Escrevi isso no primeiro ano de aulas de teatro.
Desligo-me do real, busco agora o que há de fantasia no mais recôndito compartimento mental. Quero a alegoria, quero a alegria, quero a não-dor a todo custo, quero esquecer o passado torpe. Penso num gesto teatral, numa performance de movimentos e palavras em língua estranha - isso, o estranhamento, o absurdo, a desconstrução. Criar o não descritível, criar o total inaudito, criar o que pode ser feito a partir do nada, ou apenas a partir de mim mesmo, mas sem referências prévias. Criar o que o corpo e o espírito determinam. A essência do ser em busca do movimento único, que só ele pode determinar, que só o seu eu pode determinar. O indivíduo na esfera do nascimento da ação, do nascimento da inédita encenação. Fortes ou opacos, os movimentos nascem e querem cor e brandura, querem equilíbrio na sua desenvoltura. Força teatral, força da arte em estado total, anêmicos ventos de derrota se foram, vivem agora apenas flores e gestos que apaixonam.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
O Beijo das Orquídeas
Quando os verdadeiros loucos são os repressores. Quando a segregada é a sensibilidade em pessoa. Quando uma flor pode significar morte ou vida. Atuações bonitas de jovens atores. Direção precisa da jovem atriz e dramaturga Priscylla, que divide o texto com Virgínia. Cenário aconchegante do ator e arquiteto Ricardo. Metáforas, espíritos, poesia, teatro. No espaço 2, de quinta a domingo. Ontem foi a estréia, sábado irei novamente para poder tecer melhores comentários. Mas o que fica é: beleza.
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