quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PSICANÁLISE DOS INCLUÍDOS
adriano smaniotto

você não pode comer a mamãe
tampouco decepcionar o papai
não ouse desejar a ninfeta
nem queria dar sua ruela

se usar coisas ilícitas
se esconda
se quiser sublimar sua fraqueza
vire polícia

só não se atreva a dizer buceta
onde todos dizem vagina
e cuidado com as aparências
nada de quilos de gordura e cocaína

chegue no trabalho sorrindo
mas cuide para não derrubar o punhal
que traz do chefe o apelido

aprenda a ter um Deus
e uma crença
ainda que ambos ensinem
a ser reprimido

não coma a mulher do amigo
nem coma o amigo que é mulher
também não fique muito tempo sem comer
porque isso que é ter umbigo

aprenda a dizer coisas como tudo bem
que bom eu também acho
e esqueça palavras como revolta
vá se foder e que saco

até que um dia
o tempo
mais sábio
porque sem terapia ou escola
fará você ver
que a vida foi embora

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos."
arthur rimbaud

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Movimento:
parte do
meu eu,
em distopia,
avança pelo
tempo,
numa sinfonia
de ar e euforia,
perdido
enfrentamento
que me faz
amar e sentir o
vento a todo
momento.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

sem bichinho de maçã...

quero
respirar o ar
para poder
amar,
quero ver o
mar
em ondas de
mistério,
quero defender
a vida em
forte ministério,
quero ver brotar
parte do meu eu
dentro de um fruta
que verme nenhum
comeu.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

by me, um dia aí...

Crio um atalho, um desvio da sorte,
navego em mar brando e
exprimo o desgosto
em relação ao homem torpe,
à fuligem,
ao mau gosto.

Minha vida é meu pão, meu lugar, meu posto.
Ninguém pode me tirar
do meu cafofo
e depois debitar
da minha conta o imposto.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

a gosma voltou,...

... a morbidez não acaba...


cansei de estar
tão aflito,
perdido,
imerso em
conflito

só quero um rumo
certo,
um abrigo,
um cafezinho
esperto

me dói
essa gosma densa
que me encobre,
me inunda,
me varre

minha cruz é
tão imensa,
sobreviver é mero detalhe



by cláudio bettega, em 06.08.2001
ver você
e não mais saber
do que me faz
andar pra
trás

sentir você
e conhecer
o prazer extremo
do extremo
querer

amar você
e ir além
do real comum
ficar bem
zen

fundir-me a você
sem me confundir
deixar apenas
todo o sangue
fluir



by cláudio bettega, em 11.12.2007

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

estarei na tela como porpeta no...

...filme "3 notas para uma bossa"
http://qfilmes.files.wordpress.com/2010/08/tela-tv-final.gif,

com Max Olsen e outros atores. e as fotos do Max são muito legais.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

inspiram-me teus olhos
dão-me força
para prosseguir
na aventura
de tentar
tento e tanto tento
que um dia
há de chegar
toda a alegria
sinfonia
harmonia
cantoria
espero pela vida inteira
e mais um pouco
tento e tanto tento
feito um louco
que um dia
há de chegar
todo o amor
fulgor
calor
vai-se o tremor
vão-se as chagas
pragas
a vida, sorrateira
irá se projetar
e dominar
o som
a cor
o bar
o sabor
o lar
o licor
e o olhar
que vem de ti
e faz-me amar


by cláudio bettega, em 04.08.2000

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Estou com uma pança
meio sancho, preso numa
dança meio
mambo,
vendo uns fantasmas
meio moínhos,
conversando com
almas meio
daninhas, querendo
alisar meus pêlos
com a escovinha
da poesia dos meus
pergaminhos.




by cláudio bettega, em 13.08.2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um mono-motor
ronca
rasga o céu
(noite)
cheio de estrelas
cerejas prateadas
num bolão de chocolate

Lua
decoração cheia
reflete o sol
fogo sagrado
o avião ronca
tatuado pela luz
procurando sua rota

São Jorge
cavalga o dragão
atormentado
pelo ronco
barulho inconveniente
avião mono-motor
meio perdido
poluindo o bolo
parabéns pra você

Dragão assustado
vomita seu fogo
alimentado pelo sol
queima o avião
botão ejetor
piloto de pára-quedas

