PSICANÁLISE DOS INCLUÍDOS
adriano smaniotto
você não pode comer a mamãe
tampouco decepcionar o papai
não ouse desejar a ninfeta
nem queria dar sua ruela
se usar coisas ilícitas
se esconda
se quiser sublimar sua fraqueza
vire polícia
só não se atreva a dizer buceta
onde todos dizem vagina
e cuidado com as aparências
nada de quilos de gordura e cocaína
chegue no trabalho sorrindo
mas cuide para não derrubar o punhal
que traz do chefe o apelido
aprenda a ter um Deus
e uma crença
ainda que ambos ensinem
a ser reprimido
não coma a mulher do amigo
nem coma o amigo que é mulher
também não fique muito tempo sem comer
porque isso que é ter umbigo
aprenda a dizer coisas como tudo bem
que bom eu também acho
e esqueça palavras como revolta
vá se foder e que saco
até que um dia
o tempo
mais sábio
porque sem terapia ou escola
fará você ver
que a vida foi embora
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
sem bichinho de maçã...
quero
respirar o ar
para poder
amar,
quero ver o
mar
em ondas de
mistério,
quero defender
a vida em
forte ministério,
quero ver brotar
parte do meu eu
dentro de um fruta
que verme nenhum
comeu.
respirar o ar
para poder
amar,
quero ver o
mar
em ondas de
mistério,
quero defender
a vida em
forte ministério,
quero ver brotar
parte do meu eu
dentro de um fruta
que verme nenhum
comeu.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
by me, um dia aí...
Crio um atalho, um desvio da sorte,
navego em mar brando e
exprimo o desgosto
em relação ao homem torpe,
à fuligem,
ao mau gosto.
Minha vida é meu pão, meu lugar, meu posto.
Ninguém pode me tirar
do meu cafofo
e depois debitar
da minha conta o imposto.
navego em mar brando e
exprimo o desgosto
em relação ao homem torpe,
à fuligem,
ao mau gosto.
Minha vida é meu pão, meu lugar, meu posto.
Ninguém pode me tirar
do meu cafofo
e depois debitar
da minha conta o imposto.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
a gosma voltou,...
... a morbidez não acaba...
cansei de estar
tão aflito,
perdido,
imerso em
conflito
só quero um rumo
certo,
um abrigo,
um cafezinho
esperto
me dói
essa gosma densa
que me encobre,
me inunda,
me varre
minha cruz é
tão imensa,
sobreviver é mero detalhe
by cláudio bettega, em 06.08.2001
cansei de estar
tão aflito,
perdido,
imerso em
conflito
só quero um rumo
certo,
um abrigo,
um cafezinho
esperto
me dói
essa gosma densa
que me encobre,
me inunda,
me varre
minha cruz é
tão imensa,
sobreviver é mero detalhe
by cláudio bettega, em 06.08.2001
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
estarei na tela como porpeta no...
...filme "3 notas para uma bossa"
http://qfilmes.files.wordpress.com/2010/08/tela-tv-final.gif,
com Max Olsen e outros atores. e as fotos do Max são muito legais.
