
domingo, 29 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Patafísica
A bicicleta patafísica

Que país! Há depravados que cheiram o selim da Bicicleta Patafísica (BP).
A BP não acreditou na metempsicose, nem no tempo em que ela era crocodilo.
A BP não roda para salvar o universo nem para curar os humanos.
A BP (mesmo que analisemos os paradoxos de Zenão) não gosta de camembert ao molho de Chanel nº 5.
A BP dança sem sapatilhas sobre o lago dos cisnes.
A BP, quando se cansa de correr, vira poste de luz.
A BP não pára quieta em cima de um balanço.
A BP pode ganhar o Tour de France, mas sempre recusou o Pulitzer.
A BP desliza na superfície do mar, incapaz de mergulhos submarinos.
A falsa BP é imediatamente desmascarada quando joga xadrez.
Mas como é que fomos cair nessa de mumificar os faraós sem as suas BPs?
Entre BPs, nem violação nem estupro.
Quantas coisas aprende o sexólogo quando fala de sexo à BP.
A BP contactou a tuberculose, se bem que ela não almoça com a dama das camélias nem toma chá com Chopin.
A BP para cuidar dos pulmões fuma cigarros antibióticos.
A BP é tão filósofa que a gente de seu país a recebe de costas, salvo os contorcionistas.
A BP, ao contemplar as formigas, tão matinais e diligentes, se recorda com nostalgia das de seu país, que acordam às 11 horas, mas atrasadas.
A BP é um monge trapista loquaz do silêncio falado, longe de Wittgenstein (µº & º {º}).A BP, em seu país, teria sido um bufão como os outros; no exílio, ela é rainha sem bufões mas com deuses dançarinos.
Se Freud tivesse conhecido a BP ele nos teria poupado o divã.
A BP sonha correr com as estrelas nas estrelas.
A BP deu à luz gêmeos num tricíclo.
A BP, que não crê na gravitação, se esborrachou.
A BP não traz nenhuma mensagem.
Ela deixa esta tarefa subalterna às outras bicicletas e aos servidores.
A BP espalha suas benfeitorias graças ao cocô de cavalo que ela defeca.
A BP não monta mais rápido nem com duas rodas a mais.
A BP lésbica chama atenção, mas não a azul.
A BP faz bem de não ter filhos. Ela os esqueceria sobre o guidão quando precisasse correr na Atlântida.
Malditos eutanasistas! A velha BP teme que o mecânico não venha consertá-la, mas enviá-la à caça.
Se a BP não existisse ela não seria menos admirada por seu "pedalador".
A BP, graças à sua reputação anti-nacionalista sem fronteiras, evita fingir patriotismo aquém de suas fronteiras.
Quando a BP se exilou, muitas pessoas e coisas morreram. Meio século depois, começamos a enterrá-las.
A BP tem uma tal consciência revolucionária que ela não sabe se deve fazer greve de fome ou de caviar.
A BP ciumenta pode se casar com um triciclo fiel. Mas sem emoção.
A BP faz desenhos pornôs em braile com legendas em volapük para velocípedes cegos.
A BP organizou um congresso sobre a memória. Convidada de honra: a bicicleta-em-pânico.
(Fernando Arrabal - Tradução de Arnaldo Block)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
homenagem aos quarentões nostálgicos
continuo com meus bolachões e seus bsides
nada de câmeras digitais ao gosto do freguês
curto mesmo películas e meus slides
fora projeções pirotécnicas multimídias
quero estampar transparências na parede
fodam-se blogs e-books portais de notícias
quero livros e jornais sem pensar em rede
fotoshops maquiagens
putas engrenagens
devolvam estrias e celulites
orkuts facebooks
escrotas egotrips
e-mails bye bye
quero escrever cartas
e receber cartões postais
by cláudio bettega, em 07/08.10.2009
do meu amigo fabiano
de fino trato.
e defino o trato:
o trato é o teatro!
e o teatro é o ator!
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Nossa Sra. da Luz dos Pinhais

hoje é dia da tua padroeira,
por isso tenho que encontrar a melhor
maneira
de te dizer umas verdades:
bem...
