segunda-feira, 4 de maio de 2009

POR TRÁS TODO MUNDO É IGUAL


No palco acontece
tudo o que a gente merece.
A criação é nossa matéria prima,
a interpretação nossa ourivesaria precisa.
Um bando de doidos a tomar café à luz da lua
driblam os carros no meio da rua.
Bundas, pipocas, beijos,
pedreiros e seus anseios...
Um velho nostálgico bebendo à (a) sua dor,
o fogo alcalino emanando seu ardor...
A faca que rasga o desvio,
o portal que se abre esguio...
O ególatra que quer se estuprar,
a noiva que quer (se) amar,
o rapaz que quer se libertar,
a mãe que quer aconchegar...
A moça que quer (se) conhecer,
a alma que quer prever,
mesmo sabendo de todo seu saber...
Um vinho, uma uva, um toque,
uma mancha vermelha a externar nossa paixão,
nada é limite pra nossa pulsão,
nada reprime nossa combustão...
O guru querido que nos tira da fôrma,
o público amigo que nos conforta...
Carregamos a sina de todo ator
– compor nosso caminho com muito amor.




by Cláudio Bettega, em 28.04.2009

Um comentário:

Navarro, o Dua. disse...

Por Trás Todo Mundo é Igual, eu vi duas vezes. Recomendo. Muito boa. Fruto bom do Pé, como tantos outros. Bettega, parabéns: pela peça e pelo blogue. Abraço, Navarro.