao mais profundo viver

O amor nos é caro, a tristeza algo raro
O inebriante fulgor nos toca a pele
O cheiro da nossa paixão domina o ambiente
Não há nada de mal que nos interpele

Somos agora um, fundidos no sentimento
Que prova o nosso mais real contentamento
Ah, como te amo, ah como que quero


Tanto devoto-me a ti que extasiado berro
A maior graça que tenho na vida
Que é tua eterna e fiel acolhida



by cláudio bettega, em 28.12.2007

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Thadeu no Beto Batata




Thadeu polaco com novo livro. O lançamento acontece nesta sexta-feira (29), sábado (30) e domingo (31) no Original Beto Batata, na R. Prof. Brandão 678, em Curitiba. Será uma festa de polaco, com a tradicional duração de três dias.
Com um olho na filosofia e outro no fazer poético, o livro fala da vida. Com ritmo, oralidade e a bossa de humor que o autor possui. Ah, este livro vem com a assinatura de Saboro Nossuco, mais um alter ego de Thadeu.

terça-feira, 26 de maio de 2009

rabisquei idéias do poema abaixo semana passada. hoje formatei. e agora há pouco visitei o
polaco da barreirinha, e há uma letra do alexandre frança que fala sobre curitiba, suicidios... coincidência da chegada do frio?


minha gripe não é espanhola
não é suína
é suicida
minha gripe é urbana modelo
sonora
minha gripe é curitiba
cheia de movimento
por fora bela viola
por dentro pão bolorento
gélida cinza-escura imatura
desdenha dos poemas que lhe faço
me joga pra longe do meu passo
fere do coração o meu compasso
estica puxa arrebenta meu laço
trucida tritura minha maneira
de injetar seu sumo na veia
desliga meus neurônios na próxima esquina
buzina na periferia a chacina
esgarça a pútrida doutrina
vomitando em algum banho de piscina
a bebida dos bares da rotina
filha da puta desgraçada
te sinto tão deslocada
perdida esquecida mero arrabalde
fora dos eixos de tua voz sumida
poço de fel
toda batel
burra babel
que despreza este poema
no papel
conjugas o verbo do mel
mas chafurdas no esgoto sem céu
priorizas a aparência do véu
e destróis a colheita do amor
que te dedico cheio de torpor
mesmo assim não te esqueço
não sei se me mereces
ou se eu desolado te mereço
mas a ti sempre dirijo minhas preces
suportando tua autofagia
tentando alegrar tua pálida alegria
inventando inventar alguma poesia
escarrando no largo nossa azia
perseguindo na vida uma alforria

em 22/26.05.2009, by cláudio bettega

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Invado com um texto o contexto
d(i)(e)str(a)(u)ído, arremedo um verso desafinado para afinar minha loucura, faço brotar um orgasmo de uma visão tosca, inverto minha nota e pereço na frequência ignota. Meus olhos te procuram na primeira manhã fria de um verão escaldante, o horário do meu relógio se mantém uma hora atrás, fascínio e doçura no teu corpo escultura, tesão no meu ser e sentimento de se perder. No brilho da gota uma pálida oração, no encanto dos olhos uma ofuscada dimensão. Os sonhos se perderam quando amanheceu a realidade, a realidade é um sonho quando não se atinge a maturidade, um poema pra você meu querido amor irreal, mesmo que essa lamúria pareça meio sem sal.


by cláudio bettega, em 01.10.2004

segunda-feira, 18 de maio de 2009

vivo

http://www.youtube.com/watch?v=qLBbgVZ98YU

Ideologia

Ouço Cazuza
Ideologia
também quero
(pra) viver
quero ter
descobrir
conhecer
nada de bobagens
no papel
quero discursos longos
pra te esquecer
dizer tudo
pra amortecer
o que vive
vou ouvindo
ele canta
ele diz
no Cd
soube dizer
de viva voz
voz viva
como a morte
que o levou
flor assassinada


by cláudio bettega, em 23.02.2003