Lua cheia
luz no céu
creme de leite
no bolo de cerejas
prateadas

Piloto voando
sujo de chocolate
rouba algumas
estrelas/cerejas
para o seu
amor


by clãudio bettega, em 31.03.2002

amante pedantinho, hein?

expresso-me
tal um poeta
penetra
de almas claras
ou escuras
como a tua
te perscruto
na cara dura
escuto
teu não
tua procura
por mim
sei que queres
um alento
um abrigo
um amigo
te consolo
do meu modo
te dou um poema
emblema
da nossa
felicidade
te faço limpa
alma clara
com meu amor
te tiro a dor
o medo
te encho a cara
de beijos
realizo
nossos desejos
conquisto a noite
a lua
a rua
te levo ao oriente
do inconsciente
publico um livro
de poesia
que conte a história
da nossa vida
e depois
para sempre
perpetuo nossa luz
em semente


by cláudio bettega, em 15.02.2002

abri o baú

Estes teu olhos tão claros
iluminam minha noite
irradiam tua beleza
me fazem crer que a natureza
sabe ser perfeita, harmoniosa
criando formas encantadas
que aquecem frias madrugadas.
Tão linda é tua face,
tão belo teu conjunto
(íntimo, alma, cérebro impoluto),
que espero sempre tua vida
ser um vale abençoado
cheio de felicidade
e que teu coração
pulse eternamente apaixonado.


by cláudio bettega, em 12.10.2001

terça-feira, 3 de agosto de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

Sopra agora neste meu agosto
um vento de águas de março
que fecham o verão do meu passado
em desgosto.
Jogo no teu peito pipocas de
panela que você come vendo
a sessão da tarde em versão brasileira
herbert hitchers.
O caldo da cultura pop se mistura
a um perdão satírico que te peço
por não te engrandecer como deveria.
A alma penada do meu eu
continua seu périplo banhada
em anestesia.
O baque o susto o salto o palco a pena
apenas singrando a tela em teclas.
A busca o fato o ato o vero
numa percepção
cáustica da mórbida figura.
A vida o ser a angústia a mácula da realidade
que se me transfigura.


by cláudio bettega, em 01.08.2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

do meu livro "Busca"

por esse caminho
caminham meus pés
bem devagrinho
procuram um porto
que traga alegria
quem sabe
sua companhia

quinta-feira, 22 de julho de 2010

by me, um dia aí...

Rios, flores, encostas,
beijos, poemas, pergaminhos,
acaricio tuas costas
e esqueço de matos daninhos.

O sol enternece o calor,
o suor encanta meu peito,
a brisa vem com vapor,
a vida ama de um novo jeito.

Sinto prazer com você
na nossa conjuração
de corpo e vento.

Nosso amor nos fez
ter pela natureza
um respeito sedento.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Há cinco anos, num dia deprê

como pelas beiras
o alimento da
minha poesia
das minhas veias
escorre
sangue negro e
gelado
sou apenas
um perdido
um alienado
nutro o amor
bandido
pelo mundo
letrado
mas sou mais um
poeta
sem talento
pouco sei
inventar
aqui nesse meu
movimento
acho melhor largar
a caneta
fechar o caderno
e me esconder
em algum
inferno


by cláudio bettega, em 17.07.2005

segunda-feira, 5 de julho de 2010

haikais do brother rafael walter

ana clara

olhar nos seus olhos
é como ver
a noite estrelada




a batalha musical
do louco na gritaria
a fundir a melodia




poema flor
bate o vento
espalha amor




n’árvore do pátio
o ninho de sabiás
vida a florescer




canta o passarinho
todos os males espanta
palco: fio de luz




numa quarta-feira
o sol nasceu mais tarde em
frente à biblioteca




paisagem urbana

carros, concreto, aço
de tudo isso me farto
e ainda me falta um pedaço




garota no comando
sobre duas rodas
curva psicodélica




tosse tosse tosse tosse
catarro, muco, febre
o vento lá fora

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Se os Tubarões Fossem Homens
Bertold Brecht


Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.



Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.



Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.



Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.



Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.

terça-feira, 18 de maio de 2010

ano de eleição, galera!

O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Dia desses, nas oficinas de texto com o mestre Ivan Justen Santana, ele leu um interessante ensaio que discute norma culta, norma inculta, falares certos e errados. Fiz, daí, esse poeminha, que ele corrigiu e deu formato final.