Te amo, sua filha da puta!
Tu és a sereia do meu
sangue...
Não é porque vegetas anêmica sem um mar
ou sem um mangue
que vou deixar
de te achar
toda beat!!!
Em ti é que jorra minha
egotrip, em ti
é que, lúcido ou
alienado,
desfilo meus passos
cheios de estilo.
São teus os
mamilos do meu
desvirginamento
a cada idéia ou cada
tormento.
“Impávida colossa”
ou perdidinha provinciana, me
ensinas que um ser é
ser e nada em
qualquer parada,
mesmo que essa parada seja
tu, sua puta
degenerada.
Sim, és uma puta, uma vadia,
que se dá toda aos endinheirados e deixas
os pobres na mão.
Puta desgraçada... eu te quero e te tenho
porque tenho algum tostão! Assim,
posso te frequentar
escolas e bares ou
museus e solares, e tu
te abres toda,
regozija-se e diz
“me foda”.
Sou um ser e sou um
nada,
mas em ti
minha parada
tem sido bem digesta,
imagine, posso até
fazer festa...
Curitiba, Curitiba...
o que queres hoje
do teu poeta?
Queres um agrado, queres
meu falo que sempre
te penetra?
Ahhh... Sua puta...
Me deixas louco com tua beleza,
fico-me sentindo uma
realeza
a cada passo que dou no
teu solo-Império...
Ah, louca,
ainda hei de descortinar teu
maior mistério...
não me contas qual é,
guarda-o em segredo...
Guria pedante, metida a
moderna...
Cidade modelo e manequim,
cheia de lambrequim...
Mas em alguns momentos,
acho-te uma baderna...
Querida, chega de papo que
hoje é dia de festejo.
Tem gente na catedral,
tem quem faça arraial...
E olha, não vou falar de pinhão,
por favor não peças isso...
sou poeta maldito,
o que vou dizer na minha tribo
se algum acadêmico decrépito
vier me comparar ao tal Emiliano?
Não, por favor...
Desses que hoje
moram em
outro plano, fico com o
Paulo:
“Conheço esta cidade
como a palma da minha pica.
Sei onde o palácio,
sei onde a fonte fica...”
Vai, sua puta,
vai me achar na esquina
pra entender
o quê te/me significa!
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
repostagem urgente.
by bettega, uma noite aí...
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
me mantém
as emoções contidas
quero voltar
a compor versos insalubres
quero o molho apimentado do verso esticado
derramar este inconsciente que se faz presente
nessa nobre canetada
em qualquer próxima rodada
meus olhos se perdem em nuvens de suor/ vapor de calor
não quero repetir a dose da cerveja cara
quero o melhor porre – a poesia rara
a mente em virtude e compasso produtivo
sem nunca julgar o desvario proibido
by bettega, um dia aí...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Texto da querida amiga Alice Springer
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Você está com alguma dor? De que tipo? Vamos, diga logo. Diga aonde dói. Não tem coragem? Não mesmo? Pois o pessoal da Súbita Companhia de Teatro tem. E muita coragem, por sinal. Se a dor é só física, eles demonstram. Se é emocional, eles confessam. Seja uma dor repentina ou cotidiana... Em interpretações fortes em momentos intensos e líricos, com textos de criação coletiva durante o processo de montagem da peça, os vários tipos de dor, enfim, são abordados. Os corpos dos atores flutuam em planos altos, médios e baixos, em expressões que chegam até a driblar obstáculos. Tudo pra dizer aquilo que nós todos sentimos e muitos não tem coragem pra externar. Se dói, vou ao shopping, tomo remédios, grito, lamento, suspiro, choro, corro, danço... Porque dói mesmo estar conectado com tudo, o tempo todo. Porque dói viver.
A montagem marcou presença na temporada do Pé no Palco, ano passado, e no Festival de Curitiba , neste ano. Teve tanto gás que foi exibida mais uma vez, até ontem, no Espaço Dois. Só pude ver no sábado. E é ótimo poder ver pessoas queridas ganhando a cena teatral, com talento e muita, muita arte. E já espero nova temporada, pra ver de novo e chorar junto com a coragem de artistas de mostrarem o que muitos querem esconder. Esta, aliás, é uma das muitas funções do teatro.
