quarta-feira, 25 de junho de 2008

tua boca
me provoca
convoca para um
beijo
que acenda o
tesão
no meu
coração
amor amplidão
te quero sempre
minha paixão

by cláudio bettega, em tempos idos

Quero que entendas, meu amor, que a mim não me interessa tostão, muito menos um rico quinhão; só quero a poesia incrustrada nos genes do espírito celular. Quero a sabedoria envolvendo nossos corpos, nossas almas, nossa lida, nossa vida. Quero o amor perfeito, elevado à condição de, do bolo, o mais nobre confeito. Enfeito-te com palavras, enfeitas-me com beijos e delícias – juntos somos uma troca infinda de delicadas carícias.

by cláudio bettega, em tempos idos

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Em estrelas diversas, pedaços do meu corpo, em versos, se espalham pelo universo. Meus músculos latejam o latejo da criação inversa ao bombar do sangue imerso em glóbulos de paixão. Quero percorrer todas as quadraturas da poesia fecunda que se possa imaginar. Atingir a semiótica dor do desespero apegado ao primeiro obstáculo que me fascine as tentativas perdidas de um criar que se quer preciso, confiável, oráculo da minha revolução em flor, estratégia do verdadeiro amor.

by cláudio, em tempos idos
derramo fosse porra
neste papel
uma palavra
escrita
uma palavra
escrota
caralha tal
minha pica
suja tal
minha boca
que regurgita
a beleza
da poesia maldita
que regurgita
a merda
da obscenidade
bendita

em 26/28.06.2004, by cláudio bettega

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Meu maior tesão
é te ver cheia
de tesão
por me dar
tesão
Meu maior amor
é te ver cheia de
vontade de me
amar
repleta de amor
Minha única dor
é saber que
vou morrer e
por isso
te perder


by cláudio bettega, em 30.03.2005

segunda-feira, 16 de junho de 2008

minhas hemácias
em chamas
refletem dramas
do inconsciente
sem consciência
minha dor
espalha-se por
tensos músculos
minhas vértebras
espalham-se por
incerta estrutura
não sou
escultura
sou humano
serei espírito
apenas em outro plano


em 05.08.2005, by cláudio bettega


sexta-feira, 13 de junho de 2008

em qualquer minuto
qualquer hora
qualquer voz
amo o amor
que chora
em nós



by cláudio bettega, em 17.07.2005

quarta-feira, 11 de junho de 2008

descarto de cara
de vez
este poema
que mal ainda
se fez
mas sei que
já declara
minha insensatez
meu medo
minha embriaguez
quero uma palavra
forte
que direcione
meu norte
não quero firulas
que só externam
loucuras
amarguras
quero a lucidez
quero a minha
cura

em 09.01.2007, by cláudio bettega
uma célula
do meu espírito
se multiplicou
num cancro
e fez-me adoecer
por toda a eternidade
meu corpo
é uma célula viajante
que se perde
pelo espaço do meu
universo
que só se manifesta
em verso


by cláudio bettega 05.08.2005

segunda-feira, 9 de junho de 2008

me dê a sua dor
sim, me dê todo o seu choro
me recupere os arquivos que você deletou
me lance na cara o cuspe antes de se ajoelhar na privada
me dê a ferida dos leprosos
todo o lixo do aterro da caximba
vamos fazer um jantar com restos de cancros extirpados e merda de rato
quero o cheiro do peido saído de uma bunda imunda
quero todo o lodo formado pela tempestade
não quero mais a lágrima metida a coitadinha que verto
nem bater mais a cabeça no muro das lamentações
quero o grito, o salto, o palco
quero qualquer poesia que o mundo produza
limpa ou suja
quero o escombro, o restolho, os dejetos mas também o
ideal pleno
quero o ar poluído ou puro,
o dia claro ou escuro de nuvens cheias de azia
quero a miscelânea, a coletânea instantânea
quero teu sangue
tua baba
teu pus
teu orgasmo
quero o mijo dos incontinentes
o destempero dos inconseqüentes
a loucura dos dementes
e a dos gênios
quero depor a alegria que chuta a sina do sofrer
quero uma rima que me faça crescer
um dia qualquer da semana vou querer
passar ainda além da Taprobana
quero meu ego desperto e soberano
nunca seco, nunca cego, nunca desumano
quero um quinhão que garanta a vida
a palavra sendo minha principal comida

em 08/09.06.2008, by cláudio bettega

sexta-feira, 6 de junho de 2008

(Cor)rompo a madrugada
com a caneta
em punho em parto
desligo-me do estado absorto
e inundo meu quarto
com a poesia da
minha ilusão
do transe
da proibida paixão
Escrevo as letras
sem dó nem
piedade
cada palavra formada
me traz a
claridade
da realidade indisfarçada:
estou só e
com tal dor no
coração
que transforma em
lágrima quente
o dilema da mente
que busca a fuga
do problema


by cláudio bettega, em 27.11.2006

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Tem um...

.
..brilhante texto do Thadeu dedicado a mim no blog dele. Confiram.

http://www.polacodabarreirinha.blogspot.com
meus sonhos se espalham pelo sono
minha vida dorme sem dono
não sei quem sou nem o que vou ser
não sei o que quero nem o que vou querer
luto em busca do meu perdido amanhecer
busco a luta que me faz crescer
quero a paz e um momento de amplidão
quero você o amor o prazer o fogo o chão

by cláudio bettega, em 09/10.09.2005