Como falar e escrever certo
num país de
analfabetos?
Norma culta para
alguns poucos,
norma das ruas e dos campos
para alguns vários,
com seus idiomas
precários
que pouco se
aproximam da língua
matriz lá de
Portugal...
Sendo assim,
haverá mesmo
o certo?
Haverá mesmo
analfabetos?
Qual o real
precário?
Se a língua se faz
no povo,
o certo mesmo
é que o Brasil
formulará sua
própria língua,
processo que
já começou
dentro desse
falar “precário” –
a não ser que a educação
se faça em braços tentaculares,
a começar, quem sabe,
pela televisão e seus viés
publicitário que, em
30 segundinhos,
pode prestar um
servição.
Enfim: aqui jaz um
poema deficitário de um
reles mane otário que busca
um tal de certo,
que pode ser o próprio
incerto.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam."
-Arnold Toynbee-

quinta-feira, 22 de abril de 2010

me perco na perda,
a perda que me seda;
me escondo no escuro,
o escuro que me cega.

procuro uma fresta
por entre as sedas
dos lençóis da
melancolia,
quero mil passos além
da letargia.

buscando a busca
do futuro,
do porto seguro,
arrasto meu coturno
e suo meu bestunto.

meu corpo,
em mórbida lamúria,
me limita a vida,
seu som e sua fúria.

a voz que me roubo
rouba a cena do apedrejamento,

o punhal com que me firo
há muito me segue em giros,
palavras, muitas vezes,
alvejam como tiros.

o lamento de agora
vai terminando –
o muro já me serviu,
a cabeça já partiu...

resta adormecer as feridas,
sonhar com os anjos,
com as musas,
apagar as pegadas doídas
e, em resfolegares brandos,
expurgar as imagens
confusas.

cb, 23.04.2010

00hs56min - 01h03min

A tela do laptop está sangrando. Há chagas escondidas na sua luz, há palavras escondidas na sua cruz. Palavras que ora recolho e regurgito, ora recolho e as transmito. A transmissão é imediata, o céu infoway é infinito, as chagas se abrem em conflito, a rede me grita um grito aflito. Não quero a podre discórdia da obtusidade imediata, não quero a metade do entendimento, quero sabedoria em todo e qualquer vento. Célebres anônimos se perdem, anônimos célebres não convergem, pastas de pastiches me apedrejam, gotas pastosas em linhas de texto rastejam. As estrelas brilham a explosão, os cérebros geram a combustão, as teclas dão acesso à ilusão. Quero aqui agora seu sorriso sacana me tirando um sarro, quero aqui agora sua força do meu lado. As gotas saguíneas de mensagens vão dormir, publico no blog este porvir, me deito e em sonhos vou sorrir.



estou meio doído.
Distraio-me e abstraio-me deste mundo tão sem jeito, fico aqui sonhando, sentindo uma dor no peito. Quero o amor e a poesia, não quero uma noite vazia, quero tua companhia, tua alma, tua fantasia. Vamos caminhar pelo outono, sentir o vento sem dono, quero uma luz de folhas amarelas, quero a relva e sombras belas. Vou dar-te o meu espelho para que te vejas nua, vou sentir teus cabelos em meu nariz, em todo o meu rosto, vou deixar-te nua. Vamos sentir o sentimento mais lindo, o amor em estado infindo, vamos brotar juntos num mundo só nosso, agora quero te beijar toda, posso?

by me, um dia aí...
ah! Curitiba, Curitiba
Curitiba que te
estupro pelo
caminho
contigo não estou
sozinho
te sinto bela e
plena
te sinto
feito  poema
por mais que
tentes me cuspir
pra outro
quintal
meu amor por ti
é incondicional



esse poema escrevi para a peça do ano passado no pé no palco, homenageando a gélida de luís felipe leprevost, que, ao fim a ao cabo, é, claro, nossa curitiba

sábado, 17 de abril de 2010

quando é natural saber o saber é natural. e vice-versa.e versa-vice
bettega

quinta-feira, 15 de abril de 2010

eu preferia que o atletiba fosse na arena. seria vitória certa para o coxa . ARENA - Área Reservada a Eventos da Nação Alvi-verde. no couto, eu gostava mais da torcida do coxa nos fundos. ficava mais em casa, no aconchego, pra fazer festa íntima. quando colocaram a torcida na curva de entrada, disseram que era porque o coxa tinha que estar na entrada principal, que tinha tb a lojinha. mas agora a loja tá nos fundos de novo... sei lá, podemos estar com a torcida na frente, mas colocamos sempre por trás no atlético.

terça-feira, 13 de abril de 2010

ando sonhando sonhos elaborados demais. até me assusto. acho que vou voltar pra terapia...
são filmes comple(x)(t)os... eu hein...

cláudio pegou bettega no cantinho e disse:

cara, para de chororô escroto e PERCA ESSA PERDA, CARÁIO!!!!!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

bettega perdido num dia perdido aí...