Diga aonde dói – Súbita Companhia de Teatro
Direção:Maíra Lour
Produção: Daniel Kleiber
Atuação:Sol Faganello
Janaína Matter
Juliana Adur
Alexandre Zampier
Otávio Linhares
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Por que esse inverno em teus olhinhos tão lindos?
Abra a janela e veja o
céu azul de Curitiba hoje...
Sabe que até gosto desse friozinho?
Legal pra tomar um café, ler o jornal,
laborar a labuta,
protestar contra aquele senado filho da puta...
Lembrar de como foi bom ontem meu
ato transgressor, pensar em
como é bom ser
este ator...
Esqueço até da minha artrose, da neurose e da
porca psicose...
Meus gemidos hoje são de paixão, de vida,
de sangue em combustão,
de poesia, de alegria, de sonhos em
profusão.
Venha comigo!
Te passo todo esse calor por osmose:
teus poros vão respirar, teus olhos enfim brilhar
e eu vou ganhar uma alforria
pra matar a autofagia.
by cláudio bettega, em 13.07.2009
quinta-feira, 2 de julho de 2009
O PT apóia aquele cara,
isso, aquele com bigode de bombril
que já fodeu de monte com o Brasil –
puta que o pariu!!!
O que falta mais nessa política escrota
onde qualquer ideal nobre se esgota
em troca de um bom ardil?
Os homens decentes se esconderam,
se mostrarem sua honestidade
serão logo chamados de ingênuos
por aqueles que se venderam.
Veja bem, da próxima vez,
onde enfiar seu dedo
na urna eletrônica.
Confesso, tô pensando seriamente
em anular meu voto pra
ser mais prudente.
Essa nossa política deixou
há muito de ser
algo sério,
tá mais parecendo
uma ópera cômica,
onde qualquer pelego
pode ganhar um ministério.
Olha que, daqui a pouco,
o sertão vai virar mar
e o mar vai virar sertão –
se até Brasília, que era seca pra danar,
virou um mar de merda e lama,
por que duvidar que água
pode virar chama?
by bettega, em 02.07.2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
faça essa arte
seja aqui
ou em marte
produza poemas
cheios de rimas
ricas ou pobres
cheirando a ouro, prata
ou cobre
se preferir
verseje brancamente
o importante
é que você me oriente
pelos veios e veias
desse mundo
através das palavras
e idéias
que eu persiga
e digira
arte encantada
que a inteligência admira
by cláudio bettega, em 26.09.2002
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Análise do Navarro
(Análise de Peça do Festival de Teatro de Curitiba – 2009)
Por Trás Todo Mundo é Igual é uma bem humorada atualização de alguns mitos que, desde tempos imemoriais, vêm enlevando os espectadores por este mundo afora. Conforme o prospecto de apresentação, “são onze mitos encenados de acordo com a criatividade dos atores, que tiveram a liberdade para formularem suas cenas. O objetivo foi redimensionar a característica do mito para a existência contemporânea e diária do homem – cada ator pesquisou ao extremo seu mito, tentando avaliar como seria de fato uma figura mítica se comportando como um ser 'normal'.” Os mitos presentes no espetáculo são: Electra, Eros e Psiquê, Prometeu, Ulisses, Orfeu, Ciclope e Cassandra, Narciso, Medusa e, finalmente, Baco.
Eu tive a oportunidade de assistir a este espetáculo duas vezes. A primeira, no final do ano de 2008, quando todas as turmas e grupos oriundos do Pé no Palco apresentam os seus trabalhos na temporada oficial daquela escola de teatro; a segunda, durante o Festival de Teatro de Curitiba, na sua edição de 2009.
O pessoal do grupo TODOMUNDONU, responsável pela montagem da peça esteve impecável, desde a recepção da platéia, em um átrio vazio, com os atores e o público, em roda, cantando o refrão com a letra do título; canto que não deixou de lembrar a mim o coro das antigas representações clássicas; até o final da apresentação, quando os presentes foram brindados com uma porção de um bom vinho tinto, traça de Baco.