http://qfilmes.files.wordpress.com/2010/08/tela-tv-final.gif,
com Max Olsen e outros atores. e as fotos do Max são muito legais.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
inspiram-me teus olhos
dão-me força
para prosseguir
na aventura
de tentar
tento e tanto tento
que um dia
há de chegar
toda a alegria
sinfonia
harmonia
cantoria
espero pela vida inteira
e mais um pouco
tento e tanto tento
feito um louco
que um dia
há de chegar
todo o amor
fulgor
calor
vai-se o tremor
vão-se as chagas
pragas
a vida, sorrateira
irá se projetar
e dominar
o som
a cor
o bar
o sabor
o lar
o licor
e o olhar
que vem de ti
e faz-me amar
by cláudio bettega, em 04.08.2000
dão-me força
para prosseguir
na aventura
de tentar
tento e tanto tento
que um dia
há de chegar
toda a alegria
sinfonia
harmonia
cantoria
espero pela vida inteira
e mais um pouco
tento e tanto tento
feito um louco
que um dia
há de chegar
todo o amor
fulgor
calor
vai-se o tremor
vão-se as chagas
pragas
a vida, sorrateira
irá se projetar
e dominar
o som
a cor
o bar
o sabor
o lar
o licor
e o olhar
que vem de ti
e faz-me amar
by cláudio bettega, em 04.08.2000
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Um mono-motor
ronca
rasga o céu
(noite)
cheio de estrelas
cerejas prateadas
num bolão de chocolate
Lua
decoração cheia
reflete o sol
fogo sagrado
o avião ronca
tatuado pela luz
procurando sua rota
São Jorge
cavalga o dragão
atormentado
pelo ronco
barulho inconveniente
avião mono-motor
meio perdido
poluindo o bolo
parabéns pra você
Dragão assustado
vomita seu fogo
alimentado pelo sol
queima o avião
botão ejetor
piloto de pára-quedas
Lua cheia
luz no céu
creme de leite
no bolo de cerejas
prateadas
Piloto voando
sujo de chocolate
rouba algumas
estrelas/cerejas
para o seu
amor
by clãudio bettega, em 31.03.2002
ronca
rasga o céu
(noite)
cheio de estrelas
cerejas prateadas
num bolão de chocolate
Lua
decoração cheia
reflete o sol
fogo sagrado
o avião ronca
tatuado pela luz
procurando sua rota
São Jorge
cavalga o dragão
atormentado
pelo ronco
barulho inconveniente
avião mono-motor
meio perdido
poluindo o bolo
parabéns pra você
Dragão assustado
vomita seu fogo
alimentado pelo sol
queima o avião
botão ejetor
piloto de pára-quedas
Lua cheia
luz no céu
creme de leite
no bolo de cerejas
prateadas
Piloto voando
sujo de chocolate
rouba algumas
estrelas/cerejas
para o seu
amor
by clãudio bettega, em 31.03.2002
amante pedantinho, hein?
expresso-me
tal um poeta
penetra
de almas claras
ou escuras
como a tua
te perscruto
na cara dura
escuto
teu não
tua procura
por mim
sei que queres
um alento
um abrigo
um amigo
te consolo
do meu modo
te dou um poema
emblema
da nossa
felicidade
te faço limpa
alma clara
com meu amor
te tiro a dor
o medo
te encho a cara
de beijos
realizo
nossos desejos
conquisto a noite
a lua
a rua
te levo ao oriente
do inconsciente
publico um livro
de poesia
que conte a história
da nossa vida
e depois
para sempre
perpetuo nossa luz
em semente
by cláudio bettega, em 15.02.2002
tal um poeta
penetra
de almas claras
ou escuras
como a tua
te perscruto
na cara dura
escuto
teu não
tua procura
por mim
sei que queres
um alento
um abrigo
um amigo
te consolo
do meu modo
te dou um poema
emblema
da nossa
felicidade
te faço limpa
alma clara
com meu amor
te tiro a dor
o medo
te encho a cara
de beijos
realizo
nossos desejos
conquisto a noite
a lua
a rua
te levo ao oriente
do inconsciente
publico um livro
de poesia
que conte a história
da nossa vida
e depois
para sempre
perpetuo nossa luz
em semente
by cláudio bettega, em 15.02.2002
abri o baú
Estes teu olhos tão claros
iluminam minha noite
irradiam tua beleza
me fazem crer que a natureza
sabe ser perfeita, harmoniosa
criando formas encantadas
que aquecem frias madrugadas.
Tão linda é tua face,
tão belo teu conjunto
(íntimo, alma, cérebro impoluto),
que espero sempre tua vida
ser um vale abençoado
cheio de felicidade
e que teu coração
pulse eternamente apaixonado.
by cláudio bettega, em 12.10.2001
iluminam minha noite
irradiam tua beleza
me fazem crer que a natureza
sabe ser perfeita, harmoniosa
criando formas encantadas
que aquecem frias madrugadas.
Tão linda é tua face,
tão belo teu conjunto
(íntimo, alma, cérebro impoluto),
que espero sempre tua vida
ser um vale abençoado
cheio de felicidade
e que teu coração
pulse eternamente apaixonado.
by cláudio bettega, em 12.10.2001
terça-feira, 3 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
Sopra agora neste meu agosto
um vento de águas de março
que fecham o verão do meu passado
em desgosto.
Jogo no teu peito pipocas de
panela que você come vendo
a sessão da tarde em versão brasileira
herbert hitchers.
O caldo da cultura pop se mistura
a um perdão satírico que te peço
por não te engrandecer como deveria.