AH, POETA!
por que insistes em
te manter vivo
se sentes que o
mundo não te
completa?
O que esperas da
vida se só
sabes chorar
no peito do
travesseiro e
depois escrever tua
agonia
em forma de
poesia?
AH, POETA!
tua linha
não é
curva nem
reta,
tua força
não é
surda nem
concreta.
Abatido,
te perdes pelas
veredas
a sujar
qualquer papel de
seda
com a tinta do
teu instrumento e
te reduzes
a um
jumento
quando imaginas
que isso
pode ser
material de
sustento.
AH, POETA!
erras pelos palcos
travestido de
matéria teatral
e sonhas com a
boca de cena
aberta a teu
talento natural...
AH, POETA!
como é difícil caminhar
tendo a arte como
meta.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

não sou santo

vieste em hora errada
meu corpo não quer mais nada
não tem mais amor pra dar
quase não consegue respirar
meus pensamentos estão dormentes
minhas chagas, quentes
sou território da dor
vivo agora imenso pavor
creio estarei putrefato
a qualquer próximo ato
a salvação é impossível
foi bom te conhecer, tão sensível
mas meu destino é o necrotério
e depois o cemitério

by bettega

segunda-feira, 29 de março de 2010

parabéns curitiba

nos teus 317
meu maior desejo é
cortar o teu topete

quinta-feira, 25 de março de 2010

agora sim!

Agora quero e vou rimar no metro,
Ser poeta com vergonha na cara.
Fazer poesia num jeito esperto,
Porque a verve escolhe quem a declara.

Talvez meio impreciso no início,
Vou labutando minha lida ao vento
Que se tornou maravilhoso vício
Nesta vida cheia de sentimento.

Armo então meu canto metrificado
Nos deixando a esperar nova empreitada,
Talvez para a encontrar ali na esquina.

Dispara agora um beijo vosso bardo
E em alma um tanto desequilibrada
Vai lutando em busca de sua sina.
 
 
ando fazendo uma oficina de texto com o mestre Ivan Justen Santana, que me auxiliou na formatação final deste poema. sempre quis metrificar, e acho que agora deu certo. a se grifar que o primeiro verso da segunda estrofe foi deixado propositalmente com pé quebrado devido ao sentido do que foi dito. valeu Ivan!!!!
Me disparo
contra o anteparo
perfuro a
proteção do seu
mundo
sou seu agora
a cada novo
segundo
quero você minha
me aceitando
e me dando
carinho
bem de mansinho
lhe dou meu
beijo
e todo o meu
eu
assim como
a brisa da noite passada
nos prometeu



by cláudio bettega, em 12.10.2006

quarta-feira, 24 de março de 2010

bettega adultescente

Ei??!! Esses seus fios espessos a enferrujar barbeadores,
crinas de cavalo numa face despojada,
não seria preguiçosa angústia de uma vida despejada
da saudável rotina social sem nódoas e dores?


Mas, hein?, haverá mesmo tanta saúde
por aí espraiada se a matéria é o humano?
Um barbear perfeito não estará escondendo
conflitos vários?
Será que, mais que barbeadores precários,
não há corações aflitos e sufocados gritos?
Será que nossa sociedade não carece
de tutano?


As aparências são os piores arregimentadores
de uma legião que quer modernidade e salão
pra dançar seu corpo numa realidade sem visão.


Prefiro ficar aqui no meu canto,
destilando risada e pranto
num poetar perdido e sem amarras;


quero ser livre e solto,
preso apenas nos metros
de algum estilo,
cavocando felicidade e criando
meus grilos.

bettega brincando de camões

Embora com certo ritmo, não é um decassílabo perfeito. E contém rimas pobres.
Mas vamos treinando.



Agora quero e vou rimar no metro
ser poeta com vergonha na cara
fazer poesia num jeito esperto
porque a verve escolhe quem a declara.