A partir do canto inicial, os espectadores foram convidados a um passeio pelos diferentes espaços do Pé no Palco, aonde se desenrolavam as cenas respectivas a cada mito, assim confirmando as palavras da diretora do espaço, Fátima Ortiz, no texto de apresentação: “o trabalho do diretor e atores (...) passeia pelas possibilidades de estabelecimento de cumplicidade com o espectador e este pode mergulhar nas sensações e movimentos sendo ele próprio colocado ao centro da cena”. É deste centro móvel que, quem teve o privilégio de assistir a essa representação teatral, foi, a cada passo, sendo surpreendido pelo inusitado, pelo espanto e pelo estranhamento. Assim, na cena de Eros e Psiquê, que aconteceu no limiar entre o fora e o dentro do teatro. A platéia, acomodada em espaço coberto do teatro, viu a cena que teve seu início no pátio da churrascaria Paiol, a céu aberto, do outro lado da rua. E, depois, a aproximação, a cena acontecendo mais perto, no meio da rua, em meio ao trânsito dos veículos, na rua Conselheiro Dantas, no bairro Rebouças, em Curitiba, e, depois, ainda, na calçada, em frente à porta da garagem, em cujo interior estávamos, atentos, sentados. O passeio continuou, e os presentes viram Prometeu, amigo dos homens e mulheres mortais, revificá-los, tirando-os da sua inércia com o fogo roubado aos deuses; viram um absurdo Odisseu a embriagar-se na sua poltrona, ao lado de um ator pendurado em cordas no limite de passagem entre a pista e o palco, numa alusão ao deus ex machina das antigas tragédias. Subimos as escadas para um segundo pavimento, um mezanino pertencente à estrutura do lugar. E, dali, vimos, por sobre o vão da pista, vazia, embaixo, emoldurada na janela de vidro, acima, na parede do outro lado, a hilária atualização do mito de Narciso, representado pela mesma dupla que fez Eros e Psiquê. Eros, agora Narciso, levado pelo seu ego a experimentar calcinhas femininas, é flagrado pela sua noiva no instante em que vestia essa peça íntima do seu vestuário. A sua reação foi imediata: ao repelir seu companheiro com bolsadas, arrancou os vivos risos da platéia.
Assim durante todo o percurso, em cada passagem uma surpresa, uma emoção diferente. Se, no alto presenciamos o desenrolar do mito de Narciso; do alto vimos, embaixo, Ciclope e Cassandra e os trabalhadores pegando no pesado. Ponto culminante, no meu ponto de vista, foi o convite para espiarmos por uma fresta na parede, as bundas nuas dos atores perfilados. Entre o riso e o espanto, a tirada de conclusão como uma dúvida: por trás todo mundo é igual?
Mais do que a beleza dos movimentos corporais dos atores, o que ficou em meu pensamento foi o movimento das idéias e das formas que, desde os gregos mais antigos, foram perdendo os seu caráter religioso – mitológico – e assumindo a cada vez, o seu caráter de manifestação artística. Assim, o olhar atento do estudante de teatro, acompanha as modificações dos ditirambos e dos cantos fálicos ganhando ares trágicos em Ésquilo, aonde os mitos ainda têm o seu caráter solene; em Sófocles, que atenua o peso dos mitos e os substitui pelo destino inexorável do homem; depois, em Eurípedes que os humaniza totalmente, trazendo a força para o movimento brusco das paixões humanas. Ilustrando, dessa maneira, o conceito de Paideuma, que Leila Perrone-Moysés formula, ao refletir sobre os escritores modernos, desde então, cada autor que lida com os mitos, acrescenta, na sua lida teatral, uma diferença. Quem conta um conto acrescenta um ponto: dos deuses do Olimpo ao homem com os seus sentimentos. Do coro e corifeu para o corpo do ator/atores, até chegar na apresentação pós-moderna (porque fragmentária, com onze mitos numa única apresentação) de Por Trás Todo Mundo é Igual, provando que tais textos, apesar dos séculos que nos separam do tempo em que foram criados, ainda têm alma, ainda estão vivos e são capazes de enlevar os aficcionados por teatro por este mundão de Deus afora.
