sexta-feira, 6 de março de 2009

Ser poeta não é ser um bêbado
de alma desajustada
Ser poeta não é ser um perdido
caído na calçada
Descubro a cada dia
que minha poesia
anda muito vazia
as rimas se repetem
os sentimentos são puro eu
um eu oprimido destituído
de qualquer mar hebreu
Minhas parcas leituras
não mais me preenchem
preciso pesquisar
experimentar
aprender
subverter
ler palavras, prosas, poemas
em quantidade mais industrial
pra depois produzir
algo um pouco mais especial
Derramar lamentos
bater a cabeça no muro
não me leva a nada
não me integra no mundo
batucar teclas incontinenti
rabiscar folhas
como único modus vivendi
nada disso inova
se não houver nova moda
Como já disse uma vez
minha vida se desfez
e minha sina
é merda de rima
mas a rima está vendida
a um marasmo escroto
que beira o esgoto
se não houver maturação
labuta
amplidão
nunca poderá haver saída
da eterna lamentação
Aqui mais um poema chato
de um poeta (?) barato
que busca na poesia
a força
a magia
mas que precisa ser mais sensato
pra dobrar uma nova esquina



by cláudio bettega, em 06.03.2009

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