Talvez meio impreciso no início
vou labutando minha lida ao vento
que se tornou maravilhoso vício
nesta vida cheia de sentimento.


Armo então meu canto metrificado
nos deixando a esperar nova empreitada,
talvez a encontrar ali na esquina.


Dispara agora um beijo vosso bardo
e em alma um tanto desequilibrada
vai lutando em busca de sua sina.

terça-feira, 23 de março de 2010

festival de curitiba

já assisti às peças música para ninar dinossauros, do bortolotto,e vida, da companhia brasileira de teatro. hoje vou ao guairão ver macbeth. espero que o tal ar condicionado esteja ligado. domingo vejo clarice, e ainda vou rastrear peças do fringe pra ver.

quarta-feira, 17 de março de 2010

glauco

Jornais antigos
despencam em cascata
numa esquina do meu quarto
Notícias internéticas
se picham em minha tela
O Gibi do Glauco de ontem está aqui
em minha mão...
Meu inverno será sem bimbolover,
minha bronha sem a Sônia inflável,
nada de alegria, só mau humor estável...
Como disse meu amigo AlexPieske,
Glauco foi morto por um
Doy Jorge
Vomitem merda agora, advogados!,
porque a Folha está incompleta,
a vida está incompleta, minha adolescência lá atrás
está incompleta.

quinta-feira, 11 de março de 2010

esse calor me arde
quero uma bera gelada
hoje a tarde

cb
não quero esgotar o manancial quero espremer todo o potencial verter rica lavra em pedra especial cometer a arte em atitude visceral quero o lodo quero o ouro todo quero a vida quero o espírito o palco o salto a espuma o corpo em pluma quero o momento a todo momento quero o invento que invento quero a poesia o teatro em todo e qualquer ato




diluo o pensamento digito o movimento progressivo a busca do preciso e do impreciso a construção da desconstrução a edificação da quebra a alteração da regra o regramento da zona a percepção do coma o nascimento do milímetro obtuso do centímetro confuso do metro perfeito do kilometro refeito andanças e danças do corpo teatral meu canal atual poesia e magia


bettega

terça-feira, 9 de março de 2010

acordar para a
realidade
não é meu forte
meu único
suporte
é a poesia
que não me deixa
a vida
vazia
pensar nos problemas
é freqüente
mas resolvê-los
seria luta
inclemente
fico então aqui
nessa letargia
agonia
tentando entender
por que tenho de
sofrer


by cláudio bettega, em 13.10.2006

segunda-feira, 8 de março de 2010

Verdades da minha amiga FRAN LIPINSKI

Porque, quando dois e um forem quatro, tudo desaba.

Verdades não passam de mentiras de pernas longas

- ajustadas em fuso-horário, onde e por que,

no quando-enquanto de uma dimensão sem paralelos.

Verdades pisam em terrenos obscuros

- com chama própria, única e trêmula,

com medo do vento, da água e do chão

Verdades brincam com bonecos na infância. Crescem.

Verdades figuram de independentes, absolutas, nobres.

Verdades alteram-se.

Verdades são conservadoras, no mais incondicional sigilo.

Verdades então brincam com as cercas de uma realidade ilimitada.

Verdades têm muitas mãos e bocas

- não escrevem... nem gritam.

Verdades transfiguram verdades, em eterna disputa.

Verdades atuam no teatro como marionetes,

fazem da vida o seu grande palco, seu estrelato.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O educador Antônio Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia, acaba de retornar ao Brasil com os versos mais afiados que nunca depois da polêmica causada com o cordel "Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso".
Desta vez o alvo é o anacrônico programa BBB-10 da TV Globo. Nesse
novo cordel intitulado "Big Brother Brasil, um programa imbecil" ele
não deixa pedra sobre pedra. São 25 demolidoras septilhas,estrofes de
7 versos:


Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bobão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM



Salvador, 16 de janeiro de 2010.