A alma penada do meu eu
continua seu périplo banhada
em anestesia.
O baque o susto o salto o palco a pena
apenas singrando a tela em teclas.
A busca o fato o ato o vero
numa percepção
cáustica da mórbida figura.
A vida o ser a angústia a mácula da realidade
que se me transfigura.
by cláudio bettega, em 01.08.2010
um vento de águas de março
que fecham o verão do meu passado
em desgosto.
Jogo no teu peito pipocas de
panela que você come vendo
a sessão da tarde em versão brasileira
herbert hitchers.
O caldo da cultura pop se mistura
a um perdão satírico que te peço
por não te engrandecer como deveria.
A alma penada do meu eu
continua seu périplo banhada
em anestesia.
O baque o susto o salto o palco a pena
apenas singrando a tela em teclas.
A busca o fato o ato o vero
numa percepção
cáustica da mórbida figura.
A vida o ser a angústia a mácula da realidade
que se me transfigura.
by cláudio bettega, em 01.08.2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
do meu livro "Busca"
por esse caminho
caminham meus pés
bem devagrinho
procuram um porto
que traga alegria
quem sabe
sua companhia
caminham meus pés
bem devagrinho
procuram um porto
que traga alegria
quem sabe
sua companhia
quinta-feira, 22 de julho de 2010
by me, um dia aí...
Rios, flores, encostas,
beijos, poemas, pergaminhos,
acaricio tuas costas
e esqueço de matos daninhos.
O sol enternece o calor,
o suor encanta meu peito,
a brisa vem com vapor,
a vida ama de um novo jeito.
Sinto prazer com você
na nossa conjuração
de corpo e vento.
Nosso amor nos fez
ter pela natureza
um respeito sedento.
beijos, poemas, pergaminhos,
acaricio tuas costas
e esqueço de matos daninhos.
O sol enternece o calor,
o suor encanta meu peito,
a brisa vem com vapor,
a vida ama de um novo jeito.
Sinto prazer com você
na nossa conjuração
de corpo e vento.
Nosso amor nos fez
ter pela natureza
um respeito sedento.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Há cinco anos, num dia deprê
como pelas beiras
o alimento da
minha poesia
das minhas veias
escorre
sangue negro e
gelado
sou apenas
um perdido
um alienado
nutro o amor
bandido
pelo mundo
letrado
mas sou mais um
poeta
sem talento
pouco sei
inventar
aqui nesse meu
movimento
acho melhor largar
a caneta
fechar o caderno
e me esconder
em algum
inferno
by cláudio bettega, em 17.07.2005
o alimento da
minha poesia
das minhas veias
escorre
sangue negro e
gelado
sou apenas
um perdido
um alienado
nutro o amor
bandido
pelo mundo
letrado
mas sou mais um
poeta
sem talento
pouco sei
inventar
aqui nesse meu
movimento
acho melhor largar
a caneta
fechar o caderno
e me esconder
em algum
inferno
by cláudio bettega, em 17.07.2005
segunda-feira, 5 de julho de 2010
haikais do brother rafael walter
ana clara
olhar nos seus olhos
é como ver
a noite estrelada
a batalha musical
do louco na gritaria
a fundir a melodia
poema flor
bate o vento
espalha amor
n’árvore do pátio
o ninho de sabiás
vida a florescer
canta o passarinho
todos os males espanta
palco: fio de luz
numa quarta-feira
o sol nasceu mais tarde em
frente à biblioteca
paisagem urbana
carros, concreto, aço
de tudo isso me farto
e ainda me falta um pedaço
garota no comando
sobre duas rodas
curva psicodélica
tosse tosse tosse tosse
catarro, muco, febre
o vento lá fora
olhar nos seus olhos
é como ver
a noite estrelada
a batalha musical
do louco na gritaria
a fundir a melodia
poema flor
bate o vento
espalha amor
n’árvore do pátio
o ninho de sabiás
vida a florescer
canta o passarinho
todos os males espanta
palco: fio de luz
numa quarta-feira
o sol nasceu mais tarde em
frente à biblioteca
paisagem urbana
carros, concreto, aço
de tudo isso me farto
e ainda me falta um pedaço
garota no comando
sobre duas rodas
curva psicodélica
tosse tosse tosse tosse
catarro, muco, febre
o vento lá fora
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Se os Tubarões Fossem Homens
Bertold Brecht
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
Bertold Brecht
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
terça-feira, 18 de maio de 2010
ano de eleição, galera!