Viva o teatro! Viva a diferença!
Antônio Eduardo L. NAVARRO Lins.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
minha vida dorme sem dono
não sei quem sou nem o que vou ser
não sei o que quero nem o que vou querer
luto em busca do meu perdido amanhecer
busco a luta que me faz crescer
quero a paz e um momento de amplidão
quero você o amor o prazer o fogo o chão
by cláudio bettega, em 09/10.09.2005
sexta-feira, 5 de junho de 2009
pelo tempo:
rasgam-se dias, meses, anos
e a história prossegue obtusa.
Testam-se bombas nucleares aqui,
invadem-se países ali,
morre-se de fome acolá...
A ampulheta não perdoa,
os corruptos não perdoam,
a corrosão não perdoa.
A bandeira jovem do ideal
é vista com sarcasmo
pelo “maduro” chefe do esquema,
esperto em seu estratagema
marginal
que abole a força
da filosofia e
da poesia.
Governar é garantir a si e aos seus
a melhor parte
pelo malandro escuso
cheio de arte.
Pelas veredas
os homens se desencontram,
a vida se desapercebe,
a esperança se desengana...
by cláudio bettega, em 04.06.2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
tentativa sonética
Que não sei se me fazer também lindo posso
Quero sim te proporcionar alegria e prazer
Quero sim que me leves ao mais profundo viver
O amor nos é caro, a tristeza algo raro
O inebriante fulgor nos toca a pele
O cheiro da nossa paixão domina o ambiente
Não há nada de mal que nos interpele
Somos agora um, fundidos no sentimento
Que prova o nosso mais real contentamento
Ah, como te amo, ah como que quero
Tanto devoto-me a ti que extasiado berro
A maior graça que tenho na vida
Que é tua eterna e fiel acolhida
by cláudio bettega, em 28.12.2007
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Thadeu no Beto Batata

Com um olho na filosofia e outro no fazer poético, o livro fala da vida. Com ritmo, oralidade e a bossa de humor que o autor possui. Ah, este livro vem com a assinatura de Saboro Nossuco, mais um alter ego de Thadeu.
terça-feira, 26 de maio de 2009
polaco da barreirinha, e há uma letra do alexandre frança que fala sobre curitiba, suicidios... coincidência da chegada do frio?
minha gripe não é espanhola
não é suína
é suicida
minha gripe é urbana modelo
sonora
minha gripe é curitiba
cheia de movimento
por fora bela viola
por dentro pão bolorento
gélida cinza-escura imatura
desdenha dos poemas que lhe faço
me joga pra longe do meu passo
fere do coração o meu compasso
estica puxa arrebenta meu laço
trucida tritura minha maneira
de injetar seu sumo na veia
desliga meus neurônios na próxima esquina
buzina na periferia a chacina
esgarça a pútrida doutrina
vomitando em algum banho de piscina
a bebida dos bares da rotina
filha da puta desgraçada
te sinto tão deslocada
perdida esquecida mero arrabalde
fora dos eixos de tua voz sumida
poço de fel
toda batel
burra babel
que despreza este poema
no papel
conjugas o verbo do mel
mas chafurdas no esgoto sem céu
priorizas a aparência do véu
e destróis a colheita do amor
que te dedico cheio de torpor
mesmo assim não te esqueço
não sei se me mereces
ou se eu desolado te mereço
mas a ti sempre dirijo minhas preces
suportando tua autofagia
tentando alegrar tua pálida alegria
inventando inventar alguma poesia
escarrando no largo nossa azia
perseguindo na vida uma alforria
em 22/26.05.2009, by cláudio bettega
quinta-feira, 21 de maio de 2009
d(i)(e)str(a)(u)ído, arremedo um verso desafinado para afinar minha loucura, faço brotar um orgasmo de uma visão tosca, inverto minha nota e pereço na frequência ignota. Meus olhos te procuram na primeira manhã fria de um verão escaldante, o horário do meu relógio se mantém uma hora atrás, fascínio e doçura no teu corpo escultura, tesão no meu ser e sentimento de se perder. No brilho da gota uma pálida oração, no encanto dos olhos uma ofuscada dimensão. Os sonhos se perderam quando amanheceu a realidade, a realidade é um sonho quando não se atinge a maturidade, um poema pra você meu querido amor irreal, mesmo que essa lamúria pareça meio sem sal.