* * *



Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara, na Bahia.
É autor de um dos mais recentes e estrondosos sucessos da Internet, o
cordel Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e
preconceituoso.
Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros,
da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para
evoluir espiritualmente.
Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e
Literatura Brasileira.
Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em
dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
Possui incontáveis trabalhos em jornais, revistas e antologias, com
mais de 100 folhetos de cordel publicados sobre temas ligados à
Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários
títulos ainda inéditos.
Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas,
xotes e baiões.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cansei de entupir canos
de tanto entrei por eles
exauri meus planos
de te criar por mim quereres
pois queres coisas que não tenho
vá então procurá-las em outros seres
mas te digo, em mim detenho
valores mui perenes
tipo poesia e amor
meus saborosos entes
numa vida cheia de frescor.


cláudio bettega, em 26.02.2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quero um ar
um armistício
quero um par
um parricídio final
não quero mais
quebrar esquinas embriagadas
pelos goles de bílis,
não quero mais me molhar
da chuva despejada
por nuvens cheias de azia, não
quero ser levado pela
ventania
não quero espremer os
bagaços nem sustentar
cagaços
preciso da coragem
não de voragem poluída
suicida -
quero amor,
não quero rancor.


cláudio bettega, em 24.02.2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma refor...

...ma política é urgente. Pelo PSDB, um senador com ainda quatro anos de mandato e um prefeito eleito em 2008 pleiteavam candidatura ao governo do Paraná. Como todos sabiam, Beto Richa, o prefeito da capital Curitiba, foi o indicado. E agora, o senador Álvaro Dias vai apoiar o irmão, Osmar Dias, de outro partido...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Couve, repolho, nabo, beterraba,
alho poró, cenoura, cebolinha,
radiche e acelga, brócolis, cará,
baião de dois, também feijão com arroz.


Tomate, ervilha, aspargo, moranguinha,
milho, lentilha, aipim ou macaxeira,
jiló, pepino, rúcula e maxixe,
e um grão de bico, grosso, em prato cheio.


E pimentão e quiabo e couve-flor
com agrião, chuchu mais o espinafre
e a berinjela, a salsa, a alcachofra.


Só por sair do mundo vegetal,
um animal, aqui, assume o posto
alce e alface se acham face à face.

Navarro. (http://www.duanavarro.zip.net/)


maminha, picanha, alcatra
xixo, costela, carneiro
coração, franguinho, porcada
sou carne e sou brasileiro


abacaxi, tender, cupim
linguiça sem trema da nova norma
queijinho assado pra mim
mesmo que me tire da forma

rodízio vindo do sul
mais um chimarrão digestivo
me mantém o corpo festivo


soneto sem métrica aqui
mas depondo meu amor
ao churrasco cheio de sabor

cláudio bettega

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

meneios de cabeça
volveres sábios
devaneios lacrimosos
lábios escarlate

gostosos
nuvens de natas de
um bolo céu de chocolate
beijo doce que me
alucina
pulos na piscina
uma noite de neblina
e suores de frio
ela no cio
sustento meu brio
esquentamos a água
transbordamos a mágica
amamos a nobre prática




cláudio bettega, em 09.02.2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

para minha mãe

meu futuro
está escrito
em português inglês
sânscrito em
um grito perdido
no infinito

é obscuro
mas espero
puro
inscrito
na beleza da fina flor
da natureza
cheio de poesia bossas
fossas
pirraças
graças

mesmo que
morando em
palhoça
quero continuar
me doando
à linguagem
inútil
nada fútil
da descoberta
da palavra
aberta
esperta
coberta
de cerejas

paro por aqui,
licença,
ainda tenho que tomar
duas cervejas,
não quero fazer isso
na sua
presença.



by cláudio bettega, em 17.03.2009

domingo, 24 de janeiro de 2010

meu amigo poeta júlio almada pede uma força

Peço que por gentileza me ajudem a divulgar a vakinha:Sofri um acidente retornando de um evento na madrugada do dia 04/01 e passei por uma cirurgia do úmero fraturado em três partes:isso me impedirá de cumprir certos compomissos imediatos, causando dificuldades. Enviarei um livro poemas mal_ditos por e-mail para todos que contribuirem! Um Grande Abraço, Julio AlmadaPara Ler na Íntegra e Contribuir: www.beira-do-caminho.blogspot.com
descubro tua úmida gruta coberta de pêlos

mordo inebriado as bordas em relevo

minha língua penetra tua cavidade ácida

quero-te latejante a receber minha prática

agora preparo a arma principal

que direciono para o deleite total

monto sedento por sobre o triângulo

e berro o êxtase a cada estocada

meu véu abdominal roça a pele tenra

o tesão se faz louco, te deixa mais atirada

pedes mais e me engoles a orelha

me sugas a língua e me fortaleces o desejo

ofertamo-nos créditos para novo excitante ensejo


by bettega, em 09.08.2007

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

(n)este ano vou fazer valer a pena.