O Analfabeto Político
Bertolt Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Dia desses, nas oficinas de texto com o mestre Ivan Justen Santana, ele leu um interessante ensaio que discute norma culta, norma inculta, falares certos e errados. Fiz, daí, esse poeminha, que ele corrigiu e deu formato final.
Como falar e escrever certo
num país de
analfabetos?
Norma culta para
alguns poucos,
norma das ruas e dos campos
para alguns vários,
com seus idiomas
precários
que pouco se
aproximam da língua
matriz lá de
Portugal...
Sendo assim,
haverá mesmo
o certo?
Haverá mesmo
analfabetos?
Qual o real
precário?
Se a língua se faz
no povo,
o certo mesmo
é que o Brasil
formulará sua
própria língua,
processo que
já começou
dentro desse
falar “precário” –
a não ser que a educação
se faça em braços tentaculares,
a começar, quem sabe,
pela televisão e seus viés
publicitário que, em
30 segundinhos,
pode prestar um
servição.
Enfim: aqui jaz um
poema deficitário de um
reles mane otário que busca
um tal de certo,
que pode ser o próprio
incerto.
Como falar e escrever certo
num país de
analfabetos?
Norma culta para
alguns poucos,
norma das ruas e dos campos
para alguns vários,
com seus idiomas
precários
que pouco se
aproximam da língua
matriz lá de
Portugal...
Sendo assim,
haverá mesmo
o certo?
Haverá mesmo
analfabetos?
Qual o real
precário?
Se a língua se faz
no povo,
o certo mesmo
é que o Brasil
formulará sua
própria língua,
processo que
já começou
dentro desse
falar “precário” –
a não ser que a educação
se faça em braços tentaculares,
a começar, quem sabe,
pela televisão e seus viés
publicitário que, em
30 segundinhos,
pode prestar um
servição.
Enfim: aqui jaz um
poema deficitário de um
reles mane otário que busca
um tal de certo,
que pode ser o próprio
incerto.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
me perco na perda,
a perda que me seda;
me escondo no escuro,
o escuro que me cega.
procuro uma fresta
por entre as sedas
dos lençóis da
melancolia,
quero mil passos além
da letargia.
buscando a busca
do futuro,
do porto seguro,
arrasto meu coturno
e suo meu bestunto.
meu corpo,
em mórbida lamúria,
me limita a vida,
seu som e sua fúria.
a voz que me roubo
rouba a cena do apedrejamento,
o punhal com que me firo
há muito me segue em giros,
palavras, muitas vezes,
alvejam como tiros.
o lamento de agora
vai terminando –
o muro já me serviu,
a cabeça já partiu...
resta adormecer as feridas,
sonhar com os anjos,
com as musas,
apagar as pegadas doídas
e, em resfolegares brandos,
expurgar as imagens
confusas.
cb, 23.04.2010
a perda que me seda;
me escondo no escuro,
o escuro que me cega.
procuro uma fresta
por entre as sedas
dos lençóis da
melancolia,
quero mil passos além
da letargia.
buscando a busca
do futuro,
do porto seguro,
arrasto meu coturno
e suo meu bestunto.
meu corpo,
em mórbida lamúria,
me limita a vida,
seu som e sua fúria.
a voz que me roubo
rouba a cena do apedrejamento,
o punhal com que me firo
há muito me segue em giros,
palavras, muitas vezes,
alvejam como tiros.
o lamento de agora
vai terminando –
o muro já me serviu,
a cabeça já partiu...
resta adormecer as feridas,
sonhar com os anjos,
com as musas,
apagar as pegadas doídas
e, em resfolegares brandos,
expurgar as imagens
confusas.
cb, 23.04.2010
00hs56min - 01h03min
A tela do laptop está sangrando. Há chagas escondidas na sua luz, há palavras escondidas na sua cruz. Palavras que ora recolho e regurgito, ora recolho e as transmito. A transmissão é imediata, o céu infoway é infinito, as chagas se abrem em conflito, a rede me grita um grito aflito. Não quero a podre discórdia da obtusidade imediata, não quero a metade do entendimento, quero sabedoria em todo e qualquer vento. Célebres anônimos se perdem, anônimos célebres não convergem, pastas de pastiches me apedrejam, gotas pastosas em linhas de texto rastejam. As estrelas brilham a explosão, os cérebros geram a combustão, as teclas dão acesso à ilusão. Quero aqui agora seu sorriso sacana me tirando um sarro, quero aqui agora sua força do meu lado. As gotas saguíneas de mensagens vão dormir, publico no blog este porvir, me deito e em sonhos vou sorrir.
estou meio doído.
estou meio doído.
