quarta-feira, 28 de maio de 2008

A ausência, a falta pura, o medo;
o desenrolar das atitudes;
o borrar de idéias, o se contaminar
por falsas ilusões.
Tudo solto, perdido na mente,
marcando ritmicamente
ponto e contraponto.

Seus olhos refletem minha
degenerescência,
abençoando com lágrimas
meu difícil caminho.

Escuto vozes recônditas dos
velhos pesadelos,
e abraço o vento,
que me inunda de frescor e pó.

A luz, as almas, o criar;
a pena e o papiro, o dedo e a tecla;
o salto, o baque, o sentir, o pensar.
Tudo envolvendo e desenvolvendo
o mitigado, enfurecido e poético ato
de viver.


by cláudio bettega, em 11.01.1999

quarta-feira, 21 de maio de 2008

vou voltar... sei que ainda vou voltar...

do forno

vou aqui
escrever outro
poema
antes que minha verve
se esgote antes que o
mundo me trague me
cague ou me fure no cangote
vou aqui eu neste movimento de
poesia e sinfonia vou
aqui tentando tirar leite de
pedra brilho da treva vou aqui
querendo falar do
quanto te amo te venero
num mundo tão severo vou aqui
na luta (in)sana
na labuta sacana vou aqui
sendo qualquer um
não sendo mais nenhum
querendo a salvação pela
arte cheia de
emoção
blog seja bem vindo ao meu blog blog-me não se sinta ofendido por meus sentinelas eles são loucos como louco sou eu blog blog-me emblog-se ablog-se blog blog-me web log

SENTINELAS DA NOITE

Escondo do alcance dos seus curiosos olhos a escala dos sentinelas que vigiam meus segredos noturnos. Mas posso revelar-lhe que eles armam-se de espinhos e venenos – nunca armas de fogo, detesto-as, pois barulhentas. As defesas que agridem silenciosamente me são mais atraentes. E, também, além da rusticidade, espinhos – vários ! – e venenos têm um quê de teor sádico que me deixa excitado.
Então. Guardo-me assim à noite. Nada de estranhos querendo saber dos meus segredos, nem de estranhos querendo saber a respeito de quem guarda meus segredos. Acho o cúmulo ter que ficar dando satisfações das minhas coisas a certos parasitas doidivanas.
Quanto a qualquer crime que meus sentinelas possam vir a cometer com o uso, mais do que justo, das armas já citadas – paciência! Crime maior, aos olhos do meu julgamento e escala de ilibados valores, é a desmedida intromissão em vida alheia.
Morreu, compra-se caixão, chama-se a família, faz-se o velório, enterra-se. Aqui jaz uma pessoa extremamente inconveniente; passou a vida preocupando-se com a das outras pessoas e esqueceu-se de vivê-la. Na missa de sétimo dia, reza-se um Pai Nosso e pronto. A alma está limpa. Tanto a da criatura curiosa, quanto a minha que, através de sentinelas e espinhos e venenos, por uma causa nobre de defesa de segredos noturnos, cometeu pequeno crime.


by cláudio bettega, em tempos idos

terça-feira, 20 de maio de 2008

meu peito grita
nosso amor
não é mera fita
quero te ter
beber
comer
te tragar
me inebriar
com tua presença
e na tua ausência
vou me desesperar
por esperar
o corpo teu
aqui ao meu lado
como tenho agora
quando choras
de emoção
por também me ter
me beber comer enternecer
a madrugada
se desfaz num grito
de um sol bonito
quente e terno
seja no verão
ou no inverno
nós dois juntos
misturamos estações
viajamos por várias
constelações
nos jogamos em
todas as direções
em todas as
emoções
nosso amor
nos faz ser um
não nos permite
sofrer mal algum


by cláudio bettega, em 11.07.2005



segunda-feira, 19 de maio de 2008

Abro todas as janelas
que me ofereçam você na paisagem
quero te ver no campo
na cidade
na miragem
Empreendo todas as estratégias
que te façam cair na minha rede
por você sinto amor
fome
sede
Te dou de presente meu eu
pra você me amar como eu te amo
pra você ser minha
como sou teu

by cláudio bettega, em 20.07.2005

quinta-feira, 15 de maio de 2008

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hai-Kláudios

O Hai-Kai é um poema japonês de 3 versos, 5 sílabas no primeiro e terceiro e 7 no segundo. Normalmente é filosófico, e se exercita com o zen. Ainda não tive oportunidade de fazer oficina, uma vez até tentei com a Alice Ruiz, mas não houve pessoas suficientes para a turma. No Brasil se popularizou muito, e quaisquer 3 versos - e até 4 - o pessoal chama de hai-kai. Por isso chamo também os aí de baixo, mesmo que sem métrica e filosofia zen.


paz, incenso, palavras
noite de estrelas
avião sem asas


brutos mundo afora
armas e guerras
a vida chora


televisão na cara
os olhos ardem
a cabeça vaza


idéia nova
forma um poema
sem rima e métrica


california dreams
lighting my fire
in the summer


verdade crua
na tua religião
o bispo te suga


pepino ralado do dia
acho que prefiro
a barriga vazia


preto e branco
esse filme
cheio de encanto


morto o dia
ainda assim
repleto de poesia

segunda-feira, 12 de maio de 2008

michael do coxa convidou os palmeirenses pro baile. por que o valdívia e o denílson podem, e os coxas não? ãh? e a imprensa paulista , quando elogiou, falou que é ex-guaratinguetá. ô sina de estado arrabalde a nossa!!!!!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

coitadinho do José Agrippino ...

domingo, 4 de maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Espalhou-se pela noite e pisou seus passos por terrenos esparsos. Soltou o grito das perdidas aflições e perdeu-se por entre as cachaças dos mendigos. Rendidos, seus olhos admiraram as luminárias escuras e as putas ordinárias. Entrou pela primeira porta de bar que encontrou e devagar no balcão se sentou. Pediu uma cerveja gelada e logo viu uma loira delgada. Puxou um papo amigo e seu lábio no lábio dela pediu abrigo. Enxugou o último gole e saiu pela calçada abraçado à misteriosa mulher e à quente madrugada. Ou vice-versa.

by cláudio bettega, em 10.01.2007