me perco na perda,
a perda que me seda;
me escondo no escuro,
o escuro que me cega.
procuro uma fresta
por entre as sedas
dos lençóis da
melancolia,
quero mil passos além
da letargia.
buscando a busca
do futuro,
do porto seguro,
arrasto meu coturno
e suo meu bestunto.
meu corpo,
em mórbida lamúria,
me limita a vida,
seu som e sua fúria.
a voz que me roubo
rouba a cena do apedrejamento,
o punhal com que me firo
há muito me segue em giros,
palavras, muitas vezes,
alvejam como tiros.
o lamento de agora
vai terminando –
o muro já me serviu,
a cabeça já partiu...
resta adormecer as feridas,
sonhar com os anjos,
com as musas,
apagar as pegadas doídas
e, em resfolegares brandos,
expurgar as imagens
confusas.
cb, 23.04.2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
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5 comentários:
madrugada, a data da postagem aparece 22, mas já é sexta 23.
Com todo o respeito a sua mãe...
Puta que p...
Incrível, bateu fuuundo.
Bjo
Lu
é uma das poesias do seu livro? bjs
oi, bem vinda. não, os poemas que aqui coloco são recentes. a data ao final é de quando são escritos. volte sempre!
Grandiosamente belo !
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