Distraio-me e abstraio-me deste mundo tão sem jeito, fico aqui sonhando, sentindo uma dor no peito. Quero o amor e a poesia, não quero uma noite vazia, quero tua companhia, tua alma, tua fantasia. Vamos caminhar pelo outono, sentir o vento sem dono, quero uma luz de folhas amarelas, quero a relva e sombras belas. Vou dar-te o meu espelho para que te vejas nua, vou sentir teus cabelos em meu nariz, em todo o meu rosto, vou deixar-te nua. Vamos sentir o sentimento mais lindo, o amor em estado infindo, vamos brotar juntos num mundo só nosso, agora quero te beijar toda, posso?
by me, um dia aí...
by me, um dia aí...
ah! Curitiba, Curitiba
Curitiba que te
estupro pelo
caminho
contigo não estou
sozinho
te sinto bela e
plena
te sinto
feito poema
por mais que
tentes me cuspir
pra outro
quintal
meu amor por ti
é incondicional
esse poema escrevi para a peça do ano passado no pé no palco, homenageando a gélida de luís felipe leprevost, que, ao fim a ao cabo, é, claro, nossa curitiba
Curitiba que te
estupro pelo
caminho
contigo não estou
sozinho
te sinto bela e
plena
te sinto
feito poema
por mais que
tentes me cuspir
pra outro
quintal
meu amor por ti
é incondicional
esse poema escrevi para a peça do ano passado no pé no palco, homenageando a gélida de luís felipe leprevost, que, ao fim a ao cabo, é, claro, nossa curitiba
sábado, 17 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
eu preferia que o atletiba fosse na arena. seria vitória certa para o coxa . ARENA - Área Reservada a Eventos da Nação Alvi-verde. no couto, eu gostava mais da torcida do coxa nos fundos. ficava mais em casa, no aconchego, pra fazer festa íntima. quando colocaram a torcida na curva de entrada, disseram que era porque o coxa tinha que estar na entrada principal, que tinha tb a lojinha. mas agora a loja tá nos fundos de novo... sei lá, podemos estar com a torcida na frente, mas colocamos sempre por trás no atlético.
terça-feira, 13 de abril de 2010
cláudio pegou bettega no cantinho e disse:
cara, para de chororô escroto e PERCA ESSA PERDA, CARÁIO!!!!!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
bettega perdido num dia perdido aí...
AH, POETA!
por que insistes em
te manter vivo
se sentes que o
mundo não te
completa?
O que esperas da
vida se só
sabes chorar
no peito do
travesseiro e
depois escrever tua
agonia
em forma de
poesia?
AH, POETA!
tua linha
não é
curva nem
reta,
tua força
não é
surda nem
concreta.
Abatido,
te perdes pelas
veredas
a sujar
qualquer papel de
seda
com a tinta do
teu instrumento e
te reduzes
a um
jumento
quando imaginas
que isso
pode ser
material de
sustento.
AH, POETA!
erras pelos palcos
travestido de
matéria teatral
e sonhas com a
boca de cena
aberta a teu
talento natural...
AH, POETA!
como é difícil caminhar
tendo a arte como
meta.
por que insistes em
te manter vivo
se sentes que o
mundo não te
completa?
O que esperas da
vida se só
sabes chorar
no peito do
travesseiro e
depois escrever tua
agonia
em forma de
poesia?
AH, POETA!
tua linha
não é
curva nem
reta,
tua força
não é
surda nem
concreta.
Abatido,
te perdes pelas
veredas
a sujar
qualquer papel de
seda
com a tinta do
teu instrumento e
te reduzes
a um
jumento
quando imaginas
que isso
pode ser
material de
sustento.
AH, POETA!
erras pelos palcos
travestido de
matéria teatral
e sonhas com a
boca de cena
aberta a teu
talento natural...
