A chamada “censura” imposta ao governador Roberto Requião pelo desembargador Edgard Lippmann Júnior, do TRF de Porto Alegre, parece-me fundamentada quando diz que uma rede pública não pode ser palanque de ataques do ocupante do cargo máximo de plantão. Podemos argumentar que realmente cheira a censura ditatorial. Mas não seria também uma forma de ditadura de Requião utilizar dinheiro público pra se promover, dizendo defender interesses do povo? Interesses do povo ou dele? Tomemos como exemplo a Tv Cultura, de São Paulo. É uma rede financiada com dinheiro do estado, mas nela não vemos palanque, vemos programas de alta qualidade, inclusive alguns infantis premiados internacionalmente pelo conteúdo pedagógico.
No Paraná temos problemas de espaço destinado a artistas locais, que poderiam abrilhantar a programação da rede pública com arte. Poderia se haver concorrências para melhores programas, até colocar um violãozinho com um poeta declamando já é mais conteúdo intelectual do que um governador perdendo as estribeiras. Não, não quero ser eu o poetinha, há vários na cidade de Curitiba e no estado inteiro, assim como há várias companhias teatrais alijadas da notoriedade do público paranaense.
Quanto a questões políticas, creio que o governador está certo ao chamar os adversários para o debate, embora use tons intimidatórios nos convites.
E se quer divulgar o saber político, seria mais interessante aulas de teoria com professores do que ficar chamando jornalistas de apedeutas. Sempre votei em Requião, mas ele anda me entediando...
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Ele prefere chamar os jornalistas de canalhas...
Foi a primeira vez que vi uma pauta política no seu blog e gostei.
Sucesso sempre, merece!
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