by cláudio bettega, em 01.10.2004
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Ideologia
Ideologia
também quero
(pra) viver
quero ter
descobrir
conhecer
nada de bobagens
no papel
quero discursos longos
pra te esquecer
dizer tudo
pra amortecer
o que vive
vou ouvindo
ele canta
ele diz
no Cd
soube dizer
de viva voz
voz viva
como a morte
que o levou
flor assassinada
by cláudio bettega, em 23.02.2003
terça-feira, 12 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Desoprimida
a última lágrima
criativa
que me escorre
em poema
Ativada
a vontade de perpetuar
o choro/banho
de poesia
Aqui está o
momento gravado
ao findar
do dia
Teu seio
flor doce
perfume macio
a provocar
o latejo
do meu tesão
Teu beijo
sabor perpétuo
a abrir
meus canais
de emoção
mar de
felicidade
respirar teu ar
por toda a
eternidade
rasguei a
garganta
com um grito de
paixão
meu peito se
agiganta
com seu toque de
tesão
minha vida se
encanta
com seu
beijo/imensidão
escutei tua voz
perdida
gemida
oprimida
quero te curar
qualquer ferida
quero te ter
quero te ser
quero tua
Vida
me dá uma
chance
que te envolvo
num delírio
de romance
anexei
um arquivo
no teu recinto
acessei
um site
com meu pinto
te devassei
com um vírus
de amor
bem limpo
te apedrejei
com meu pecado
quente visão
pintei um quadro
tintas fortes
sem recato
delírio fescenino
de menino
perdido em telas
e palavras
um pobre bardo
a escrever um poema
saído do seu
retardo
Cala o bico,
poeta!!
Tira esse teu
brinco e
te remete à realidade
aqui da vida!!
Teu verso é
nada,
teu eu é nada,
tua luta
é nada!!
Pára de verter
versos inúteis
porque a palavra
aqui no real
é puramente
produto comercial!!
Deixa de te achar
invento
porque tua existência
é fora do tempo!!
Deixa de inventar
brincadeiras porque
a realidade aqui
não é lúdica!!
Lúnático inútil,
carta fora do
baralho, ficas aí
pensando que és
artista ducaralho...
Pobre ser,
nada és,
daqui a pouco
nem tostão terás
para vestir
teus pés!!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
No palco acontece
tudo o que a gente merece.
A criação é nossa matéria prima,
a interpretação nossa ourivesaria precisa.
Um bando de doidos a tomar café à luz da lua
driblam os carros no meio da rua.
Bundas, pipocas, beijos,
pedreiros e seus anseios...
Um velho nostálgico bebendo à (a) sua dor,
o fogo alcalino emanando seu ardor...
A faca que rasga o desvio,
o portal que se abre esguio...
O ególatra que quer se estuprar,
a noiva que quer (se) amar,
o rapaz que quer se libertar,
a mãe que quer aconchegar...
A moça que quer (se) conhecer,
a alma que quer prever,
mesmo sabendo de todo seu saber...
Um vinho, uma uva, um toque,
uma mancha vermelha a externar nossa paixão,
nada é limite pra nossa pulsão,
nada reprime nossa combustão...
O guru querido que nos tira da fôrma,
o público amigo que nos conforta...
Carregamos a sina de todo ator
– compor nosso caminho com muito amor.
by Cláudio Bettega, em 28.04.2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
by me, um dia desses aí...
quarta-feira, 22 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
quinta-feira, 16 de abril de 2009
quarta-feira, 15 de abril de 2009
by cláudio bettega, um dia aí...