AH, POETA!
como é difícil caminhar
tendo a arte como
meta.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
não sou santo
vieste em hora errada
meu corpo não quer mais nada
não tem mais amor pra dar
quase não consegue respirar
meus pensamentos estão dormentes
minhas chagas, quentes
sou território da dor
vivo agora imenso pavor
creio estarei putrefato
a qualquer próximo ato
a salvação é impossível
foi bom te conhecer, tão sensível
mas meu destino é o necrotério
e depois o cemitério
by bettega
meu corpo não quer mais nada
não tem mais amor pra dar
quase não consegue respirar
meus pensamentos estão dormentes
minhas chagas, quentes
sou território da dor
vivo agora imenso pavor
creio estarei putrefato
a qualquer próximo ato
a salvação é impossível
foi bom te conhecer, tão sensível
mas meu destino é o necrotério
e depois o cemitério
by bettega
quinta-feira, 1 de abril de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
agora sim!
Agora quero e vou rimar no metro,
Ser poeta com vergonha na cara.
Fazer poesia num jeito esperto,
Porque a verve escolhe quem a declara.
Talvez meio impreciso no início,
Vou labutando minha lida ao vento
Que se tornou maravilhoso vício
Nesta vida cheia de sentimento.
Armo então meu canto metrificado
Nos deixando a esperar nova empreitada,
Talvez para a encontrar ali na esquina.
Dispara agora um beijo vosso bardo
E em alma um tanto desequilibrada
Vai lutando em busca de sua sina.
ando fazendo uma oficina de texto com o mestre Ivan Justen Santana, que me auxiliou na formatação final deste poema. sempre quis metrificar, e acho que agora deu certo. a se grifar que o primeiro verso da segunda estrofe foi deixado propositalmente com pé quebrado devido ao sentido do que foi dito. valeu Ivan!!!!
Ser poeta com vergonha na cara.
Fazer poesia num jeito esperto,
Porque a verve escolhe quem a declara.
Talvez meio impreciso no início,
Vou labutando minha lida ao vento
Que se tornou maravilhoso vício
Nesta vida cheia de sentimento.
Armo então meu canto metrificado
Nos deixando a esperar nova empreitada,
Talvez para a encontrar ali na esquina.
Dispara agora um beijo vosso bardo
E em alma um tanto desequilibrada
Vai lutando em busca de sua sina.
ando fazendo uma oficina de texto com o mestre Ivan Justen Santana, que me auxiliou na formatação final deste poema. sempre quis metrificar, e acho que agora deu certo. a se grifar que o primeiro verso da segunda estrofe foi deixado propositalmente com pé quebrado devido ao sentido do que foi dito. valeu Ivan!!!!
quarta-feira, 24 de março de 2010
bettega adultescente
Ei??!! Esses seus fios espessos a enferrujar barbeadores,
crinas de cavalo numa face despojada,
não seria preguiçosa angústia de uma vida despejada
da saudável rotina social sem nódoas e dores?
Mas, hein?, haverá mesmo tanta saúde
por aí espraiada se a matéria é o humano?
Um barbear perfeito não estará escondendo
conflitos vários?
Será que, mais que barbeadores precários,
não há corações aflitos e sufocados gritos?
Será que nossa sociedade não carece
de tutano?
As aparências são os piores arregimentadores
de uma legião que quer modernidade e salão
pra dançar seu corpo numa realidade sem visão.
Prefiro ficar aqui no meu canto,
destilando risada e pranto
num poetar perdido e sem amarras;
quero ser livre e solto,
preso apenas nos metros
de algum estilo,
cavocando felicidade e criando
meus grilos.
crinas de cavalo numa face despojada,
não seria preguiçosa angústia de uma vida despejada
da saudável rotina social sem nódoas e dores?
Mas, hein?, haverá mesmo tanta saúde
por aí espraiada se a matéria é o humano?
Um barbear perfeito não estará escondendo
conflitos vários?
Será que, mais que barbeadores precários,
não há corações aflitos e sufocados gritos?
Será que nossa sociedade não carece
de tutano?
As aparências são os piores arregimentadores
de uma legião que quer modernidade e salão
pra dançar seu corpo numa realidade sem visão.
Prefiro ficar aqui no meu canto,
destilando risada e pranto
num poetar perdido e sem amarras;
quero ser livre e solto,
preso apenas nos metros
de algum estilo,
cavocando felicidade e criando
meus grilos.
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